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Matriciamento. Saúde Mental e Atenção Primária produzindo vida nos territórios onde a vida acontece.

O município de Pirai possui grande extensão territorial e áreas distantes do centro, onde se localiza o serviço de Saúde Mental CAPS Reviver, Ponto de Atenção da RAPS, referência para o cuidado neste campo da saúde. Coloca a integração da Saúde Mental na Atenção Primária à Saúde, enquanto Política de Saúde Mental, fundamental. Esta pauta sempre foi prioridade no planejamento das ações do Programa de Saúde Mental.
Estudos realizados desde 2020 abordam a relevância de potencializar e fortalecer a Atenção Primária à Saúde para manejar as questões relacionadas ao sofrimento psíquico da população decorrentes da pandemia. O Trabalho iniciou-se em novembro de 2022 em uma Unidade de Saúde da Família- USF e em junho de 2023 em outras duas Unidades. Segue em curso e aponta potência para ser iniciado em outros territórios.

Entre 2020 e 2022 percebemos necessidade de rever estratégias de Matriciamento em curso, e redirecionar o modelo de ação considerando aumento da demanda para acompanhamento psicológico e psiquiátrico no CAPS pós pandemia. Esta realidade nos convidou a: Potencializar as Equipes da APS no cuidado em Saúde Mental no território a partir de uma lógica psicossocial e da clínica ampliada.
– Identificar ações realizadas pelas equipes no território e potencializá-las.
– Fomentar novas estratégias e dispositivos de intervenção e cuidado em Saúde Mental no território.
-Executar ações compartilhadas enquanto ferramenta de Educação Permanente em Saúde.
-Instituir espaços de discussão de casos de sofrimento psíquico, visando a corresponsabilização do cuidado.
-Desconstruir estigmas ligados à saúde mental.
– Apresentar e implementar, na discussão dos casos, instrumentos e novas tecnologias para produção de cuidado.
-Instrumentalizar as equipes da APS com ferramentas de tecnologia leve.
– Estabelecer fluxos e protocolos de encaminhamento para Saúde Mental que não produza conduta patologizante centrada na medicação.
-Evitar medicalização do sofrimento de vida.

Com início da proposta temos constatado qualificação dos encaminhamentos, ou seja, os casos direcionados ao CAPS são caracteristicamente casos graves: Depressão e ansiedade graves, psicoses, ideação e/ou tentativas de suicídio, uso prejudicial de álcool e outras substâncias, uma vez que demandam cuidado por equipe multidisciplinar de CAPS.
As respostas da equipe médica, através de Formulário Google FORMS, aponta que a experiência em curso tem produzido ganho de repertório para lidar com as diversas problemáticas de saúde mental, aproximação a diferentes formas de abordagem e ganho de segurança para o manejo dos casos. Referem sentirem-se apoiados na triagem de pacientes conforme gravidade, bem como na decisão quanto a necessidade ou não de conduta medicamentosa.
Tem sido possível observar durante as ações conjuntas, e no trabalho durante a permanência do profissional Matriciador na unidade, disponibilidade dos profissionais para compartilhamento do cuidado, implicação da equipe no caso e repertório amplo para manejo das questões de saúde mental, nem sempre identificado pelos próprios profissionais da APS. As respostas da equipe médica têm revelado também que se constituem desafios para ações de saúde mental na APS: O tempo das consultas, número de atendimentos/consultas diárias, a continuidade do cuidado, a falta de dispositivos de cuidado em saúde mental para além das consultas, entretanto este fato aponta demanda a ser desenvolvida pelas equipes de Saúde Mental e APS.

Os resultados observados revelam que a integração da Saúde Mental na APS enquanto política pública, é uma estratégia factível, imprescindível para construção de novas práticas em saúde mental produtoras de acolhimento para os sofrimentos da vida, abordagens despatologizantes e ações promotores de vida e de cuidado nos territórios onde as pessoas vivem, identificando os recursos individuais e coletivos.
A discussão dos casos e atendimentos compartilhados vem expandindo as possibilidades da clínica ampliada, considerando aspectos biopsicossociais para além dos sinais e sintomas apresentados pelo usuário, que busca cuidado nas USF, porta de entrada da rede de saúde, e identificar necessidade de ações intra e intersetoriais. A relação horizontal entre as equipes fomenta o diálogo necessário para vínculo entre saúde mental e atenção primária, considerando que ambas as políticas atuam a partir da territorialidade, cuidado centrado na pessoa, longitudinal e de forma integral. A inserção do profissional de Saúde Mental no cotidiano da Unidade oportuniza ações compartilhadas em ato, possibilitando ações resolutivas e produtoras de conhecimento para ambas as equipes envolvidas. Importante que todas as equipes dos Serviços de Saúde Mental invistam no Matriciamento enquanto ferramenta potente de fortalecimento das Redes de Atenção Psicossocial. Todos os Técnicos de Saúde Mental, independente da categoria profissional, podem ser agentes deste processo de potencializar as equipes da APS.

Principal

Fatima Regina da Silva Souza

fatima.regina.souza@hotmail.com

Coordenadora de Saúde Mental

Coautores

Fatima Regina da Silva Souza Rosa Maria Martins Thais de Oliveira Brasil

A prática foi aplicada em

Piraí

Rio de Janeiro

Sudeste

Esta prática está vinculada a

Secretaria Municipal de Saúde - Programa de Saúde Mental

CAPS Reviver - Rua Bulhões de Carvalho Nº 1241 - Bairro Casa Amarela. Pirai/RJ

Uma organização do tipo

Instituição Pública

Foi cadastrada por

Fatima Regina da Silva Souza

Conta vinculada

A prática foi cadastrada em

29 mar 2024

e atualizada em

29 mar 2024

Início da Execução

10/11/2022

Fim da Execução

Condição da prática

Andamento

Situação da Prática

Arquivos

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