Por iniciativa da Secretaria Municipal de Saúde de Augustinópolis (TO), foi colocada em prática uma experiência piloto com o grupo de agentes comunitários de saúde que, sensíveis às questões que atingem a população da região do Bico do Papagaio, principalmente em decorrência da falta de informações sobre prevenção das doenças, começaram a mobilizar a comunidade com performances e abordagens cênicas e caricatas do cotidiano brasileiro, com o fim de despertar na população interesse por temas antes tão difíceis de serem trabalhados na comunidade. O projeto agentes da alegria tem como foco principal as ações de informações e prevenção sobre doenças sexualmente transmissíveis (DST). Tendo sido criado em agosto de 2010, a partir de quando a primeira apresentação foi realizada na praça Ary Valadão, com uma mobilização em relação à prevenção das DST/HIV/AIDS, como parte das comemorações alusivas ao 1º de dezembro de 2010 (dia mundial de luta contra a AIDS). Depois dessas apresentações, surgiram vários convites para novos eventos em escolas do município e em datas comemorativas, convite para realização da oficina do riso, arte e prevenção na Faculdade de Imperatriz (FACIMP- MA), entre outras, e que vem sendo desenvolvidas até os dias atuais. O projeto é composto por 11 agentes comunitários de saúde (ACS) e um enfermeiro responsável pela coordenação do grupo cujas ações programadas são realizadas nas escolas, praças e eventos locais voltados para promoção da saúde e prevenção das doenças. A marca registrada nas apresentações do grupo agentes da alegria é a descontração, o lúdico e a leveza como são abordados os conteúdos, tornando uma atração à parte para o envolvimento do público, que participa ativamente das apresentações, numa espécie de interação. O trabalho da prevenção associada ao lúdico tem o dom de transformar temáticas pesadas em leves, e podem provocar transformações necessárias à mudança de postura em relação aos cuidados com a saúde individual e coletividade. Com uma ação voltada para o otimismo e a alegria, os agentes comunitários de saúde, envolvidos no projeto agentes da alegria, cientes da importância do seu papel enquanto inseridos na comunidade, motivam a população para a mudança de atitude em relação ao autocuidado, tão necessário e importante quando falamos na prevenção das doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). Para o desenvolvimento das ações, de primeiro instante, foi realizada uma pesquisa de campo com adolescentes das escolas estaduais de ensino fundamental e médio Santa Genoveva e Manoel Vicente de Sousa, na faixa etária de 12 a 19 anos, a respeito das práticas sexuais saudáveis com a finalidade de aproximação da realidade que se pretendia mudar, e para colher informação acerca do conhecimento e entendimento sobre a prevenção às DSTs/HIV/AIDS. Logo em seguida, foi sendo realizadas as ações programadas segundo cronograma do grupo, tais como: oficinas temáticas, como oficina do riso arte e prevenção.
No Brasil, são inúmeras as iniciativas que fazem uma leitura do contexto de vulnerabilidade da população, sobretudo a de baixa renda e a destituída de informação. Curiosamente, surgiram no cenário nacional grupos teatrais amadores, profissionais com tino para arte e sensibilidade no diálogo com plateias diferenciadas, isso tudo como parte de um trabalho associado à educação em saúde e, portanto, norteadores de uma prática inovadora, que consegue atingir um número maior de pessoas, nutrindo-as de informações necessárias ao cuidado imprescindível com a saúde. São inúmeros os grupos criados com esse intuito e no Tocantins começa a aparecer manifestações culturais que levam à população, além do entretenimento, o acesso às informações sobre as mais variadas temáticas, incluindo a prevenção das doenças e a promoção da saúde.
Com a iniciativa do projeto agentes da alegria, por ser inovadora, vem ao longo desses anos se tornando cada vez mais eficaz e motivadora de outras ações, que tem como foco a informação da população para uma saúde plena, que lhes possibilite uma vida saudável e digna. Notadamente, as práticas em educação e saúde nos interiores mais longínquos são fortalecidas pela vontade de profissionais apaixonados pelo que fazem, e querem a todo custo mudar as realidades dos assistidos e, embora com recursos parcos, mobilizam, animam, informam, sensibilizam, mudam posturas e fazem acontecer, pois desenvolver uma ação educadora, tendo uma temática delicada, com um público tão peculiar, não é tarefa fácil, requer o empenho, sensibilidade e cuidado com os conteúdos e linguagem abordados. É nessa ótica que os agentes da alegria vem desenvolvendo suas ações educativas e lúdicas, obtendo um elevado grau de aceitação e o reconhecimento pelo trabalho realizado.
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