Os três autores praticam a Terapia Sonora Peter Hess® com pessoas com doença de Parkinson na Associação Carioca de Parkinson/APC desde 2017, uma organização da sociedade civil localizada no centro do Rio de Janeiro. A APC tem 17 anos de atuação, com o principal objetivo de oferecer fisioterapia neurofuncional a pessoas com Parkinson, atendendo uma média de 90 pacientes por mês, duas vezes por semana. Também oferece massoterapia, dança para Parkinson, arteterapia, apoio jurídico, além de orientação e suporte a familiares e cuidadores.
A Sociedade Brasileira de Neurologia define a doença de Parkinson como “uma condição neurológica crônica e progressiva, resultante da degeneração das células cerebrais que produzem dopamina, neurotransmissor essencial para o controle dos movimentos. Essa degeneração provoca sintomas motores, como tremores, lentidão de movimentos, rigidez e instabilidade postural, além de sintomas não motores que podem afetar sono, humor, cognição e outras funções”. Os sintomas mais evidentes são bradicinesia, tremor, rigidez, falta de equilíbrio, além de distúrbios do sono, depressão, ansiedade, irritabilidade, dificuldade de concentração e raciocínio, lapsos de memória, perda de olfato, constipação, dor, fadiga, entre outros.
O diagnóstico é clínico, e o tratamento combina medicação dopaminérgica com reabilitação e, em alguns casos, cirurgia para implantação de DBS (estimulação cerebral profunda) para alívio de tremores e rigidez. A reabilitação inclui fisioterapia neurofuncional, fonoaudiologia, terapia ocupacional e diversas PICS (Práticas Integrativas e Complementares em Saúde), entre elas a Terapia Sonora Peter Hess®, prática que apresentamos neste relato.
A Terapia Sonora Peter Hess® é uma técnica vibroacústica de relaxamento profundo, refinada desde 1984, baseada na metodologia criada pelo engenheiro alemão Peter Hess. Ela utiliza tigelas tibetanas metálicas de qualidade terapêutica, desenvolvidas especialmente para trabalhar com o corpo. Feitas de uma liga de bronze (com outros metais), emitem frequências que ressoam com o corpo. As tigelas têm diferentes tamanhos e, durante a sessão, são colocadas sobre (ou próximas ao) paciente vestido e, ao serem levemente percutidas com um malho específico, emitem som e vibração, criando ressonância com o corpo e promovendo equilíbrio e harmonia física, mental, emocional e energética/espiritual.
A terapia sonora atua profundamente, alcançando até estruturas celulares, movimentando a energia do paciente e promovendo reorganização interna, utilizando o meio líquido do corpo como condutor. Baseia-se no princípio de que todos os seres vivos são sistemas vibracionais. Quando esse sistema vibracional se desequilibra, os sons e vibrações das tigelas terapêuticas ajudam a harmonizar corpo, mente e espírito, permitindo que a pessoa redescubra sua própria frequência vibracional na memória celular.
A experiência adquirida ao longo do período destaca os benefícios que a prática proporciona à população atendida.
Desde 2017, foram realizadas aproximadamente 1.500 consultas na APC, com sessões duas vezes por semana, atendendo até seis pacientes por dia em sessões de 50 minutos. A participação é voluntária. Devido à rigidez progressiva da doença, os pacientes escolhem a posição mais confortável, deitados em maca ou sentados em cadeira.
Os três profissionais são capacitados em Terapia Sonora Peter Hess®. Em 2017, iniciamos um projeto piloto de pesquisa sob supervisão da Prof. Dra. Wilma Costa Souza, com um grupo de nove pacientes, utilizando questionários validados e obtendo resultados positivos na melhoria da qualidade de vida.
Os principais desafios encontrados foram: falta de local adequado para as sessões e irregularidade na frequência das sessões. Isso dificulta o relaxamento necessário, base da Terapia Sonora Peter Hess®, e o acompanhamento adequado da evolução dos pacientes.
Os efeitos benéficos da Terapia Sonora Peter Hess® são diversos. Observou-se, em pacientes que recebem sessões regulares, que eles:
Alcançam relaxamento profundo, reduzindo estresse, ansiedade e medos, melhorando a qualidade do sono, autopercepção e consciência corporal;
Aumentam autoestima e autoconfiança, lidando melhor com os desafios da doença e do cotidiano;
Melhoram rigidez muscular e articular, aliviam dores em geral e apresentam redução visível de tremores durante a sessão;
Melhoram projeção vocal, equilíbrio postural e desenvolvimento da marcha;
Em alguns casos, episódios de “freezing” foram reduzidos e a constipação melhorou.
O objetivo inicial foi alcançado, mas pode ser ampliado para beneficiar mais pacientes.
Para isso, é necessário criar um espaço que proporcione o relaxamento adequado, promover ações de conscientização sobre a Terapia Sonora Peter Hess® e a importância da regularidade das sessões, pois essa frequência estimula a resposta do corpo e potencializa os efeitos benéficos.
A Terapia Sonora Peter Hess® é usada como complemento à assistência à saúde em diversas áreas terapêuticas. Nossa experiência demonstra que outros grupos de pacientes com condições relacionadas a ansiedade, estresse, distúrbios do sono e dores em geral podem se beneficiar significativamente da prática.
