Acupuntura: bases científicas e sua aplicação no Brasil e no mundo

Ramo da milenar Medicina Tradicional Chinesa (MTC), a acupuntura tem como propósito restabelecer o equilíbrio do corpo, mobilizando a energia vital e desencadeando efeitos analgésicos e anti-inflamatórios. A prática, também declarada Patrimônio Cultural Intangível da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), melhora a imunidade e ajuda no tratamento de problemas emocionais e de algumas doenças físicas, como sinusite, asma, enxaqueca e artrite.

Acredita-se que a acupuntura tenha mais de quatro mil anos, confundindo-se originalmente com a própria história da medicina na China. Ao mundo ocidental, ela chega por volta do século 17, se popularizando, porém, no fim do século 20 – a técnica tornou-se especialidade médica, no Brasil, em 1995.

“Este recurso terapêutico consiste na introdução de finas agulhas na superfície corporal, nos denominados pontos de acupuntura – esclarecidos pela neurociência como sítios neuro reativos –, e que podem conduzir estímulos locais e no sistema nervoso periférico e central”, detalha o médico especialista em Acupuntura e em Dor, Hildebrando Sábato, diretor do Instituto Médico Brasileiro de Acupuntura e presidente do Colégio Médico de Acupuntura de Minas Gerais. Ele explica que tais estímulos, em pontos precisamente selecionados, podem desencadear respostas do sistema nervoso, de modo a atingir um alvo terapêutico, tratando distúrbios, dores e o mal funcionamento de órgãos e vísceras.

Sábato, que também coordenou o Mapa de Evidências da Efetividade Clínica da Acupuntura, projeto de sistematização de estudos científicos sobre as Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS), conduzido pelo Consórcio Acadêmico Brasileiro de Saúde Integrativa (CABSIN) e o Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde da Organização Pan-Americana da Saúde (Bireme/Opas/OMS), com apoio da Coordenação Nacional de Práticas Integrativas e Complementares de Saúde do Ministério da Saúde, revela que os mecanismos de ação desta prática estão elucidados nos inúmeros trabalhos científicos, publicados em várias partes do mundo, não restando dúvidas sobre sua eficácia no tratamento de diversas doenças e dores, principalmente as de origem musculoesqueléticas. Aliás, segundo levantamento bibliométrico da produção científica global e brasileira em acupuntura, são vários os estudos sobre a prática. Foi publicado, de 2000 a 2014, um total de 9.301 documentos relacionados à acupuntura e 5.974 documentos específicos em todo o mundo. O Brasil publicou 252 documentos relacionados e 169 específicos à prática, o que o deixou entre os dez países mais produtivos em número de publicações sobre acupuntura (1).

Acupuntura sob o viés científico

Segundo o mapeamento da efetividade clínica da acupuntura, são diversos os desfechos, ou seja, os resultados para o tratamento de várias doenças, relativos a este recurso terapêutico, que integra a lista das 29 PICS da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) do Sistema Único de Saúde (SUS), desde que foi lançada, em 2006.  O trabalho de sistematização de estudos científicos sobre a acupuntura, cujo objetivo é apoiar profissionais de saúde, tomadores de decisão e pesquisadores na construção de ações de saúde baseadas em evidências, apresenta resultados para dores (muscular, pós-operatória e cefaleias diversas), reabilitação pós-AVC, fertilidade, sintomas do climatério, distúrbios do sono e sintomas de câncer como os efeitos adversos da quimioterapia (2).

Foram identificados efeitos potencialmente positivos da acupuntura em casos de condições álgicas, síndrome de tensão pré-menstrual (TPM), asma, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), depressão, transtornos gastrointestinais, obesidade, paralisia de Bell, náusea e vômito.

“Este mapeamento analisou 168 revisões sistemáticas dos últimos cinco anos, incluindo, em sua maioria, ensaios clínicos randomizados, mas também não randomizados, ensaios clínicos e estudos observacionais e 
estudos quantitativos e qualitativos. Cada revisão apresenta centenas de trabalhos para um determinado desfecho clínico”, dimensiona o coordenador do trabalho.

Publicado em 2019, um estudo de revisão sistemática de destaque, que é aquela análise criteriosa de vários trabalhos sobre determinado tema, demonstrou que a acupuntura é útil para o tratamento da obesidade (3). Outra revisão sistemática de 2018 mostra como a acupuntura pode colaborar no tratamento da depressão pós-parto (4) e uma outra pesquisa sugere que a acupuntura é eficiente em crianças com autismo (5).

