A experiência apresenta a importância dos primeiros atendimentos odontológicos logo na primeira infância para que os cuidados e orientações ocorram o mais cedo possível, evitando ou adiando a experiência dolorosa na dentição decídua, o que pode acarretar em traumas psicológicos e muitas vezes definitivos, tendo implicações na saúde bucal do indivíduo para sempre. Tal objetivo provoca a discussão de estratégias que envolvem o atendimento odontológico às crianças e orientação aos seus responsáveis quanto à higienização correta da cavidade oral em bebês e dos dentes decíduos em crianças de 2 a 6 anos, além da orientação quanto ao consumo de doces e derivados e cuidados com a transmissão da cárie.
Implementar medidas relacionadas à promoção e prevenção da saúde bucal em crianças de 0 a 6 anos, bem como informar seus responsáveis sob as medidas a serem adotadas para adquirir hábitos saudáveis e evitar a perda precoce de elementos dentais decíduos. A metodologia baseia-se em um relato de experiências de execução do plano de ação para atendimento odontológico de crianças de 0 a 6 anos, que foi elaborado devido à dificuldade para a realização desse primeiro atendimento, sabendo que essa experiência irá impactar e acompanhar o indivíduo por toda a vida. A forma de acesso das crianças e recém-nascidos ao atendimento, se dá através de demanda espontânea, encaminhamentos dos médicos e pediatras, encaminhamento dos agentes comunitários de saúde, equipe de enfermagem e através da relação de crianças matriculadas nas escolas do município, essas são agendadas para comparecer no consultório odontológico acompanhadas dos pais ou responsáveis, para realização de prevenção e/ou tratamento.
Em 2018, foram atendidas 502 crianças de 0 a 6 anos, com 1.101 restaurações, 458 selantes, 869 profilaxias e 595 aplicações de flúor. Houve redução dos índices epidemiológicos entre as escolas atendidas variando de 43,55% a 67,20%, com média de 54% de crianças com CEO-d=0 (livres de cárie, dentes perdidos por cárie e restaurados). Essa prática tem gerado impactos positivos, pois além de atender uma população que até então era de difícil acesso devido à faixa etária, gera qualidade de vida a esse público, pois a perda precoce de dentes ocasiona erupção precoce de dentes permanentes, fechamento de espaços prematuramente, perda da dimensão vertical de oclusão, além de problemas ortodônticos, de estética, mastigação e fonação. Por meio dessa ação, torna-se evidente que é preciso muito além de um sistema de saúde bem estruturado fisicamente, é preciso ter profissionais qualificados e sensibilizados no atendimento desse grupo populacional. Espera-se que esse trabalho contribua para que os gestores e profissionais de saúde percebam ainda mais as barreiras que envolvem a prática da assistência à saúde das crianças e construam novas estratégias para sensibilizar essa população da necessidade do cuidado no município.
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