- Atenção Primária à Saúde
Mateus Emanuel da Silva Santos
- 22 maio 2024
Observou-se em São José a carência de um serviço de atendimento, em saúde, para pessoas em situação de violência sexual, principalmente, crianças e adolescentes. Necessitava-se de um serviço que oferecesse o acolhimento com escuta qualificada, o acionamento dos órgãos necessários para promover a proteção e o atendimento e acompanhamento de pessoas em situação de violência sexual, objetivando apoio, orientação e a elaboração psíquica em casos de possíveis traumas, ou em casos onde a pessoa em situação de violência não consegue dar continuidade as suas relações sociais com qualidade de vida, além de promover o atendimento de saúde física através de exames e tratamentos. A continuidade do atendimento de saúde, conforme pactuado em protocolo, deve ser realizada pelo município de origem da vítima, que se responsabilizará também pelo acompanhamento psicossocial. Diante disso, foi implementado o Centro de Atenção a Crianças e Adolescentes em Situação de Violência Sexual de São José (SC).
O objetivo do Cavs é garantir às crianças e aos adolescentes (0 a 19 anos), residentes em São José, atendimento integral nas situações de violência sexual. Visando a assistência às situações ocorridas em um período de até 12 meses, evitando revitimi Os encaminhamentos são feitos pelos serviços municipais de saúde por meio da ficha de notificação/investigação de violência interpessoal/autoprovocadahospitais, além de hospitais, conselho tutelar e serviço de proteção e atendimento especializado a famílias e indivíduos (PAEFI). A Vigilância Epidemiológica monitora, semanalmente, as notificações de violência recebidas por fluxo de retorno com o objetivo de identificar as fichas de violência sexual e realizar os encaminhamentos pertinentes. Após recebimento do caso, é realizado acolhimento orientações gerais e, conforme a situação, sobre as testagens e exames laboratoriais. Os casos são discutidos em reunião de equipe e são realizados os encaminhamentos que se fizerem necessários.
De fevereiro de 2018 a 13 de fevereiro de 2019 foram recebidos, pelo Cavs, 129 casos de violência sexual contra crianças e adolescentes. Desses, 48 foram inseridos em atendimento psicológico. em 10 atendimentos a criança tinha menos de 1 ano 10 famílias optaram por atendimento psicológico particular 18 casos a violência não foi confirmada (cabe salientar que o serviço do Cavs não possui caráter investigativo) 12 casos de residentes em outros municípios que não puderam ser incluídos. Foram 7 situações de estupro de vulnerável. Foram encaminhados 10 casos que não se encaixavam nos critérios de inclusão no serviço. No referido período 3 responsáveis não compareceram e em 11 casos não foi possível o contato com o responsável. O Cavs passou a garantir, às crianças e aos adolescentes atendimento integral nas situações de violência sexual. Antes da implementação do serviço não havia contra referência de atendimento imediato para essas situações. Além disso, houve qualificação na rede de proteção e atendimento, principalmente, junto ao PAEFI. A articulação com o Conselho Tutelar, hospitais, escolas, entre outros que compõe a rede de atendimento e proteção também é um ponto positivo após implementação do Cavs.
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