- Atenção Primária à Saúde
ROSILENE DE SOUZA SOARES
- 21 set 2024
Amapá
A ampliação da cobertura vacinal em regiões de difícil acesso tem sido um dos maiores desafios enfrentados desde a pandemia. A vacinação da população mais vulnerável tornou-se uma prioridade no município de Santana. Nesse contexto, a utilização de uma lancha voadeira como recurso para ampliar a cobertura vacinal tem se mostrado uma ferramenta extremamente eficaz, especialmente em relação à população ribeirinha, que frequentemente não consegue realizar a vacinação devido à grande distância até a área urbana. É responsabilidade do estado e do município garantir a cobertura vacinal dessas populações. Por isso, Santana priorizou a vacinação contra a COVID-19 e, adicionalmente, estendeu essa iniciativa às vacinas de rotina, incluindo a Pentavalente e a Poliomielite para crianças menores de 1 ano, uma vez que as populações mais distantes dos centros urbanos são as mais suscetíveis a determinadas doenças. A lancha voadeira, denominada “VACINA JÁ”, tornou-se um símbolo de reconhecimento e importância para as comunidades ribeirinhas. Ao implementar uma estratégia que alcança essas áreas remotas, essas populações passam a ser incluídas em outros planos de ação e projetos, ampliando os benefícios para a comunidade como um todo.
Ao abordar as áreas ribeirinhas, é essencial considerar o alto custo de deslocamento até a área urbana, o que muitas vezes se torna inviável para famílias com 6 a 8 membros. Além disso, um dos desafios significativos está relacionado à dificuldade dessas populações em acessar informações, uma vez que, em muitos casos, o acesso à comunicação é extremamente limitado. Esse fator impede que acompanhem as campanhas vacinais, resultando em um desconhecimento sobre a importância da imunização e, consequentemente, na baixa adesão à vacinação em outras localidades. É crucial destacar a necessidade de que essas comunidades se sintam assistidas e inseridas nas ações do município. Quando a vacinação é oferecida apenas na área urbana, essas populações acabam se tornando invisíveis nos indicadores de saúde, o que compromete o reconhecimento adequado dessas comunidades. Levar os serviços até elas transmite a mensagem de que aquele território está sendo cuidado pela rede de saúde do município. Outro ponto relevante é garantir que as vacinas cheguem às localidades em condições adequadas de conservação, assegurando sua eficácia. Nesse sentido, a lancha voadeira “VACINA JÁ” está equipada com um sistema de refrigeração próprio, mantendo a temperatura ideal para preservar a qualidade dos imunizantes. Essa estrutura reforça o compromisso de realizar o trabalho de forma eficaz, garantindo a proteção da saúde das comunidades ribeirinhas.
O deslocamento da equipe de saúde até as áreas ribeirinhas não apenas amplia a cobertura vacinal, como também contribui significativamente para a melhora dos indicadores de vacinação do município. É importante destacar que, ao chegar a essas comunidades, o principal objetivo é conscientizar a população sobre a importância da imunização. Muitas vezes, por se tratarem de localidades mais isoladas, os moradores acreditam que, por não estarem em contato direto com a área urbana, a vacinação não é necessária. A presença da equipe reforça o compromisso com a imunização. Quando os moradores percebem que um dia da semana foi reservado exclusivamente para atender àquela comunidade, isso fortalece a relação de confiança com o serviço de saúde. Essa abordagem cria um processo orgânico, em que a população passa a esperar pelas próximas campanhas e a se preocupar em manter o caderno de vacinação atualizado. Garantir o deslocamento seguro e regular das equipes de saúde até essas populações também fortalece os princípios fundamentais do SUS, que visam à universalidade, integralidade e equidade no atendimento. O cuidado não deve ser limitado pela localização; pelo contrário, é responsabilidade do sistema garantir que todos sejam assistidos, independentemente de onde estejam.
O município de Santana-AP tem intensificado esforços para alcançar resultados cada vez mais positivos nas campanhas de vacinação, com foco especial na ampliação da cobertura vacinal em áreas ribeirinhas, onde os indicadores de imunização estavam historicamente defasados. A importância do monitoramento contínuo dessas regiões permitiu identificar as populações mais vulneráveis e com menor cobertura vacinal, possibilitando à equipe de saúde direcionar de maneira eficaz os serviços médicos até essas localidades. Essa estratégia garantiu não apenas a ampliação da cobertura vacinal, mas também a inclusão dessas comunidades no planejamento e execução das ações de saúde do município, promovendo equidade e acesso integral.
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