A experiência das Unidades Âncora no município de Triunfo-PB surgiu como resposta aos desafios históricos de acesso à saúde enfrentados por populações rurais dispersas. Localizado no sertão paraibano, o município lida com dificuldades logísticas devido à grande extensão territorial e baixa densidade populacional. Para superar essas barreiras e descentralizar os serviços de saúde, a Secretaria Municipal de Saúde implantou, a partir de 2021, Unidades Âncora vinculadas às UBS rurais. Essas unidades, adaptadas em espaços já existentes, oferecem serviços essenciais como acompanhamento de doenças crônicas, imunização, pré-natal e atendimentos odontológicos, com equipes fixas e itinerantes. A experiência visa ampliar o acesso, reduzir encaminhamentos ao pronto-atendimento municipal e fortalecer o vínculo entre comunidade e serviços de saúde, estando alinhada à Política Nacional de Atenção Básica (PNAB). O sucesso da iniciativa resultou em sua expansão, com a construção de novas unidades e a perspectiva de implementação da telemedicina como suporte às equipes locais.
O principal problema enfrentado foi o difícil acesso aos serviços de saúde pelas populações das zonas rurais de Triunfo-PB, ocasionado pela distância das UBS e pela precariedade dos meios de transporte. Isso resultava em baixa adesão a ações de prevenção e sobrecarga do pronto-atendimento municipal. A criação das Unidades Âncora surgiu como oportunidade para descentralizar a Atenção Primária, aproximar os serviços da população e tornar o cuidado mais resolutivo, especialmente para comunidades de difícil acesso.
A implantação das Unidades Âncora trouxe impactos positivos expressivos: redução de 30% na procura pelo pronto-atendimento municipal, aumento de 45% na adesão ao pré-natal, atualização de 90% dos esquemas vacinais das crianças atendidas, além de média mensal de 80 consultas de enfermagem e 30 médicas por unidade. A experiência fortaleceu o vínculo com a comunidade, ampliou a cobertura dos serviços e incentivou a participação social. Desafios como limitações financeiras e logísticas ainda existem, mas o projeto caminha para expansão, incorporando a telemedicina como inovação e prevendo a construção de novas unidades.
Para replicar a prática, é essencial mapear as comunidades com maior vulnerabilidade e utilizar estruturas já existentes, como escolas desativadas, para implantação das unidades. O envolvimento da comunidade desde o planejamento, o uso de equipes volantes bem organizadas e a integração com sistemas como o e-SUS são estratégias eficazes. Além disso, buscar parcerias com governos e parlamentares para garantir recursos financeiros e investir em tecnologias como a telemedicina pode fortalecer e sustentar o modelo.
RUA OTÍLIA LEONEL DE SANTANA, SN, CENTRO - TRIUNFO PB
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