O relato histórico da terapia floral origina-se das descobertas científicas feitas na década de 1930 pelo médico homeopata inglês Dr. Edward Bach, que descreveu as doenças como resultantes de uma desarmonia entre a essência humana e sua personalidade. Ao concluir seus estudos, Bach correlacionou os estados emocionais de uma pessoa com as essências florais que produziu. O propósito da Terapia Floral é restaurar o estado positivo da personalidade humana utilizando essências florais para o cuidado dos aspectos mentais, emocionais e comportamentais das pessoas. Ela pode ser usada preventivamente, incentivando o conceito de autocuidado e cuidado individual e coletivo. (MINISTÉRIO DA SAÚDE – BRASIL, 2016)
A terapia baseia-se em um conceito que supera a divisão cartesiana entre corpo e mente com uma perspectiva que integra esses elementos em uma dimensão na qual a mente assume importância essencial, já que as emoções alteram o estado físico por meio da ação do sistema nervoso central. Emoções positivas estabelecem saúde, enquanto estados negativos estimulam a doença — daí a importância de se falar em “saúde emocional.”
Com essa perspectiva muito particular e única, essas implementações utilizam o sistema de Florais de Saint Germain, desenvolvido na década de 1990 pela pesquisadora Neide Margonari.
O trecho abaixo descreve o que são essências florais, bem como apoia seu uso e eficácia, considerando que:
As essências florais são extratos líquidos naturais, inodoros e altamente diluídos de flores, destinados a equilibrar problemas emocionais, atuando em níveis sutis e harmonizando o indivíduo internamente e com seu entorno. Elas são preparadas a partir de flores silvestres em seu auge de floração, nas primeiras horas da manhã, quando ainda estão úmidas pelo orvalho, obtidas por meio da colheita em locais naturais intocados. A essência floral, que se origina da planta em floração, atua nos arquétipos da alma humana, estimulando a transformação positiva nos padrões de pensamento e promovendo desenvolvimento interior e equilíbrio emocional que conduzem a novos comportamentos. Não se trata de um fitoterápico, fragrância, homeopatia ou medicamento. Pode ser utilizada em qualquer idade, sem interferir em outros métodos terapêuticos e/ou medicamentos, potencializando-os. Os efeitos podem ser observados imediatamente em indivíduos mais sensíveis. (MINISTÉRIO DA SAÚDE – BRASIL, 2018).
Com essa perspectiva humanizada e eficaz proporcionada pela Terapia Floral, iniciou-se em 2018 um movimento para inserir essa prática no Sistema Único de Saúde/SUS, em Mato Grosso do Sul, quando gestores preocupados e comprometidos com seus colaboradores buscaram na Terapia Floral uma implementação efetiva do “olhar” e do “cuidar” dessa parcela de cidadãos por meio do projeto “Cuidando de Quem Cuida.”
A IMPLEMENTAÇÃO DA TERAPIA FLORAL NO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL – BRASIL
No estado de Mato Grosso do Sul, a introdução de uma PIC, a Terapia Floral, começou em 2019 (especificamente em março) no município de Corguinho, Mato Grosso do Sul. Inicialmente, a Terapia Floral foi introduzida por meio de palestras informativas e atendimentos personalizados, acolhedores e qualificados chamados de “sessões de escuta terapêutica,” realizadas duas vezes por mês.
O município de Angélica-MS também passou a ser atendido com Terapia Floral com os mesmos protocolos de palestras e atendimentos personalizados, com a única diferença de que, ali, a assistência era oferecida quatro dias por mês.
O “Cuidando de Quem Cuida,” direcionando atenção especial aos profissionais de saúde que estão na “linha de frente” diariamente, foi a força motriz para a introdução dessa terapia.
Identifica-se que as Unidades de Saúde têm complexidade e características específicas; no entanto, essas características podem mudar e adquirir peculiaridades dependendo de situações setoriais, municipais, estaduais e nacionais e, portanto, cabe ao terapeuta integrar-se às equipes, facilitando o eixo de trabalho e sua funcionalidade.
Junto com o atendimento aos colaboradores, meses depois passamos a integrar e trabalhar a inserção da terapia floral nas ações das Estratégias Saúde da Família – ESF, nos municípios mencionados e, para isso, ingressamos nos programas Hiperdia, tabagismo, saúde mental e saúde da mulher, visando olhar o ser humano e suas emoções em todas as fases da vida.
Um aspecto negativo é a falta de conhecimento sobre as PICs em todos os níveis.
É importante enfatizar que cada implementação tem suas próprias características, seja na gestão, no formato de funcionamento das Estratégias Saúde da Família (ESF) ou na personalidade dos coordenadores das unidades.
Para a inserção das práticas integrativas e complementares – PICs, precisamos validar que o terapeuta deve ter alguns pré-requisitos importantes, tais como: formação validada da prática a ser aplicada, fluência e empatia, compreensão da rotina da unidade, proatividade, saber lidar com as dificuldades dos usuários em seus diferentes níveis de escolaridade, compreender a realidade de cada usuário, ter escuta ativa e praticar o acolhimento, complementando e respeitando o espaço de cada profissional para, assim, integrar-se de forma simples à rede de profissionais de saúde/terapeuta/usuário do SUS e, dessa maneira, fortalecer a “engrenagem” da atenção primária.
Relatos de usuários e colaboradores indicam que a oferta de terapia floral pelo SUS municipal (Sistema Único de Saúde) trouxe melhorias percebidas na qualidade de vida emocional, possibilitando acolhimento, compartilhamento e cuidado acessível.
