A oficina foi elaborada de maneira que permitisse aos atores envolvidos à reflexão sobre a relação entre a saúde mental e as condições de vida e saúde dessas populações fortalecer práticas de cuidado em saúde mental e promoção da saúde e estimular o diálogo e o desenvolvimento conjunto (populações acampadas e assentadas e profissionais de saúde) de práticas de saúde. A proposta desse projeto se baseou nos princípios da educação popular em saúde e, nesse sentido, foi orientada por uma metodologia dialógica, pelo conhecimento crítico da realidade, pela valorização dos saberes locais, da relação entre teoria e prática, e da articulação dos diversos atores sociais. Para tal, foram utilizadas exposições dialogadas, rodas de conversa, oficinas práticas, visitas para intercâmbio de experiências e vivências com práticas e grupos. Também foram utilizados vídeos documentários, dramatização, integração cultural etc. A oficina contou com a participação de duas turmas, contendo em cada uma três (3) etapas presenciais e etapas locais (em assentamentos e acampamentos), envolvendo ao todo cerca de 140 participantes 70 lideranças de saúde do MST e 70 profissionais da atenção primária e/ou saúde mental das redes públicas de saúde dos municípios mineiros onde estão situados os assentamentos e acampamentos (respectivamente 35 lideranças do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e 35 profissionais de saúde em cada turma). Um dos produtos desta experiência será a produção de uma cartilha com uma linha de cuidados em saúde mental, onde serão contempladas as diferentes práticas abordadas durante os encontros, tanto aquelas desenvolvidas pelas populações do MST quanto aquelas desenvolvidas pelo Sistema Único de Saúde.
Este trabalho trata-se de um relato da experiência do projeto: Oficina de educação popular em saúde mental para populações assentadas e acampadas em projetos de reforma agrária de Minas Gerais iniciada em novembro de 2012 e concluída em novembro 2013. O projeto foi desenvolvido pela Escola de Saúde Pública do Estado de Minas Gerais (ESP/MG) em parceria com o Setor de Saúde do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Consistiu na realização de Oficinas que teve como público participante militantes do MST, trabalhadores e gestores do SUS.
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