HORTAS COMUNITÁRIAS NAS UAPS: CARTILHA COM MANUAL PRÁTICO PARA INSTALAÇÃO

As Unidades de Atenção Primária de Saúde (UAP) desempenham um papel crucial na saúde pública, atuando como equipamentos que promovem a saúde por meio de ações de prevenção de doenças e agravos. Por serem unidades focadas na prevenção, é essencial que realizem atividades que busquem uma atenção mais holística ao indivíduo, afastando-se do modelo biomédico tradicional e promovendo práticas que considerem a saúde em seu sentido mais amplo, não apenas os aspectos biológicos.
As hortas comunitárias presentes nas UAP, ou até mesmo nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), têm se mostrado como uma dessas práticas que agregam diversos aspectos positivos. Elas contribuem para a educação, inspiram o cuidado, transformam a paisagem do território e geram bem-estar, além de outras potencialidades.
A elaboração de uma cartilha onde apresentamos um tutorial prático sobre como implantar uma horta comunitária na sua unidade de atenção primária ou centro de atenção psicossocial surge como uma ferramenta norteadora para a implantação da horta e para o uso nas atividades em grupo de educação em saúde. Nela orientamos passo a passo sobre o cultivo, cuidado e colheita dos produtos. Fornecemos informações sobre o local, os recursos, as práticas de cuidado, os períodos, entre outros aspectos. Também abordamos como essas atividades podem ser introduzidas aos usuários, tornando-se uma prática educativa, pedagógica e terapêutica.
O uso das hortas como práticas relevantes para o cuidado da saúde da comunidade tem como objetivo a promoção da saúde de forma abrangente, incluindo a saúde mental, o fortalecimento da segurança alimentar e nutricional, e a educação em saúde ambiental. Além de tornar o ambiente mais saudável, as hortas constituem uma prática integrativa e complementar em saúde (PICS), fortalecendo o vínculo com os profissionais de saúde e a unidade, além de promover a participação social.
A cartilha, por sua vez, surge como recurso para conscientizar e promover a implantação de hortas nas unidades de saúde básica. Atualmente, não há material semelhante publicado pela área de Saúde. Oferecemos orientações básicas e úteis sobre o cultivo de hortaliças e plantas medicinais, além de abordar temas importantes para serem introduzidos nas atividades, a fim de promover todos os benefícios à saúde que essas práticas podem proporcionar.
A Coordenadoria Geral de Atenção Primária (CGAP) da AP 5.1 é responsável pela gestão dos serviços de saúde das áreas de Bangu, Campo dos Afonsos, Deodoro, Gericinó, Jardim Sulacap, Magalhães Bastos, Padre Miguel, Realengo, Senador Camará e Vila Militar. Essa abrangência inclui 27 Clínicas da Família e Centros Municipais de Saúde, além de três Centros de Atenção Psicossocial (CAPS).
As hortas comunitárias são implementadas nas dependências das unidades de saúde por profissionais que se identificam com a atividade, contando com o suporte do biólogo Misael, da Divisão de Ações e Programas de Saúde da CAP 5.1. Essas hortas também são aproveitadas pelas Estratégias de Saúde da Família (ESF) em atividades em grupo de educação em saúde.
A cartilha foi desenvolvida para auxiliar na construção e manutenção das hortas nas unidades, além de propor atividades para serem realizadas com os usuários. O material é distribuído nas Unidades de Atenção Primária (UAPs) e nos CAPS.

As hortas possibilitam atividades com os usuários das Unidades de Atenção Primária de Saúde (UAP), funcionando como uma estratégia de implementação das Práticas Integrativas e Complementares de Saúde (PICS), pois integram elementos fundamentais dessas práticas.
Essas hortas não apenas facilitam o acesso a plantas medicinais e fitoterápicos pelos usuários do SUS, mas também fortalecem e ampliam a participação popular e o controle social.

As hortas foram implementadas, até o momento, em 14 unidades de saúde: CF Antonio Gonçalves, CF Armando Palhares, CF Faim Pedro, CF Kelly Cristina, CF Maria José, CF Nildo Aguiar, CF Padre John, CF Rosino Baccarini, CF Wilson Mello, CMS Alexander Fleming, CMS Athayde, Bua Boanerges, CMS Catiri, CMS Dr. Eithel Pinheiro, CMS Henrique Monat, CMS Masao Goto, CMS Padre Miguel e CMS Waldyr Franco.
A avaliação das atividades relacionadas ao desenvolvimento da horta, tanto por parte dos profissionais quanto dos usuários, é de extrema importância para a continuidade, expansão e aprimoramento do projeto. Este projeto visa promover a saúde e o bem-estar dos usuários, e o feedback é essencial para verificar se estamos atingindo esses objetivos.
A seguir, são apresentados relatos de profissionais das Unidades de Atenção Primária que utilizam as hortas como ferramenta para cuidado em saúde:

“Paciente queria parar de tomar medicação de saúde mental , foi orientada para participar da academia Carioca, no dia da inauguração conheceu a horta, foi acolhida pelo grupo, hoje ajuda e diz se sentir muito bem”.
– Sandra Fusquino da Silva Aciole – ACS- CMS Athayde.

“Chegou na unidade dopada, sem tratamento. Foi orientada no consultório a participar da Horta. Foi acolhida pelo grupo, hoje toma as medicações corretamente. Diz se sentir muito bem”.
– Silvia Lima Cavalcante – ACS- CMS Athayde.

A horta se configura como uma estratégia importante para abordar diversos aspectos da saúde da população atendida nas Unidades de Atenção Primária à Saúde (UAPs), alinhando-se aos princípios da Saúde Planetária. Ela promove uma sociedade mais sustentável e saudável, incentivando a conservação ambiental e interagindo com os diversos determinantes da saúde. Ao incentivar hábitos alimentares saudáveis, a horta contribui para a redução do surgimento de doenças crônicas, além de fortalecer o resgate de conhecimentos tradicionais e populares por meio das redes de troca de saberes nos espaços comunitários.
As mudanças climáticas, agravadas pelo aquecimento global, resultam em desastres ambientais mais frequentes, dificuldades no acesso a alimentos saudáveis, causando impactos significativos na saúde humana.
Além de possibilitar o acesso a alimentos orgânicos de baixo custo e fácil acesso no ambiente intradomiciliar, a horta incentiva a participação das famílias e da comunidade na construção de espaços saudáveis. Dessa forma, a horta se configura como um recurso importante na promoção da saúde dos usuários da Atenção Primária à Saúde, abrangendo diversas questões de saúde e contribuindo diretamente para a Saúde Planetária.

autor Principal

Misael Medeiros da Silva

misaelmdasilva@gmail.com

Apoiador Institucional da DAPS

Coautores

Misael Medeiros da Silva e Lorena Valadares Peixoto Lovera de Freitas

A prática foi aplicada em

Rio de Janeiro

Rio de Janeiro

Sudeste

Esta prática está vinculada a

Avenida Carlos Pontes - Jardim Sulacap, Rio de Janeiro - RJ, Brasil

Uma organização do tipo

Instituição Pública

Foi cadastrada por

Lorena Valadares Peixoto Lovera de Freitas

Conta vinculada

24 mar 2025

CADASTRO

24 mar 2025

ATUALIZAÇÃO

01 mar 2024

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