Dentre os muitos relatos, um tema que se destaca é frequentemente mencionado em pedidos e retornos durante (re)consultas e atendimentos: “qualidade de vida emocional.” Esse tema é recorrente porque os usuários conseguem perceber suas emoções e lidar com elas, além de processar e expressar suas necessidades pessoais.
O “Cuidando de Quem Cuida,” direcionando atenção especial aos profissionais de saúde da “linha de frente” diariamente, foi a força motriz para a introdução dessa terapia, decorrente da preocupação dos gestores com a “saúde integral dos trabalhadores,” baseado no conceito de que “as pessoas só podem oferecer aquilo que têm.” Portanto, entende-se que cuidar dos colaboradores é, e sempre será, a porta de entrada para as Práticas Integrativas e Complementares em Saúde.
The historical account of flower therapy stems from the scientific discoveries made in the 1930s by the English homeopathic physician Dr. Edward Bach, who described diseases as resulting from a disharmony between the human essence and their personality. Upon completing his studies, Bach correlated the emotional states of a person with the flower essences he produced. The purpose of Flower Therapy is to restore the positive state of the human personality by using flower essences to care for mental, emotional, and behavioral aspects of people. It can be used preventively, encouraging the concept of self-care and individual and collective care. (MINISTRY OF HEALTH - BRASIL, 2016)
The therapy is based on a concept that overcomes the Cartesian division between body and mind with a perspective that integrates these elements into a dimension in which the mind assumes essential importance, since emotions alter the physical state through the action of the central nervous system. Positive emotions establish health, while negative states stimulate disease—hence the importance of speaking of "emotional health."
With this very particular and unique perspective, these implementations use the Saint Germain Flower Remedies system, which was developed in the 1990s by researcher Neide Margonari.
The excerpt below describes what flower essences are, as well as supports their use and effectiveness, considering that:
Flower essences are natural, odorless, and highly diluted liquid extracts of flowers intended to balance emotional problems, operating on subtle levels and harmonizing the individual internally and with their surroundings. They are prepared from wildflowers at their peak of bloom, in the early morning hours, when the flowers are still damp with dew, obtained by harvesting flowers from untouched natural locations. The flower essence, which originates from the flowering plant, acts on the archetypes of the human soul, stimulating positive transformation in thought patterns and fostering inner development and emotional balance that leads to new behaviors. It is not a herbal remedy, fragrance, homeopathy, or drug. It can be used at any age, without interfering with other therapeutic methods and/or medications, enhancing them. The effects can be observed immediately in more sensitive individuals. (MINISTRY OF HEALTH - BRASIL, 2018).
With this humanized and effective perspective provided by Flower Therapy, a movement began in 2018 to insert this practice into the Unified Health System/SUS, in Mato Grosso do Sul, when managers concerned and committed to their employees sought in Flower Therapy an effective implementation of “look” and “care” for this portion of citizens through the project “Caring for Those Who Care”.
THE IMPLEMENTATION OF FLOWER THERAPY IN THE STATE OF MATO GROSSO DO SUL - BRASIL
In the state of Mato Grosso do Sul, the introduction of a PIC, Flower Therapy, began in 2019 (specifically in March) in the municipality of Corguinho, Mato Grosso do Sul. Initially, Flower Therapy was introduced through informative lectures and personalized, welcoming and qualified sessions called "therapeutic listening sessions," held twice a month.
The municipality of Angélica-MS also began to be served with Floral Therapy with the same protocols of lectures and personalized services, with the only difference being that, there, the assistance offered was four days a month.
“Caring for the Caregiver,” directing special attention to healthcare professionals who are on the “front lines” on a daily basis, was the driving force behind the introduction of this therapy.
It is identified that Health Units have complexity and specific characteristics, however, these characteristics may change and acquire peculiarities depending on sectoral, municipal, state and national situations and, therefore, it is up to the therapist to integrate into the teams, facilitating the work axis and its functionality.
Along with providing services to employees, months later we began integrating and working on the insertion of flower therapy into the actions of the Family Health Strategies - ESF, in the aforementioned municipalities and, to this end, we entered the Hiperdia, smoking, mental health and women's health programs, aiming to look at the human being and their emotions in all stages of life.
One negative aspect is the lack of awareness of PICS across all levels.
It's important to emphasize that each implementation has its own characteristics, whether in management, the operating format of the Family Health Strategies (ESF), or the personality of the unit coordinators.
For the insertion of integrative and complementary practices - PICS we have to validate that the therapist needs to have some important prerequisites such as: validated training of the practice to be applied, fluency and empathy, understanding of the unit's routine, proactivity, knowing how to deal with users' difficulties at their different levels of education, understanding the reality of each user, having active listening and practicing welcoming, complementing and respecting the space of each professional to be able, in a simple way, to integrate into the network of health professionals/therapist/SUS user to, in this way, strengthen the "gear" of primary care.
Reports from users and collaborators indicate that the provision of floral therapy by the municipal SUS (Unified Health System) has led to perceived improvements in emotional quality of life, enabling acceptance, sharing, and accessible care.
Among the many reports, one topic that stands out is frequently mentioned in requests and feedback during (re)consultations and consultations: "emotional quality of life." This topic is recurrent because users are able to perceive their emotions and deal with them, and to process and express their personal needs.
"Caring for the Caregiver," directing special attention to healthcare professionals on the "front lines" on a daily basis, was the driving force behind the introduction of this therapy, stemming from managers' concern for the "integral health of workers," based on the concept that "people can only offer what they have." Therefore, it is understood that caring for employees is, and always will be, the gateway to Integrative and Complementary Health Practices.