A eficácia da acupuntura para várias condições de saúde é cada vez mais confirmada por aqui e mundo afora. A revisão sobre tratamentos para dor aguda, do Departamento de Serviços Humanos e da Saúde dos EUA, publicada em 2020, que envolveu 183 ensaios clínicos randomizados, conclui que dentre as terapias não farmacológicas a acupuntura foi a mais eficaz para condições de dor aguda. Em 38 estudos, a acupuntura foi associada a uma redução moderada da dor lombar e melhoria de função em duas a quatro semanas (6).

Outra revisão, que incluiu oito estudos, envolvendo 636 participantes, mostrou que os tratamentos acupunterápico e medicamentoso têm o mesmo efeito quando se trata da depressão relacionada à dor crônica, sendo que o tratamento com acupuntura é mais seguro, e a acupuntura combinada com os medicamentos é mais benéfica do que o tratamento envolvendo somente medicamentos (7).

Os resultados de uma revisão de 46 estudos demonstraram, ainda, que a acupuntura reduziu a dor visceral e induziu mudanças significativas na atividade neuronal, bem como nos níveis de citocinas e neurotransmissores relacionados à dor/inflamação no eixo cérebro-intestino (8). Da mesma forma que um outro estudo mostrou o quanto a acupuntura é benéfica na redução da dor relacionada à endometriose (9).

Quanto ao efeito da acupuntura no sistema imunológico, uma revisão com oito estudos combinados verificou que a aplicação de pontos de acupuntura, combinada com o tratamento de rotina, pode aumentar significativamente a proporção de linfócitos, bem como os tempos de exacerbações agudas, melhorando a eficácia clínica (10).

Uma revisão, incluindo 25 ensaios clínicos randomizados – considerados “padrão-ouro” em pesquisa científica –, sendo 19 de alta qualidade, segundo o instrumento de avaliação de qualidades das revisões sistemáticas AMSTAR 2, aplicado também nos mapas de evidência produzidos pelo CABSIN e a Bireme/Opas,  com a intervenção da acupuntura, em comparação com o tratamento convencional ou com acupuntura mais tratamento convencional, mostrou que a prática da MTC foi eficaz no alívio dos sintomas do Mal de Parkinson, em comparação com nenhum tratamento e o tratamento convencional. A pesquisa demonstra que a acupuntura associada ou adicionada ao tratamento convencional teve um efeito mais significativo do que o tratamento convencional sozinho (11).

Daniel Miele Amado, ex-coordenador da PNPIC e gestor de Políticas e Projetos de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) reforça os benefícios da acupuntura como um sistema integral de saúde:

“Além de possuir sua própria forma de diagnóstico, reconhecida e incorporada na 11ª edição da Classificação Internacional de Doenças (CID-11), este recurso terapêutico tem sido muito reconhecido para o tratamento da dor, dos problemas emocionais, como ansiedade e depressão, além da fadiga, cansaço e insônia”. Ou seja, tanto para o tratamento do corpo quanto da mente.

Acupuntura no SUS e no mundo

Amado conta que a acupuntura, enquanto serviço no SUS, foi normatizada em 1988, junto com a Homeopatia e as Plantas Medicinais. “A partir daí, vários serviços foram organizados em diversos municípios brasileiros, que passaram a oferecer a acupuntura e outras práticas da Medicina Tradicional Chinesa”. Ainda, em 1998, foi criado o procedimento de Consulta Médica em Acupuntura, mas este acabou restringindo a prática à categoria médica. Em 2006, com a publicação da PNPIC, tanto a acupuntura quanto outras práticas da MTC se fortalecem, ampliando o escopo de atuação profissional, pois são estabelecidas as diretrizes para a implementação dessas práticas em todos os níveis de atenção e de forma multiprofissional, seguindo assim até hoje.

“Para se ter uma ideia, dos 579 mil procedimentos de acupuntura ofertados em 2019 no SUS, 48% foram realizados por médicos e 52% por outros profissionais de saúde, como fisioterapeutas e enfermeiros, com formação na prática”, informa Amado.

Apesar do avanço das PICS, a acupuntura segue restrita a poucos municípios. O ex-coordenador da PNPIC informa que, em 2019, cerca de 1.979 municípios registraram pelo menos um procedimento em acupuntura durante o ano. “Mas, quando avaliamos municípios que registraram, ao menos, cem procedimentos de acupuntura no ano, apenas 336 registraram essa oferta, em um universo de 5.568 municípios brasileiros”, contrasta. Segundo levantamento da Coordenação da PNPIC, em 2011, foram oferecidas 402 mil sessões e, em 2019, 579 mil. “Um crescimento pouco expressivo se compararmos com outra técnica da MTC, a auriculoterapia, que saiu de 140 mil procedimentos, em 2017, para 493 mil, em 2019”, confere. Para ele, o pequeno crescimento da oferta da acupuntura no SUS se deve às disputas corporativas.

