Monitoramento e Busca Ativa na Imunização Dos Quilombolas em São Luís Gonzaga do Maranhão

Este trabalho visa indagar as ações de imunização no município de São Luís Gonzaga do Maranhão, cidade com cerca de 20.000 (vinte mil) habitantes, possuindo várias fronteiras com outras cidades, com em torno de 200 (duzentos) povoados, onde 20 (vinte) destes povoados são certificados como comunidades quilombolas pela fundação palmares. Comunidades estas com suas particularidades, diferentes acessos e abrangências, possuindo 1.359 pessoas consideradas quilombolas segundo o Ministério da Saúde. Neste contexto, a pergunta que nos norteia é: qual o impacto da imunização nas comunidades quilombolas? E quais têm sido as estratégias para adesão e abrangência deste público? Sabemos que a prevenção é um fator fundamental no combate das doenças, e a imunização tem papel fundamental neste sentido, com o surgimento da COVID-19 e também das vacinas contra essa doença, a importância da imunização ficou ainda mais ressaltada e reconhecida. Assim, ao decorrer deste contexto, iremos ressaltar o trabalho desenvolvido pela coordenação e equipes de imunização do município de São Luís Gonzaga do Maranhão, além de outros atores que tem seu papel fundamental. Profissionais estes, que atuaram/atuam enfrentando diferentes desafios como períodos chuvosos que ocasionam cheias nos acessos, fake news sobre as vacinas, resistência na adesão da população, e que também se sobressaem/sobressaíram com estratégias, dedicação, amor ao próximo.

Na observação diária o fator mais relevante como desafio, foi a questão de fronteira do território com outros municípios, visto que em determinadas ocasiões era mais rápido/perto o indivíduo se locomover para outro município do que para a unidade básica de saúde mais próxima da sua região, assim, se fez/faz necessário a identificação antecipada do público alvo e suas necessidades de saúde/imunização com abrangência nos quadrimestres e sua busca ativa. Fatores geográficos como a questão das estradas e fatores de natureza como as chuvas que provocaram/provam as cheias nas regiões também interferiram, assim, foi necessário priorizar inicialmente algumas comunidades de difícil acesso durante o período chuvoso, ou mesmo até profissionais tendo que enfrentar este período chuvoso para conseguir acesso ao público alvo. Fatores culturais, sociais e fake News também influenciaram de forma negativa, desta forma, foi necessário persuasão através de conversas, palestras, combatendo as fakes News para uma maior capitação do público. As faltas de imunobiológicos também dificultaram/dificultam a execução do serviço, nestes casos o maior aproveitamento possível das doses são necessárias, dias específicos para a realização de algumas vacinas são necessários.

Os sistemas de registros vacinais utilizados atualmente ainda são defasados, o que causa uma discrepância das informações realizadas, visto isto, uma atualização nos sistemas de registro como SIPNI se faz necessário. Como visto na campanha vacinal contra a COVID-19, onde fora utilizado um sistema especifico, visto que não se tinha a confiabilidade no sistema de registro da rotina. Outro fator necessário, a criação de esquipes estaduais/federais de imunização, visto que a demanda das equipes da AB são várias e não há nos municípios equipes exclusivas para imunização, com a criação de equipes com esse objetivo ou incentivos/financiamentos para profissionais se dedicarem exclusivamente já teria algum êxito. Divisão de acordo com a demanda, baseado na utilização de doses das vacinas, identificar e estabelecer quantitativos a serem destinados a cada município, visto que muitos perdem doses por vencimento ou não utilização, criando metas para solicitação de novas remessas e assim tornando a destinação final mais eficaz.

Neste contexto, vimos que as demandas dos municípios (principalmente aquele de menor porte, da região nordeste e com demanda de atuação com comunidades quilombolas) são inúmeras, bem como das coordenações de imunização e dos profissionais de enfermagem que trabalham nela ou em conjunto com ela, são de grande valia para o cenário da saúde brasileira. Profissionais estes que se sobressaem em suas atuações do cotidiano e que em suma maioria não recebem salários condizentes com suas responsabilidades e dedicação, e que em muitos casos não atuam com insumos/epis adequados, como o ditado diz “tirando leite de pedra”, assim, no contexto atual cabe ao Ministério da Saúde e/ou secretarias estaduais de saúde começarem a olhar de forma diferenciada para essas coordenações e categoria profissional da enfermagem. Neste cenário, a enfermagem é fundamental, temos que valoriza-la pelo conhecimento científico, especializado e habilidades de cuidados dos seus profissionais. Porque sem enfermagem, não existe imunização e/ou não existe saúde.

Principal

GILSON LIMA GOMES

Coautores

ALDAIR FERREIRA DE ARRUDA, ANGELICA DO NASCIMENTO SANTOS, ANNA BEATRIZ LIMA SILVA, FABRICIO BARROS FERREIRA, FLAVIA DE NAZARE OLIVEIRA LACERDA, GRACINANDYS CONRADO DA SILVA, JEAN ALBERTO DAMASCENO RIBEIRO, LIOMARA DE SOUZA NOGUEIRA, MARIA THAIANE DE OLIVEIRA SILVA , MYRELA ALANNA DA SILVA BRITO, ROSEANE DA SILVA SANTOS, TARCISIO SANTOS DA SILVA, VERA LUCIA DE OLIVEIRA SILVA, ANNE FRANCYELLE FERREIRA DO CARMO, CLAUDIA SILVA LIMA GOMES, CLEMILDA DOS SANTOS CHAVES, CONCEIÇÃO DE MARIA NUNES DE SOUZA, GILVANETE AGUIAR DE CASTRO, IOLANDA BORGES SANTOS, JARDIELE DE CARVALHO DA SILVA, JOÃO BATISTA OLIVEIRA FILHO, LUCIANE BORBA CURVINA, MARIA DA CONCEIÇÃO COSTA, MARIA SAMARA FRANÇA DE SOUZA, MARINA CANTANHEDE OLIVEIRA, MAYARA CAROLINE RODRIGUES, SURAMA MARIA RAMOS, FRANCISCA SOUSA LEAL, GIOVANNA TEREZA RAPOSO NANI PEREIRA, MARCIA REGINA SOUZA BATISTA

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23 dez 2023

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23 dez 2023

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