Por outro lado, a literatura sobre a Massagem Sonora Peter Hess ainda está concentrada em publicações na Alemanha, em alemão, dificultando a disseminação do método e restringindo a prática a poucos profissionais, limitando o interesse em pesquisas mais abrangentes, apesar do crescente interesse da neurociência sobre o efeito das vibrações sonoras na saúde humana.
The three authors have been practicing Peter Hess® Sound Therapy with people who have Parkinson's disease at the Carioca Parkinson Association/APC since 2017, a civil society organization located in downtown Rio de Janeiro. APC is 17 years old , with the main objective of offering neuro-functional physiotherapy to people with Parkinson's disease, aiding an average of 90 patients per month at a rate of twice a week. It also offers massage therapy, dance for Parkinson's, art therapy, legal support, as well as guidance and support for families and caregivers.
The Brazilian Society of Neurology1 defines Parkinson's disease as "a chronic and progressive neurological condition resulting from the degeneration of brain cells that produce dopamine, a neurotransmitter crucial for movement control. This degeneration leads to motor symptoms such as tremors, slowness of movement, rigidity, and postural instability, as well as non-motor symptoms that can affect sleep, mood, cognition, and other functions." The most obvious symptoms are bradykinesia, tremor, rigidity, lack of balance, as well as sleep disorders, depression, anxiety, irritability, difficulty concentrating and reasoning, memory lapses, as well as possible loss of smell, constipation, pain, fatigue, among others.
The diagnosis is clinical, and treatment combines dopaminergic medication with rehabilitation and, in some cases, surgery to implant DBS (deep brain stimulation) to relieve tremors and rigidity. Rehabilitation includes neurofunctional physical therapy, speech therapy, occupational therapy, and also various PICS (Integrative and Complementary Practices in Health), among which is PETER HESS® SOUND THERAPY, which is the practice we would like to report on here.
Peter Hess® Sound Therapy is a vibro-acoustic technique for deep relaxationii, which has been refined since 1984, based on the methodology created by German engineer Peter Hess. It uses therapeutic-quality metal singing bowls, specially developed for working on the body. They are made of a bronze alloy (with other metals), which emit frequencies that resonate with the body. They come in different sizes and, during the session, are placed on (or near) the clothed patient and, when lightly struck with a specific mallet, emit sound and vibration, creating resonance with the body, promoting balance and harmony on a physical, mental, emotional, and energetic/spiritual leveliii.
Sound Therapy acts deeply, reaching even cellular structures, moving the energy of the recipient, providing internal reorganization, with the body's liquid medium as the conductor. It is based on the principle that all living beings are vibrating systems. When this vibration system becomes unbalanced, the sounds and vibrations of therapeutic bowls can help harmonize the body, mind, and spirit, so that the person rediscovers their own vibrational frequency in their cellular memory."
We want to highlight the benefits that this practice provides to the population served, in the context of the experience gathered during this period.
We have been working at APC since 2017, during this time we have provided approximately 1,500 consultations. We offer sessions twice a week. We see up to six patients per day in 50-minute sessions. Participation and attendance are voluntary.
Due to the progressive rigidity of the disease, patients choose the best position for themselves on the stretcher or sitting up on a chair.
The three practitioners are trained in Peter Hess® Sound Therapy. In 2017, we started a pilot research project under the supervision of Prof. Dr. Wilma Costa Souza, with a group of nine patients, where validated questionnaires were used, and we obtained positive results in relation to the improvement in quality of lifeiv.
The main challenges encountered were: the lack of a suitable location for the sessions and the irregularity in the frequency of the sessions. This makes it difficult to “allow” relaxation, which is the basis of PH Sound Therapy, and the adequate monitoring of the evolution of the patients' issues.
The beneficial effects of Peter Hess® Sound Therapy are many, and we can observe in patients who receive regular sessions, as well as from the feedback they give us, that: they achieve deep relaxation that helps reduce stress, decrease anxiety and fears, improving sleep quality, self-perception, and body awareness; they increase their self-esteem and self-confidence, dealing more positively with the challenges of the disease and everyday life; improved muscle and joint stiffness, relief from pain in general, and a visible reduction in tremors during the session; improved voice projection, postural balance, and gait development; in some cases, episodes of “freezing” were reduced, and constipation improved.
The initial goal was achieved, but it can be improved to benefit more patients.
To do this, we need to create a space that provides the necessary relaxation, promote actions to raise patient awareness about PH Sound Massage and the importance of maintaining regularity in the frequency of sessions, as this is what will stimulate the body's response, directly impacting the results of the beneficial effects.
Peter Hess® Sound Therapy is used as a complement to healthcare in various therapeutic areas. Our experience shows that other groups of patients whose health conditions involve anxiety, stress, sleep disorders, and pain in general, can greatly benefit from the effects of Peter Hess® Sound Therapy.
On the other hand, there is the issue of the literature on Peter Hess Sound Massage, which is still concentrated on publications in Germany in German, making it difficult to disseminate the method and concentrating the practice among a few professionals, ultimately restricting interest in more comprehensive research, despite the growing interest of neuroscience in the function of sound vibrations for human health.
