A organização dos serviços de saúde requer processos de gestão que demandam o uso de critérios de planejamento e a aplicação de tecnologias de microgestão para assegurar padrões clínicos, melhorar a qualidade da atenção à saúde e aumentar a eficiência com oferta de serviços efetivos. Protocolos de organização do serviço são parte do cuidado à saúde, ferramentas valiosas para o enfrentamento de gargalos na assistência e gestão de recursos, fluxos e processos de trabalho. A implantação de protocolos de organização do serviço permite acompanhar indicadores de produtividade, demanda, absenteísmo e qualificação dos atendimentos. À época da implantação do protocolo de encaminhamento para nutrição ambulatorial, a Secretaria Municipal de Saúde de Santana de Parnaíba contava com uma equipe de 4 nutricionistas em 3 UBS e 1 centro de especialidades. O levantamento dos dados de 2017 revelou alto número de vagas geradas, de encaminhamentos com escassez de informações e alta porcentagem de faltas.
Elaborar, implantar e divulgar o protocolo de encaminhamento para nutrição ambulatorial. Qualificar os encaminhamentos para nutrição ambulatorial. A organização do Serviço de Nutrição Ambulatorial iniciou-se com o levantamento de indicadores como: número de vagas geradas, pacientes atendidos, faltosos e porcentagem de absenteísmo, produtividade e demanda reprimida referentes ao período de novembro de 2016 e mesmo mês de 2017. A auditoria de encaminhamentos analisou dados dos pacientes, motivos e tempo decorrido entre encaminhamento e avaliação. as agendas foram reorganizadas e o protocolo foi elaborado conforme padrão da instituição. Publicado em dezembro de 2017, incluiu fluxograma de agendamento, pacientes elegíveis, informações obrigatórias como diagnóstico, resultados de exames, medicamentos e classificação do estado nutricional por IMC ou percentil.
A organização das agendas com o aumento do tempo de consulta levou à redução de 14,2% no número de vagas geradas e, por consequência, o número de pacientes atendidos foi reduzido em 23,1%. o absenteísmo apresentou queda de 4,31% e a produtividade dos profissionais apresentou aumento de mesma grandeza: 4,31%, passando de 53,74% para 58,05%. em 2017 o Serviço apresentava demanda reprimida média de 120 pac/mês, causando lacuna média de 3 meses entre a data do encaminhamento e a consulta inicial. em 2018, a demanda máxima atingiu 70 pacientes em períodos específicos, sendo que a média do indicador manteve-se em torno de 15 pac/mês, havendo disponibilidade de vagas para agendamento em 20 dias para avaliação e 04 dias para retornos. O indicador de demanda reprimida demonstrou que, mesmo com redução no número de vagas, juntamente com o refinamento dos critérios para encaminhamento, ainda foi possível absorver pacientes que aguardavam atendimento, reduzindo a espera em 87,5%. A nova organização padronizou agendas, qualificou o atendimento e impactou em indicadores de produtividade, demonstrando que protocolos de organização são parte do cuidado à saúde e de grande utilidade na gestão e racionalização de serviços eficientes.
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