A tentativa de suicídio é uma manifestação de um comportamento autolesivo. É um fenômeno humano de magnitude considerável. Segundo estudos, para cada caso de suicídio há pelo menos dez tentativas com gravidades variadas. É importante olharmos para esta situação sob o ponto de vista epidemiológico, objetivando identificar as situações de risco e minimizá-las evitando, assim, a morte precoce do indivíduo. De acordo com Correa, & Barrero (2006), a tentativa de suicídio é o ato sem resultado letal no qual o indivíduo deliberadamente causa danos a si mesmo, porém é considerado o maior predito clínico de futura morte por suicídio. Importante citar que, muitas vezes, a tentativa de suicídio está relacionada a um ato desesperado para acabar com o sofrimento e não necessariamente com a vida. Atualmente, observa-se que os desafios cibernéticos, lançados principalmente contra crianças e adolescentes, acabam induzindo os envolvidos em atos lesivos contra a vida.
Dar visibilidade a esse agravo com ações de prevenção e assistência à saúde de forma articulada entre os serviços, visando a redução de danos. Específicos: captar e monitorar os casos. Subsidiar a partir de dados a construção de medidas preventivas que em 2015 o Núcleo de Prevenção de Violência e Acidentes adaptou a ficha de notificação/conclusão do SINAN para a coleta de informações relativa às tentativas de suicídio, essa foi denominada ficha de atendimento. Conclusão: tentativa de suicídio. Além das informações pessoais, tem na sua conclusão a classificação final e os motivos. Organizou-se o atendimento psicológico e clínico, possibilitando a identificação dos potenciais riscos e intervindo na redução do dano. Em 2016, iniciou-se o atendimento. Os pontos de atenção geram a ficha de notificação violência interpessoal/autoprovocada e encaminha por e-mail para o NPVA e CAPS. Os CAPS são referência e, após a estabilização do quadro, o acompanhamento ocorre na Atenção Primária.
Em 2016, as fichas relacionadas à tentativa de suicídios representaram 9,6%. Em 2017, representaram 21,73%. Nos dois anos os adolescentes e adultos foram os grupos mais notificados. Adolescentes com 27% e adultos 51%, e em 2017, 26% (adolescentes) e 50% (adultos). Preponderância do sexo feminino (65%), sem variação. Ocupação: maior percentual estudantes (24% e 23%) seguidos “do lar” (15 e 9%). Meio de autoagressão mais utilizado: intoxicação exógena. Motivações: prevalência de depressão (53% e 35%). Bairros mais afetados: 2016: Jardim Paraíso e Aventureiro (10%) e Boehmerwaldt (8%). 2017: Paranaguamirim (11%), Aventureiro (8%) e Jardim Paraíso (7%). Casos de reincidência, sete em cada ano, um suicídio em 2016 e dois em 2017.Conhecer os fatores de risco assegurar o acesso precoce a avaliações clínicas aumentar a segurança e efetividade nos tratamentos e promover educação permanente. O acolhimento deve ser de forma oportuna e humanizada, com interlocução entre os setores (assistência social, educação, saúde, entre outros), considerando os fatores sociais, econômicos, demográficos, familiares, transtornos mentais (depressão e abuso/dependência de álcool e drogas), ausência de apoio social, eventos estressantes, etc.
CADASTRO
ATUALIZAÇÃO