A educação permanente em saúde surge como estratégia inovadora para a gestão do trabalho, uma vez que se propõe a reordenar as práticas, promovendo mudanças no processo cotidiano de trabalho das equipes de saúde, com base no diagnóstico das necessidades específicas dos territórios e de seus trabalhadores, ampliando o conhecimento e os saberes existentes e desenvolvendo uma postura ativa de transformação dos profissionais. Ainda na perspectiva da educação, estão estabelecidas diretrizes curriculares nacionais para a formação dos profissionais, com perfil e competências orientados pelos princípios e diretrizes do SUS através de experiências de ensino desenvolvidas em cenários concretos de prática. Por fim, como política e estratégia para a mudança das práticas de saúde, essa deve contar com a participação dos envolvidos: gestores, formadores, trabalhadores da saúde e pessoas envolvidas em movimentos sociais e no controle social a fim de garantir uma maior efetividade desta política.
Implantar capacitações mensais que se incorporem às atividades de trabalho e ao cotidiano dos profissionais e das organizações, possibilitando a melhoria no desempenho profissional, bem como a satisfação pessoal, tanto do servidor quanto do usuário, o presente relato de experiência descreve a realização de oficinas de capacitação em educação permanente com os profissionais da Atenção Básica do município de Doutor Severiano (RN), que se dividiu em quatro etapas. A primeira etapa se deu através da confecção de um diagnóstico situacional com levantamento das necessidades de saúde da população e dos profissionais em saúde, visando a construção de um cronograma para capacitações mensais. Na segunda etapa, houve a definição dos profissionais responsáveis pela realização destas. A terceira etapa se constituiu na realização das capacitações, e, por fim, a quarta etapa se deu através da realização de reuniões posteriores à cada capacitação para análise dos pontos à serem melhorados.
Destaca-se a alta participação dos profissionais de saúde durante às capacitações com participação efetiva através da exposição de questionamentos e experiências do cotidiano profissional, e o alto empenho dos profissionais na elaboração de protocolos de abordagem, acolhimento, produção do cuidado e corresponsabilização, com destaque à abordagem simples e dinâmica que proporciona a transmissão de conhecimento apoiada em um conceito de “ensino problematizador”, que se insere de maneira crítica na realidade e sem superioridade do educador em relação ao educando, sendo esta uma condição indispensável para o trabalhador de saúde, gestor ou usuário do sistema de saúde mudar ou incorporar novos elementos à sua prática e necessidades de saúde.as necessidades de aprendizagem das equipes do Programa Saúde da Família deverão comtemplar o acesso a novos conhecimentos para que estes estejam aptos às mudanças de paradigmas dentro do atual contexto, resultando no confrontamento de diferentes e complementares experiências entre a equipe de saúde e a comunidade através da adequação às necessidades loco-regionais e utilização de todos os recursos potenciais, de forma a comprometer-se, sobretudo, com a promoção da saúde.
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