Atuação da Vigilância em Saúde no enfrentamento da covid-19 no município de Tanguá (RJ)

Este relato de experiência aborda as ações da Vigilância em Saúde do município de Tanguá (RJ) no enfrentamento à Covid-19 durante o ano de 2020. O município de Tanguá possui atualmente, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), população residente estimada em 34.610 habitantes e está localizado na Região de Saúde Metropolitana II do Estado do Rio de Janeiro. Tanguá possui 11 unidades de atenção básica, uma unidade de atenção especializada e uma policlínica municipal para atendimento aos usuários do SUS. Em abril de 2020 foi alocado pela prefeitura municipal um módulo contêiner para disponibilização de dois leitos de isolamento e um consultório para atendimento exclusivo a pacientes suspeitos ou confirmados para covid-19. O plano municipal de enfrentamento à covid-19 teve como foco principal as ações de vigilância em saúde que nos permitiram detectar, isolar e monitorar os casos suspeitos e confirmados até o momento do desfecho (alta ou óbito). O trabalho da vigilância esteve voltado para a prevenção de novos casos, tendo em vista que o município não possui leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) para internação, sendo necessária a regulação dos pacientes para outros municípios da região. Dessa forma, o monitoramento dos casos positivos nos possibilitava a atenção adequada a esses casos e o rastreamento de seus contactantes visando reduzir e/ou interromper a cadeia de transmissão do vírus. Atualmente, a prática continua vigente com adequações, a equipe foi reduzida e a planilha monitoramento deixou de diária e passou a ser semanal.

O objetivo deste relato é apresentar como foram desenvolvidas as ações da Vigilância em Saúde no município de Tanguá durante o primeiro ano da pandemia de covid-19. O principal instrumento para o desenvolvimento das ações da Vigilância em Saúde foram as fichas de notificação de casos suspeitos ou confirmados para covid-19. As unidades de atendimento enviavam as fichas e estas eram analisadas e qualificadas por profissionais de saúde lotados no setor da Vigilância (sanitaristas, enfermeiros, biólogos, nutricionistas, entre outros). As etapas de análise e qualificação compreendiam a verificação dos dados de identificação dos casos (nome completo, sexo, data de nascimento, endereço e telefone), data de início e descrição dos sintomas, data da realização do teste, se houve internação e presença de comorbidades. Se constatado algum dado faltante, a Vigilância entrava em contato com o paciente ou com a família por ligação telefônica. Após essas etapas, os casos eram inseridos nos respectivos sistemas de notificação (eSUS Notifica e SIVEP Gripe) e em duas planilhas: casos residentes e monitoramento. Esta última se destinava às unidades básicas de saúde (UBS) do município que realizavam o acompanhamento de cada caso por 14 dias, de acordo com os critérios do Ministério da Saúde em 2020. Cada UBS recebia por e-mail uma planilha que detalhava os casos suspeitos e confirmados da sua área para acompanhamento não apenas destes, como também de seus contactantes domiciliares. Dessa forma, os casos eram monitorados pelas equipes das UBS e estas repassavam diariamente as atualizações dos pacientes para a Vigilância via telefone ou e-mail.

O trabalho da Vigilância em Saúde nos permitiu acompanhar os casos da covid-19 no município, e principalmente, detectar precocemente novos casos para rápida intervençãoem relação à transmissão da doença. Além do acolhimento ao usuário nos serviços queprestam atendimento, atuamos considerando os determinantes sociais em saúde. Dados coletados nas notificações como território nos auxiliavam a reforçar com as equipes das UBS maior atenção, por exemplo, às famílias com integrantes idosos, gestantes ou pessoas com comorbidades, permitindo as orientações dos profissionais sobre o cuidado com tais grupos. Os indicadores atualizados oportunizavam as ações de enfrentamento àpandemia no município de Tanguá, através de um conjunto de medidas de prevenção visando a preservação da saúde dos munícipes e o bom funcionamento do sistema de saúde municipal. Acreditamos que nosso sistema de saúde é capaz de responder aos desafios com ações formuladas e executadas considerando os princípios da integralidade, universalidade e equidade do SUS.

Principal

Bianca Silva de Pontes

biancasdpontes@gmail.com

Coautores

Bianca Silva de Pontes

A prática foi aplicada em

Tanguá

Rio de Janeiro

Sudeste

Esta prática está vinculada a

Secretaria Municipal de Saúde

Tanguá, RJ, Brasil

Uma organização do tipo

Instituição Pública

Foi cadastrada por

Bianca Silva de Pontes

Conta vinculada

04 dez 2015

CADASTRO

18 set 2024

ATUALIZAÇÃO

Condição da prática

Concluída

Situação da Prática

Arquivos

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