Este relatório é baseado em uma aplicação experimental da Semiótica Discursiva (GREIMAS, 1975) como metodologia para a produção de sentido a partir da Gramática dos Tambores (SIMAS, 2019), conforme evidenciado durante o curso “Círculo de Tambores para Promoção da Saúde”, realizado no primeiro semestre de 2025 no Instituto de Psiquiatria (IPUB) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
A intervenção musicoterapêutica foi inspirada nas reflexões de Byung-Chul Han (2021) sobre a enfermidade societal resultante do Desaparecimento dos Rituais, visando explorar os recursos musicoterapêuticos inerentes às manifestações culturais das comunidades rítmicas Afro-Ameríndias-Diaspóricas.
Essa iniciativa foi realizada no âmbito do projeto de extensão universitária COMunicaSOM, vinculado ao programa de Musicoterapia da UFRJ. Ao longo da dinâmica do curso, foi possível aprofundar e enriquecer a compreensão da aplicação terapêutica do conteúdo simbólico, com base no conceito de Música como Metáfora (BARCELLOS, 2009), produzido durante a prática musicoterapêutica coletiva com tambores.
Com base na complexidade das Gramáticas dos Tambores e nas premissas musicoterapêuticas dos Círculos de Tambores, foi possível identificar contradições, oposições, implicações e negações lógicas resultantes da aplicação do Quadrado Semiótico — componente fundamental do Percurso Gerativo de Sentido de Greimas (1975) — que revelou significados valiosos para a prática clínica em musicoterapia.
A Semiótica Greimasiana foi aplicada por meio da identificação de oposições dialéticas desveladas na dimensão simbólica da Gramática dos Tambores, que podem ser compreendidas como portadoras de metáforas e sentidos associados aos gestos musicais (BARCELLOS, 2009) da percussão.
Para que a Semiótica Discursiva seja compreendida como metodologia de significação das Gramáticas dos Círculos de Tambores, é necessário, antes de tudo, produzir uma cartografia que aprofunde e evidencie a complexidade epistemológica da tradição rítmica etnocultural escolhida. Essa condição é essencial para enriquecer a pesquisa a partir de uma perspectiva decolonial, com o objetivo de revelar novos caminhos para a musicoterapia fundamentada em bioética e justiça cognitiva.
This report is based on an experimental application of Discourse Semiotics (GREIMAS, 1975) as a methodology for producing meaning from the Drum Grammar (SIMAS, 2019), as evidenced during the course “Drum Circle for Health Promotion”, which took place in the first semester of 2025 at the Institute of Psychiatry (IPUB) of the Federal University of Rio de Janeiro (UFRJ).
The music therapy intervention was inspired by the reflections of Byung-Chul Han (2021) on the societal illness resulting from the Disappearance of Rituals, aiming to explore the music therapeutic resources inherent in the cultural manifestations of Afro-Amerindian-Diasporic rhythmic communities.
This initiative was carried out within the scope of the university community outreach project COMunicaSOM, affiliated with the UFRJ Music Therapy program. Throughout the course dynamics, it was possible to deepen and enrich the understanding of the therapeutic application of symbolic content, based on the concept of Music as Metaphor (BARCELLOS, 2009), as produced during collective drum-based music therapy practice.
Based on the complexity of Drum Grammars and the music therapy premises of Drum Circles, it was possible to identify contradictions, oppositions, implications, and logical negations resulting from the application of the Semiotic Square—a fundamental component of Greimas’s (1975) Generative Path of Meaning—which revealed valuable meanings for clinical music therapy practice.
Greimassian Semiotics was applied through the identification of dialectical oppositions unveiled in the symbolic dimension of the Drum Grammar, which can be understood as conveying metaphors and meanings associated with the musical gestures (BARCELLOS, 2009) of drumming.
In order for Discourse Semiotics to be understood as a methodology for signifying the Grammars of Drum Circles, it is first necessary to produce a cartography that deepens and highlights the epistemological complexity of the chosen ethno-cultural rhythmic tradition. This condition is essential for enriching the research from a decolonial perspective, with the aim of revealing new pathways for music therapy grounded in bioethics and cognitive justice.