A horticultura como recurso de reabilitação psicossocial dos pacientes do Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas de Ponta Grossa

Inicialmente, para uma melhor organização, elaborou-se um cronograma de corresponsáveis pela horta, onde diariamente existe um encarregado por cuidar da mesma. Dentre algumas de suas funções estão: confeccionar canteiros, adubar, regar, realizar o plantio e a colheita. As mudas para plantio são trazidas pelos próprios usuários e funcionários do serviço e o grupo se reúne semanalmente nas terças-feiras no período matutino para discussão do andamento da horta e novos combinados para as próximas semanas. Ressalta-se que os principais protagonistas da atividade são os frequentadores do Capsad), o grupo é formado de maneira heterogênea, atualmente composto por um número de 8 a 10 pessoas, acompanhadas por uma equipe de 3 terapeutas. Através desta estratégia de intervenção, analisou-se como resultado principal o estimulo ao trabalho em grupo e cooperação mútua, a troca de informações, bem como a descoberta de muitos pacientes de sentirem-se capazes de ensinar, de compartilhar saberes e de respeitar o saber do outro, desenvolvendo desta forma o senso crítico e a valorização da diversidade, bem como a criatividade diante de novas concepções. Outro aspecto importante observado foi a autonomia dos participantes em se dividirem nas funções diante da aptidão de cada um, onde um entende de virar a terra, outro entende de plantar, de cultivar e colher, mostrando-se mais seguros em realizar as atividades que mais possuem afinidade. Tem-se ainda como objetivos e perspectivas futuras, trabalhar com assertividade o processo de reinserção social, o qual pode ser viabilizado através da vivência em grupo, possibilitando o estimulo de habilidades sociais, integração, a possibilidade de sentir-se dono de um saber, porém conseguir transmitir esse conhecimento, assim como estar aberto a novos aprendizados. O monitoramento é realizado através do projeto terapêutico singular, correlacionando à prática da horticultura na diminuição da ansiedade, aumento da autoestima e melhora na qualidade de vida.

Implementação da horticultura como um novo recurso de oficina terapêutica destinado a reabilitação psicossocial dos usuários do serviço do Capsad (Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas) de Ponta Grossa. É possível compreender através de Arruda (1962) que a atividade em horta para fins terapêuticos favorece diversas competências aos participantes, dentre elas a de se expressar, a espontaneidade e o autoconhecimento, onde é possível distinguir potencialidades de limitações. A horticultura também pode auxiliar no desenvolvimento de algumas concepções que se apresentam fragilizadas quando o paciente chega ao serviço, possibilitando o desenvolvimento dos aspectos físico, emocional e social, assim como proporcionando o desenvolvimento da autonomia nas atividades propostas. Pagassini et al. (2015), afirmam também que a horta como oficina terapêutica pode ser considerada como um significativo recurso para tratamento em saúde mental, visto que estimula a capacidade de autoria da própria produção, ao mesmo tempo que incita habilidades sociais, integração entre os pacientes e a troca de informações e saberes.

É possível concluir, que a horta permite que a pessoa tenha um contato direto com a terra e o prazer de se sentir útil a si mesmo e às pessoas de seu convívio (Maruyama, 2005). O envolvimento com a horticultura aproxima o sujeito do ambiente natural resgata o conhecimento popular, contribui no processo de construção crítica do saber e, como observado, pode estimular e aguçar a imaginação, trazendo benefícios psicológicos, físicos e sociais. Além disso, é concebível correlacionar, sem estudos aprofundados, a prática de horticultura na diminuição da ansiedade e aumento da autoestima, da mesma maneira que caracterizá-la como um espaço de relaxamento, onde o participante mostra-se ativo na melhoria da sua qualidade de vida.

Principal

Patrícia Pereira Valenga, Sueli Padilha

Coautores

Patrícia Pereira Valenga, Sueli Padilha

A prática foi aplicada em

Ponta Grossa

Ponta Grossa

Paraná

Sul

Esta prática está vinculada a

Secretaria Municipal de Saúde de Ponta Grossa

Ponta Grossa, PR, Brasil

Uma organização do tipo

Instituição Pública

Foi cadastrada por

Secretaria Municipal de Saúde de Ponta Grossa

Conta vinculada

09 abr 2022

CADASTRO

19 ago 2024

ATUALIZAÇÃO

Condição da prática

Concluída

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