- Vigilância em Saúde
Dangelo dos Santos Silva
- 23 set 2023
FINALIDADE DA EXPERIÊNCIA: Avaliar a distribuição espacial e temporal do vetor da dengue Aedes aegypti no bairro Jardim América em Piumhi (MG), visando a geração de índices de vigilância entomológica.
DINÂMICA E ESTRATÉGIAS DOS PROCEDIMENTOS USADOS: O bairro Eliza Leonel fica situado na parte periférica do município e foi escolhido para a instalação das ovitrampas por ser um bairro com Índice de Infestação Predial (IIP) elevado em relação aos demais bairros do município. A ovitrampa é uma armadilha composta por um recipiente preto com quatro perfurações na sua parte mediana, possui aproximadamente 1L, sendo instalada com uma palheta de madeira compensada de 3 x 12 cm, presa por um clipe em seu interior. Para sua instalação foi adicionado 300 mL de água e adicionado um pellet de ração, para atrair as fêmeas grávidas. Durante a visita domiciliar dos agentes de combate a endemias (ACE), o morador foi orientado sobre a pesquisa que realizada no bairro e a importância desta para uma melhor vigilância do vetor, solicitando a permissão para que fosse instalada uma ovitrampa em sua residência e o retorno do ACE semanalmente para leitura e inspeção da armadilha. Foram instaladas 50 ovitrampas numeradas nos 26 quarteirões existentes no bairro.
A distribuição das armadilhas nas residências obedeceu o critério da distância máxima uma raio de 200 metros de outra ovitrampa segundo recomendações dos manuais do Ministério da Saúde. As ovitrampas foram etiquetadas e identificadas, sendo suas paletas e infusão substituídas semanalmente. Durante a vistoria das ovitrampas o agente contava com uma planilha de continha a identificação dos endereços (rua, número, número da quadra) e também o código de identificação da ovitrampa. O código de identificação da ovitrampa é o item mais importante na metodologia, pois aponta o local exado de cada armadilha que vai gerar os IAOs. Criação do código tem relação com o endereço e nº da quadra do imóvel, se a ovitrampa está instalada no quarteirão de nº 20 rua Conselheiro Lafaiete e no imóvel de nº 25 o código será Q20CL25 (Q20= quadra nº 20, CL= Conselheiro Lafaiete, 25= número do imóvel). Também foi comparado a precipitação durante a implantação do método (opcional). As paletas retiradas eram levadas a sede do setor de endemias para posterior analise e contagem dos ovos com ajuda de um contador analógico manual e uma lupa de entomológica manual 45X (Opton modelo NSZ-405).
INDICADORES/VARIÁVEIS/COLETA DE DADOS: (i) Instalar ovitrampas nos imóveis e realizar leitura semanalmente
A ovitrampa é uma armadilha específica para fêmeas de mosquito que foi desenvolvida para capturar ovos de culicídeos tanto em período sazonal de chuva quanto em período de estiagem. Através da ovitrampa é possível monitorar o Aedes aegypti e apontar seu índice de infestação predial (IIP) em um bairro ou cidade. É um método de controle mais sensível do que a pesquisa larvária (EIRAS, 2002). Os índices entomológicos calculados no uso das ovitrampas são chamados de Índice da Armadilha de Oviposisão (IAO), para mensurar a distribuição temporal e espacial em um determinado local. Os IAOs são divididos em (i) Índice de Positividade de Ovitrampa (IPO), (ii) Índice de Densidade de Ovos (IDO), e o (iii) Índice de Densidade Vetorial (IDV). Não há na área da entomologia médica uma classificação sobres os valores dos IAOs a respeito de seus valores altos ou baixos, porém, verificando os valores conjuntos é possível identificar o perfil da infestação local (OLIVEIRA, 2013).
Diante dos dados obtidos nesta pesquisa é sugerido a introdução do método de monitoramento pelo setor de endemias do município de Piumhi em outros bairros com IIP elevado e com maior ocorrência de casos de Dengue.
Rua Padre Abel, 322, Piumhi - MG, Brasil
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