- Saúde Mental e Atenção Psicossocial
Elaine Cristina Fontes
- 25 out 2024
A dependência química é um fenômeno mundial que gera diversas consequências para o dependente e para as pessoas com quem convive, seja no âmbito físico, psíquico ou social. No campo físico, causa doenças que podem levar à morte; no psíquico, dependência psicológica; e no social pode causar problemas no relacionamento familiar, no trabalho e com o sistema judiciário.
A musicoterapia vem se consolidando como coadjuvante no tratamento e atenção aos usuários de substâncias psicoativas em instituições públicas, clínicas especializadas e comunidades terapêuticas. Dentro de um programa de tratamento, a aplicação da musicoterapia pode ser feita tanto na área sonoro musical quanto na área de expressão e movimentação. O som musical, integrado no sistema de representações que lhe confere poder específico, surpreende não só porque intervém diretamente no estado de consciência do indivíduo, mas também por sua capacidade de influenciar coletivamente o comportamento das pessoas
A musicoterapia também tem como objetivo oferecer através das experiências musicais, o aumento das possibilidades de existir e agir, nas várias áreas de prática do âmbito da saúde e de transformação de contextos sociais e comunitários. Assim, as intervenções musicoterapêuticas podem ser indicadas para o tratamento de usuários de substâncias psicoativas.
A música dentro deste tema é utilizada para ajudar na comunicação ou até mesmo para dar voz aos indivíduos, proporcionando acolhimento e dando espaço para falar de conflitos, necessidades, lembranças, medos e/ou emoções, provenientes da consequência do uso das substâncias ou até mesmo de traumas mais antigos que consolidaram para que o indivíduo buscasse alento no uso das drogas.
próprios, tem-se uma questão importante de empoderamento. Muitos dependentes químicos relatam sofrer com baixa autoestima e o ato de escolher a música pode mostrar a eles que são capazes de ter o controle sobre as escolhas nas suas vidas. O musicoterapeuta pode notar uma reflexão intensa sobre as palavras que estão sendo cantadas quando muitos participantes da sessão de musicoterapia externam sentimentos e emoções durante as músicas por meio de lágrimas ou sorrisos
A musicoterapia utilizada neste estudo pode ser definida como a utilização da música e/ou seus elementos (som, ritmo, melodia e harmonia) por um musicoterapeuta qualificado, com um cliente ou grupo, em um processo facilitador e promotor de comunicação, relação, aprendizagem, mobilização, expressão, organização e de outros objetivos relevantes, no sentido de alcançar necessidades físicas, emocionais, mentais, sociais e cognitivas.
Alguns estudos apontam que após uma hora de musicoterapia acontece redução “significante nas médias dos níveis de cortisol salivar”. Deste modo, a pesquisa sugere que a musicoterapia pode reduzir de forma importante o estresse de dependentes químicos.
Os tratamentos médicos e psicológicos para dependentes químicos podem ser longos e complicados. Para tornar o processo mais simples, é possível usar a dança, música e arteterapia, que apresentam uma interação entre tratamentos convencionais e alternativos e podem contribuir para saúde física e mental das pessoas. Estas terapias podem trazer benefícios e, com os tratamentos medicamentosos, facilitar a reinserção dos pacientes na sociedade.
A musicoterapia restabelece funções e desenvolve potenciais por meio da música, ajuda no tratamento porque resgata a história do paciente, fortalecendo sua identidade por meio de relações sonoro-musicais e diminuindo sua ansiedade. Com isso, ameniza as fissuras e a concepção de recaída do usuário, proporcionando um momento de alívio e de saúde.
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