Apresentação:
Embora a redução na taxa de mortalidade por doenças cardiovasculares relacionadas a avanços na prevenção primária seja tendência mundial, esta é mais pronunciada em países desenvolvidos, onde é possível ter acesso ao tratamento adequado em tempo hábil. Segundo o Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde [Datasus], o IAM foi detectado como a primeira causa de mortalidade no Brasil, responsável por 6,4% dos óbitos em 2022. Igualmente, no estado do Rio de Janeiro, o IAM foi a primeira causa de morte em unidades hospitalares, no mesmo ano. A elevada mortalidade no sistema público de saúde brasileiro pode ser atribuída às dificuldades no acesso do paciente com IAM às medidas terapêuticas estabelecidas para a doença. Conforme a maioria das experiências já relatadas, para realizar um tratamento adequado do IAM, se torna necessária a integração de equipes, induzindo a criação de sistemas ou linhas de cuidado para otimizar o atendimento ao paciente. No município de São Gonçalo as doenças cardiovasculares representaram 9% das causas de óbito em unidades hospitalares, sendo o quarto município com maior mortalidade no estado do Rio de Janeiro. Fato este, que motivou na gestão municipal a implantação da linha de cuidado ao IAM, a fim de otimizar o atendimento aos pacientes, desde o diagnóstico precoce até o tratamento adequado e em tempo hábil.

Objetivos:
Descrever o processo de implantação da Linha de Cuidado do IAM no município de São Gonçalo/RJ, Objetivo específico: Apresentar os impactos da implantação da Linha de Cuidados do IAM na mortalidade hospitalar.

Metodologia:
O presente estudo trata se de um relato de experiência sobre a implantação da linha de cuidado do IAM no município de São Gonçalo. Em março de 2023, com a Subsecretaria de Atenção Hospitalar, Urgência e Emergência sob nova gestão, a implantação da Linha de Cuidados do IAM tornou-se um dos pontos de atenção, visando aprimorar a qualidade, acessibilidade e eficiência dos sistemas de saúde como inovação ao processo assistencial. Nesse processo, foram identificadas 06 etapas: definição dos pontos de atenção na rede para o cuidado do IAM; implantação do sistema de tele-eletrocardiologia; administração de trombolítico na porta de entrada das urgências; capacitação e motivação das equipes; melhorias no processo de regulação; e repactuação da grade de referência da rede de atenção as urgências. As ações desenvolvidas ao longo dessas etapas estruturou o atendimento ao IAM, garantindo integração entre níveis de complexidade e maior agilidade no tratamento, possibilitou a realização do eletrocardiograma pré-hospitalar, reduzindo o tempo para diagnóstico e decisão terapêutica, assegurou o início precoce do tratamento, aumentando a eficácia na reperfusão do miocárdio, melhorou o conhecimento e engajamento dos profissionais, otimizando o manejo de pacientes com dor torácica e SCA, facilitou o direcionamento rápido dos pacientes dentro da rede, reduzindo atrasos no atendimento e fortaleceu as UPAs como porta de entrada principal para casos suspeitos, garantindo fluxo assistencial eficiente.