A prática, porém, recrudesce mundo afora. Segundo relatório global da Organização Mundial da Saúde (OMS), publicado em 2019, 113 países utilizam a acupuntura, sendo ela o recurso terapêutico da Medicina Tradicional, Complementar e Integrativa (MTCI) mais realizado no mundo.

O cenário de formação de acupunturistas também é bem diversificado: Austrália, Canadá e Estados Unidos, por exemplo, reconhecem os acupunturistas tradicionais; outros restringem a prática a profissionais de saúde mais convencionais, como médicos, odontólogos, fisioterapeutas e enfermeiros. Apesar de cada um ser responsável pela normatização da prática, a OMS defende o reconhecimento e a regulamentação do praticante tradicional, bem como a possibilidade de utilização da acupuntura por outros profissionais de saúde, desde que com a formação complementar específica de acupuntura. “Essas informações sobre a formação estão no Benchmark [traduzido como pontos de referência] de treinamento em acupuntura da OMS, atualizado em 2020”, esclarece Amado, que avalia que este esforço da OMS favorece o investimento em pesquisa e inovação, fator fundamental para a integração das MTCI nos sistemas oficiais de saúde dos países (12).

No Brasil, a atuação em acupuntura é livre, e a Classificação Brasileira de Ocupação reconhece os acupunturistas tradicionais, assim como profissionais de saúde com formação complementar. Os vários conselhos profissionais da saúde, a exemplo do Conselho Federal de Medicina, Conselho de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, Conselho Federal de Farmácia, Conselho Federal de Odontologia, Conselho Federal de Enfermagem, entre outros, também reconheceram a utilização da acupuntura no seu campo profissional. “Quando falamos do SUS, a PNPIC reconhece a atuação multiprofissional da acupuntura”, reforça Amado.

Experiências exitosas

Ciro Blujus dos Santos Rohde, coordenador do Serviço de Fitoterapia, Plantas Medicinais e Acupuntura do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP), conta que o atendimento na unidade, exemplo exitoso do uso da prática no cuidado dos transtornos mentais, que foi inaugurado em 2019, com o Programa Ambulatorial de Mudança de Hábitos e Estilo de Vida (PROMEV), pelo professor Hermano Tavares, funciona uma vez por semana (às quintas-feiras) e conta, no caso dos atendimentos em acupuntura, com dois profissionais, que são também responsáveis, a cada dois meses, por ministrarem palestras sobre o tema nas reuniões do PROMEV, que acontecem às sextas-feiras. “A ideia do serviço surgiu de um projeto de pesquisa de tratamento com acupuntura para pacientes com Transtorno Explosivo Intermitente (TEI), assistidos pelo Programa Ambulatorial Integrado dos Transtornos de Impulsividade (PRO-AMITI), também coordenado pelo professor Hermano Tavares”, conta Rohde.

Percebeu-se que o uso da acupuntura provocou o engajamento dos pacientes e, sobretudo, a melhora clínica, segundo o coordenador do ambulatório do Instituto de Psiquiatria do HC-FMUSP. “A expansão do serviço a outros grupos de pacientes tornou-se consequência natural do projeto inicial, que, inclusive, segue em andamento”, declara, confirmando o que a literatura científica reporta: “Há claramente uma série de benefícios da acupuntura no tratamento compartilhado em psiquiatria, principalmente em casos de ansiedade, insônia e depressão”. Ele revela que o uso da terapêutica nos Transtornos de Impulsividade, por outro lado, ainda é muito pouco explorado. “Este é o nosso desafio: ampliar o conhecimento acerca do uso da prática no tratamento do TEI”, acrescenta.

Rohde descreve melhoras com a acupuntura dos sintomas tanto físicos, como dores e problemas gastrointestinais, quanto psiquiátricos, pois provoca uma série de reações sistêmicas e orgânicas que resultam na regulação dos processos cerebrais. “A acupuntura facilita o tratamento do paciente como um todo, acelerando sua recuperação, sempre em conjunto, é claro, com os medicamentos e a psicoterapia”, orienta. Ele conclui: “Esta prática provoca a psiquiatria clássica, pois, ao contrário das medicações, que alteram o funcionamento cerebral, atuando diretamente nas sinapses neuronais, na tentativa de promover sua regulação, a acupuntura promove o estímulo físico periférico, ou seja, de forma indireta”. Em sua avaliação, a acupuntura serve de apoio ao tratamento psiquiátrico, uma vez que seus mecanismos de ação são diferentes dos medicamentos e da psicoterapia, acelerando o processo de tratamento do paciente, além de a prática provocar no profissional a reflexão sobre a perspectiva integrativa do cuidado.

“O olhar integrativo para o paciente psiquiátrico nos permite observá-lo sob uma perspectiva diferente, enriquecendo o entendimento de sua psicopatologia e, portanto, seu tratamento”, conclui.

