O tempo resposta (TR) no SAMU 192 é um indicador crítico, mas sua supervalorização pode negligenciar qualidade e segurança. Este estudo analisa intervenções no SAMU 192 do Médio Paraíba (RJ) entre 2022-2024, onde estratégias multifatoriais—como gestão por dados (Sys4web), triagem protocolada (Manchester), telemedicina, monitoramento via GPS, educação permanente, manutenção preventiva da frota e programas de motivação de equipes—reduziram o TR médio em 40% (de 37min para 22min) e o TR de prioridade vermelha de 27 para 17min, enquanto a satisfação dos usuários atingiu 97%. A descentralização de indicadores, transparência pública (dados online) e comissões de revisão de prontuários complementaram a avaliação, demonstrando que a otimização sistêmica, além da velocidade, é essencial para um APH eficaz. Conclui-se que o TR isolado é insuficiente; a integração de tecnologia, gestão de processos e métricas de qualidade (segurança, satisfação) deve guiar políticas públicas. Dados disponíveis em: https://www.cismepa.org/estmensal/.
Objetivo:
Analisar as estratégias de otimização de processos e recursos implementadas no SAMU 192 Médio Paraíba (RJ) entre 2022 e 2024, avaliando seu impacto na redução do TR e na melhoria da qualidade do atendimento. Buscou-se demonstrar que a eficiência do serviço não depende apenas da velocidade de deslocamento, mas de intervenções sistêmicas, como: integração de sistemas de gestão, triagem protocolada (Manchester), telemedicina, monitoramento via GPS, educação permanente, manutenção preventiva da frota e programas de motivação de equipes. Além disso, o trabalho visa destacar a importância de complementar o TR com outros indicadores de qualidade, como satisfação do usuário (atingindo 97% em 2024) e segurança do paciente, reforçando a necessidade de uma abordagem multifatorial para a avaliação do desempenho do SAMU 192. Os resultados evidenciaram uma redução de 40% no TR médio (de 37min para 22s), mostrando que a otimização de processos é fundamental para um atendimento eficaz e seguro.
O estudo surgiu de um desafio urgente: como salvar mais vidas sem sacrificar o cuidado humanizado em meio à pressão por respostas rápidas no SAMU. Na região do Médio Paraíba (RJ), equipes se debatiam com um paradoxo – a cobrança por tempo recorde de atendimento muitas vezes esbarrava em ambulâncias quebradas, triagens subjetivas e profissionais exaustos. Pacientes chegavam a esperar quase 40 minutos por socorro, enquanto casos graves eram confundidos com situações menos urgentes. Por trás dos números, havia histórias de sofrimento evitável: idosos desesperados em chamadas não priorizadas, mães com filhos febris sem orientação adequada, profissionais de saúde frustrados por não conseguirem oferecer o melhor de si.
Foi nesse cenário que o projeto transformou crise em oportunidade. Ao invés de simplesmente correr contra o relógio, as equipes passaram a correr com inteligência. Implementaram protocolos que garantiam que o infarto chegasse antes da dor de dente, mas também criaram espaços para ouvir o idoso assustado que precisava de mais do que velocidade – precisava de acolhimento. Tecnologia como telemedicina e GPS não substituíram o olho no olho; pelo contrário, deram aos profissionais tempo para que pudessem ser humanos. Os 97% de satisfação dos usuários não vieram só dos 15 minutos salvos em cada emergência, mas da sensação de que, naquele momento de fragilidade, alguém havia se importado.
Hoje, o SAMU Médio Paraíba mostra que eficácia e humanização não são escolhas opostas – são dois lados da mesma moeda quando se entende que atender bem é também escutar, prevenir e cuidar dos que cuidam. Esse legado vai além dos 40% de tempo reduzido: é a prova de que um serviço público de excelência se constrói quando enxergamos, em cada chamada, não um número, mas uma vida que espera por ajuda – e por dignidade.
Os resultados revelaram uma transformação significativa no serviço do SAMU 192. O tempo médio de resposta caiu 40% – de 37 minutos em 2022 para impressionantes 22 minutos em 2024. Nas emergências mais críticas (classificação vermelha), a redução foi ainda mais expressiva: de 27 minutos para apenas 17 minutos. Mas os números que mais nos orgulham são os que refletem a qualidade humana do atendimento: 97% de satisfação entre os usuários em 2024, fruto de um trabalho que soube equilibrar eficiência e acolhimento. Essas conquistas foram possíveis através de mudanças profundas: a implementação da triagem protocolada permitiu priorizar corretamente os casos graves, enquanto a telemedicina ofereceu alternativas seguras para situações não urgentes. O monitoramento por GPS e a manutenção preventiva reduziram as falhas operacionais. O núcleo de educação permanente capacitou 100% das equipes, e o programa de reconhecimento profissional contribuíram para a melhoria dos processos. Talvez o resultado mais importante tenha sido a mudança cultural: hoje, nossos profissionais entendem que velocidade sem qualidade não salva vidas – e os números provam que é possível ter ambos. Ao final dessa jornada de três anos, descobrimos algo profundamente transformador: o verdadeiro impacto do SAMU se mede não apenas em minutos e segundos, mas nos olhos marejados de gratidão de quem recebeu ajuda no momento mais crítico de sua vida. Nossos números mostram avanços impressionantes: cortamos o tempo de atendimento em 40%, atingimos 97% de satisfação dos usuários, e transformamos a realidade de uma região inteira.
A grande lição que levamos é que excelência técnica e humanização não são opostos – são parceiros essenciais. Quando unimos tecnologia bem aplicada, gestão eficiente e, principalmente, profissionais valorizados e comprometidos, criamos um serviço que não apenas salva vidas, mas preserva dignidades. O SAMU que construímos prova que é possível sim conciliar rapidez com qualidade, protocolos com sensibilidade, e dados com humanidade. Este modelo, nascido das necessidades reais de nossa região e aperfeiçoado a cada plantão, está pronto para inspirar outras localidades – porque todo brasileiro merece um atendimento de emergência que seja rápido quando precisa ser, e sempre humano como deve ser.
Se você quer transformar um serviço como o SAMU, comece lembrando que por trás de cada chamada há um ser humano em seu momento mais frágil – e que os profissionais que atendem também precisam ser vistos em sua humanidade. Nossa maior aprendizagem foi que a verdadeira eficiência nasce quando cuidamos de quem cuida. Invista primeiro no diálogo sincero com suas equipes: pergunte o que os impede de oferecer o melhor atendimento, ouça suas frustrações e sonhos. Só então traga a tecnologia como aliada, não como patrão – sistemas devem simplificar, não complicar. Implemente protocolos como Manchester, mas com flexibilidade para a realidade local. Monitore ambulâncias, mas também monitore o cansaço das equipes. Celebre cada minuto ganho, mas nunca perca de vista que qualidade não se mede apenas em velocidade. Compartilhe dados abertamente, transforme erros em aprendizados coletivos e, acima de tudo, preserve a dignidade em cada atendimento. Lembre-se: o maior indicador de sucesso não está nos relatórios, mas no olho no olho com quem você serviu e na certeza de que, quando mais precisaram, sua equipe fez não apenas rápido, mas fez com alma.
Rua 22, 349 - Jardim Vila Rica - Tiradentes, Volta Redonda - RJ, Brasil
CADASTRO
ATUALIZAÇÃO