Atuação intersetorial nos casos suspeitos de transtorno do espectro autista na primeira infância: um relato de experiência

O desenvolvimento do projeto de atuação intersetorial nos casos suspeitos de transtorno do espectro autista (TEA) primeira infância, desempenha um papel fundamental na assistência as crianças de 0 a 4 anos, considerando que essa faixa etária, não dispunha de assistência especializada no município para essa demanda, os serviços de referência mais próximos ficam em Campina Grande e na sua maioria não tem pactuação com Queimadas, outros necessitam de regulação para atendimento sem prazo determinado para acontecer, a parir da sua implantação foi possível devolver aos pais e suas criança o protagonismo do seu desenvolvimento e do seu cuidado.
Nossos objetivos são: subsidiar um espaço de acolhimento, avaliação e tratamento as crianças com algum atraso no desenvolvimento, com suspeita de TEA ou outras condições que afetem sua evolução motora, social e emocional;
Favorecer um diagnóstico assertivo, permitindo a criação de estratégias e intervenções adaptadas às necessidades específicas do indivíduo, otimizando assim os resultados; Fomentar a articulação dos setores diante das ações de prevenção, tratamento, reabilitação e promoção da saúde, para as crianças da faixa etária de 0 a 4 anos do município de Queimadas.
Capacitar as equipes que atuam na atenção primária a saúde e educação infantil, a identificar os primeiros sinais de alerta, e a intervir e encaminhar em tempo hábil aos serviços de referência existente na rede de assistência integral a criança.
Passados 6 meses de atuação, a equipe e os serviços envolvidos no trabalho desempenhado, seguem motivados, seguros e confiantes de que os impactos positivos na primeira infância dos munícipes de Queimadas, seguirá e que em breve iniciaremos as atividades de matriciamento dos casos já assistidos junto as eSF (Equipe de Saúde da Família) , e com secretaria de educação junto a educação infantil através do PSE (Projeto Saúde na Escola). Posteriormente, seguiremos com a a proposta de educação permanente, atuando na capacitação dos profissionais que atuam com esse público, para identificarem os fatores de risco e agravos.

Observando-se um aumento considerável, na busca cada vez mais intensa dos pais de crianças menores de 4 anos, por avaliações neurológicas e psiquiátricas, além de psicológicas e fonoaudiológicas de suas crianças, justificadas por atrasos no desenvolvimento motor, sinais como: não responder a ruídos altos, não acompanhar os objetos com os olhos e nem segurá-los, não expressar sorrisos, não balbuciar nada ou não emitir sons, distúrbios alimentares e do sono, além de comportamentos inapropriados para sua idade, considerando ainda, inúmeros laudos identificados nos serviços ambulatoriais do município, que evidenciavam CIDs equivocados e emitidos em única consulta médica, algumas vezes não especializadas e sem respaldo de equipe multiprofissional.
Diante do exposto, alguns membros das equipes do CAPS, Policlínica, Centro de Reabilitação, Ambulatório de Psiquiatria e Psicologia do município de Queimadas, se reuniram e elaboraram um plano de ação para intervir nas avaliações e condutas necessárias nos atrasos do desenvolvimento das crianças na faixa etária de 0 a 4 anos de idades, uma vez que essas crianças não eram perfil de atendimento em nenhuma outro serviço, além da puericultura da atenção básica até então.

Transcorridos exatos 6 meses da implantação da assistência as crianças com atraso no desenvolvimento, 42 crianças foram acolhidas pela assistente social e passaram por avaliação fonoaudiológica e psicológica, 19 foram submetidas a avaliação fisioterápica, 12 delas estão participando das atividades aquáticas, conduzidas pelo educador físico, após avaliação clinica e de pele coordenada pela enfermeira do projeto, e 21 deles já passaram por avaliação médica psiquiátrica ou neurológica. Além dos atendimentos individuais, as atividades coletivas acontecem através de oficinais terapêuticas, conduzidas pelos mesmos profissionais responsáveis pelos PTSs, entre elas estão: grupo de família, grupo terapêutico com os pais, oficinas de comunicação e expressão, oficinas de psicomotricidade, oficinas das emoções, atividade aquática.
Durante esses primeiros meses de atuação, já foi possível observar o impacto positivo do projeto primeira infância na vida crianças assistidas, duas delas já receberam alta, outras já reduziram o número de atendimentos, as famílias trazem relatos emocionados da evolução de suas crianças e da desconstrução de rótulos impostos por diagnósticos equivocados, além da segurança de seguirem confiando na proposta e acreditando na superação das dificuldades e no desenvolvimento das inúmeras habilidades que seus pequenos aprendentes tem na arte de superar seus limites e surpreender a todos.

Este projeto foi concebido e conduzido por uma equipe multiprofissional, composta por psicólogo, fonoaudiólogo, assistente social, fisioterapeuta, educador físico, enfermeira e psiquiatra, com o apoio da coordenadores dos serviços envolvidos do município. Para iniciar o projeto, foram seguidas algumas etapas. Primeiramente, foi feito um levantamento das crianças que procuraram atendimento no CAPS de referência que se enquadravam no perfil de atendimento, porém não apresentavam a faixa etária assistida naquela unidade. Em seguida, foi feito o contato e apresentada a proposta de intervenção aos responsáveis pelas crianças e conduzimos com o acolhimento e triagem dos menores através do serviço social da policlínica. Na fase seguinte, foi agendada as avaliações com os profissionais envolvidos, a depender da demanda apresentada inicialmente. Após as avaliações, a equipe multidisciplinar se reuniu para traçar as estratégias terapêuticas, e os PTS (projetos terapêuticos singulares) de cada criança, contemplando oficinas terapêuticas, atendimentos individuais, grupos de família e atividade aquática. É importante ressaltar que todas as etapas do projeto até o momento, tem a participação ativa dos pais e todos os profissionais na condução dos diagnósticos e assistência prestadas as crianças e suas famílias. Pode-se observar que projetos como esses tem um impacto muito positivo para os usuários dos serviços, seus familiares e os profissionais envolvidos.

Principal

Rachell de Farias

rachelldefarias@hotmail.com

Coordenador de Saúde Mental

Coautores

Rachell de Farias, Livia Tavares, Arthur Cellys, Daniel Nicolau, Rodolfo Cordeiro, Alana Freitas, Elizabeth Maria de Sousa, Jessica Mendonça, Anderson Ramon da Silva

A prática foi aplicada em

Queimadas

Paraíba

Nordeste

Esta prática está vinculada a

Rua Lúcio Ricardo M. Galdino, Queimadas - PB, Brasil

Uma organização do tipo

Instituição Pública

Foi cadastrada por

Rachell de Farias

Conta vinculada

15 abr 2024

CADASTRO

26 jul 2024

ATUALIZAÇÃO

06 out 2023

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Condição da prática

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