Exemplo de sucesso das PICS no SUS, criado em 2015, pelo acupunturista e farmacologista Elziwaldo Lobo Monteiro, o Centro de Referência das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde do Estado do Amapá́ (Cerpis-AP) tem como “carro-chefe” a acupuntura. O diretor do Cerpis-AP e coordenador estadual das PICS na Secretaria de Estado da Saúde do Amapá, pós-doutor em dor neuropática, conta que a prática da MTC tem atendido especialmente às pessoas com sequelas do AVC, da hipertensão e das diabetes. “Meu trabalho como acupunturista está bastante direcionado a quatro neuropatias: lombociatalgia, que é aquela dor que se inicia na região lombar e segue o trajeto do nervo ciático; dor do trigêmeo, que afeta o nervo trigêmeo; fibromialgia; e neuropatia diabética, que pode causar dor em várias partes do corpo da pessoa diabética”, detalha.

Monteiro explica que, enquanto a alopatia trata, em geral, da doença, as práticas da MTC, a exemplo da acupuntura, trata do adoecimento do corpo. “As doenças emocionais podem também ser tratadas com a acupuntura. Eu faço uma acupuntura bioenergética com a imposição das mãos, com apoio da aromaterapia, de florais e plantas medicinais, em pessoas em sofrimento emocional, e esse sofrimento é muitas vezes provocado pelas dores neuropáticas”, esclarece, garantindo que a prática, ao tratar ao mesmo tempo dos problemas físicos e emocionais, contribui para a redução das internações nos prontos-socorros. “A acupuntura atende a todos, crianças, jovens e idosos, pois aborda de modo integral e dinâmico o processo saúde-doença no ser humano, podendo também ser usada de forma integrada com outros recursos terapêuticos”, finaliza.

Autora: Katia Machado

Revisão científica: Ricardo Ghelman, Gelza Matos Nunes e Caio Portella

Texto publicado originalmente pelo Núcleo de Tradução do Conhecimento das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (NTC-PICS), no site do CABSIN.

Referências:

  1. Moré AO, Tesser CD, da Silva JB, Min LS. Status and Impact of Acupuncture Research: A Bibliometric Analysis of Global and Brazilian Scientific Output from 2000 to 2014. J Altern Complement Med. 2016 Jun;22(6):429-36. doi: 10.1089/acm.2015.0281. Epub 2016 May 2. PMID: 27136034.
  2. Mapa de Evidência – Efetividade Clínica da Acupuntura. 
  3. Yao, Junpeng, et al. “Acupuncture and weight loss in Asians: A PRISMA-compliant systematic review and meta-analysis.” Medicine 98.33 (2019). 
  4. Li, Shanshan, et al. “Effectiveness of acupuncture in postpartum depression: a systematic review and meta-analysis.” Acupuncture in Medicine 36.5 (2018): 295-301. 
  5. Lee, Boram, et al. “The efficacy and safety of acupuncture for the treatment of children with autism spectrum disorder: a systematic review and meta-analysis.” Evidence-based Complementará and Alternative Medicine 2018 (2018).
  6. Chou R, Wagner J, Ahmed AY, Blazina I, Brodt E, Buckley DI, Cheney TP, Choo E, Dana T, Gordon D, Khandelwal S. Treatments for acute pain: a systematic review.
  7. You J, Li H, Xie D, Chen R, Chen M. Acupuncture for Chronic Pain-Related Depression: A Systematic Review and Meta-Analysis. Pain Research and Management. 2021 Feb 22;2021.
  8. Lee IS, Cheon S, Park JY. Central and peripheral mechanism of acupuncture analgesia on visceral pain: a systematic review. Evidence-Based Complementary and Alternative Medicine. 2019 May 2;2019.
  9. Mira TA, Buen MM, Borges MG, Yela DA, Benetti‐Pinto CL. Systematic review and meta‐analysis of complementary treatments for women with symptomatic endometriosis. International Journal of Gynecology & Obstetrics. 2018 Oct;143(1):2-9.
  10. Wu JJ, Zhang YX, Xu HR, Li YX, Jiang LD, Wang CX, Han M. Effect of acupoint application on T lymphocyte subsets in patients with chronic obstructive pulmonary disease: A meta-analysis. Medicine. 2020 Apr;99(16).
  11. Lee SH, Lim S. Clinical effectiveness of acupuncture on Parkinson disease: a PRISMA-compliant systematic review and meta-analysis. Medicine. 2017 Jan;96(3).
  12. WHO benchmarks for the practice of acupuncture. Geneva: World Health Organization; 2020. Licence: CC BY-NC-SA 3.0 IGO.

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