A imunização é uma das intervenções de saúde pública mais segura, econômica e efetiva para prevenir mortes e melhorar a qualidade de vida da população, sobretudo a de maior vulnerabilidade social, contribuindo para a redução da mortalidade infantil, que é um dos objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS) da Agenda 2030.
Apesar da importância que as vacinas têm na prevenção de doenças, principalmente na infância, muitas crianças deixam de ser vacinadas pelos mais diferentes fatores, que vão desde o nível social e econômico do país até causas relacionadas a crenças, superstições, mitos e credos religiosos. A propagação de fake news, diante de um cenário de retrocesso, nos últimos anos, quando foram registrados os piores índices de coberturas vacinais do Brasil, é um dos fatores que impactou na adesão da população às campanhas de imunização. A desinformação pode atingir um novo estágio, uma vez que os compartilhamentos possibilitados pelas redes sociais facilitam a veiculação de notícias falsas que induzem ao erro, o que tem colocado em risco a saúde de toda a população brasileira, que tem presenciado a volta de epidemias de doenças erradicadas no século passado, a exemplo do sarampo e poliomielite.
O município de São Francisco está localizado no alto sertão Paraibano, possui uma população de 2.602 de pessoas, conforme o último censo de 2022, sobretudo rural, com uma densidade demográfica 34,43 habitante por quilômetro quadrado. O presente trabalho teve como objetivo geral: garantir o cumprimento do calendário de vacinação de crianças no primeiro ano de vida. E específicos: fortalecer e implementar estratégias de vacinação que promovessem o acesso aos imunizantes no território municipal; realizar campanhas de comunicação estratégica para combater a desinformação acerca das vacinas em crianças, destacando a importância da imunização; e implementar e reforçar práticas seguras no processo de imunização nas UBS e nos pontos estratégicos de vacinação.
Para informar a população sobre a importância da vacinação e ampliar a cobertura vacinal das crianças no primeiro ano de vida, foram adotadas as seguintes estratégias:
• Verificação dos cartões de vacina das crianças, pela APS, a fim de avaliar a completude do esquema vacinal;
• Utilização da ficha de monitoramento e acompanhamento mensal de cobertura vacinal por imunobiológico no município, considerando a população residente com até 01 de idade, e a estimativa do percentual necessário para alcançar a meta preconizada pelo PNI.
• Acompanhamento, a partir de relatório nominal extraído do PEC,de todas as crianças de até 01 ano de idade, residentes no território para identificar as que receberam vacinas e aquelas em condições irregulares de vacinação (atrasos e/ou perdas de vacinas). As não vacinadas e/ou em situações irregulares eram visitadas pelos profissionais da APS que faziam busca ativa para efetivar a imunização das mesmas e conscientização dos pais/responsáveis.
• Ampliação do horário de funcionamento das salas de vacina em todas as UBS;
• Dia D de vacinação, mensal, em todas as UBS;
• Vacinação em domicílio para contemplar as área de difícil acesso;
• Van da Imunização (a equipe de saúde percorreu as ruas e comunidades rurais para vacinação das crianças);
• Saúde na Comunidade e Saúde no Bairro (os serviços de saúde são ofertados em algum bairro ou localidade rural);
• Divulgação das ações pelos ACS, nas redes sociais e através de carro de som;
• Ações educativas para combater as fake news e para discutir sobre a importância da vacinação;
• Encontros de educação permanente para os profissionais de saúde.
A vacinação mostrou-se uma maneira eficiente de beneficiar e salvar milhões de vidas, portanto, é de fundamental importância o fortalecimento e a implementação de estratégias que possibilitem ampliar as coberturas vacinais e garantir o cumprimento do calendário de vacinação das crianças, residentes no território.
A vacinação foi realizada em todo município, incluindo sede e zona rural, com imunizantes disponíveis nas Unidades Básicas de Saúde, em ações de vacinação volante e nos domicílios para facilitar o acesso dos usuários às vacinas do calendário básico de vacinação de crianças, tais como: BCG, hepatite B, penta, VIP, pneumo 10, rotavírus Humano (VRH), Influenza (anual), Vacina covid-19, Febre Amarela, Meningo 10 e tríplice viral.
• Aproveitamento das doses através do planejamento estratégico e logístico da APS;
• Baixa recusa pelos imunizantes;
• Destaque no programa estadual Mais Vacina, no tocante à vacinação de grupos prioritários contra influenza;
• Atingimento das metas de cobertura vacinal de quatro imunizantes: BCG, Penta, Pólio -VIP (78,95% – 96,97%) e rotavírus;
• Nos demais imunizantes, embora não alcançando as metas estabelecidas, a cobertura vacinal foi superior a 60%;
• Pontuou no indicador do Selo Unicef referente à imunização.
A equipe de saúde deve estar atenta e planejar ações que visem solucionar grande parte das dificuldades enfrentadas pela população para vacinar seus filhos, além de orientá-la quanto à importância da vacinação, sua segurança, eficácia e possíveis efeitos adversos, a fim de aumentar a adesão ao método, contribuindo, assim, para a melhoria da qualidade de saúde de todos.
O planejamento antecipado de ações e atividades de vacinação conduziu a uma vacinação mais efetiva e, por conseguinte, a uma proteção mais eficaz da saúde da população francisquense.
Câmara Municipal de São Francisco - Rua Seledon Pereira Lopes - Centro, São Francisco - PB, Brasil
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