- Atenção Primária à Saúde
Mateus Emanuel da Silva Santos
- 22 maio 2024
Finalidade da experiência.
Um dos grandes desafios da equipe de Controle da Gerência de Regulação, Controle e Avaliação (GRCA) da Semus é a adequação dos registros de procedimentos realizados pelos profissionais da rede. Há anos, a produção realizada é analisada exaustivamente pelos técnicos da coordenação de controle com vistas à correção das inconsistências encontradas nesses registros, sem a correspondente mudança de comportamento, apesar das inúmeras tentativas de orientação por meio de relatórios mensais enviados às unidades de saúde do município. A Organização Mundial de Saúde (OMS) definiu o Sistema de Informação em Saúde (SIS) é um mecanismo de coleta, processamento, análise e transmissão de informação necessária para se planejar, organizar, operar e avaliar os serviços de saúde. Nessa lógica, verifica-se que a Política Nacional de Informação e Informática (PNII) no Brasil, definida pelo Ministério da Saúde (MS), que prevê a promoção da tecnologia da informação, para melhorar os processos de trabalho em saúde, resultando em um Sistema Nacional de Informação em Saúde articulado, que produza informações para os cidadãos, a gestão, a prática profissional, a geração de conhecimento e o controle social, garantindo ganhos de eficiência e qualidade mensuráveis através da ampliação de acesso, equidade, intregralidade e humanização dos serviços e, assim, contribuindo para a melhoria da situação de saúde da população (BRASIL, 2004). O Sistema de Informação Ambulatorial (SAI) foi implantado nacionalmente na década de noventa visando o registro dos atendimento realizados no âmbito ambulatorial, por meio do boletim de produção ambulatorial (BPA). Sua consolidação correta através dos Relatórios da Produção permite o repasse financeiro para estados e municípios. No momento do processamento da produção ambulatorial destaca-se uma série de críticas cruzadas que precisam ser corrigidas para garantir a qualidade da informação em saúde. Dessa forma, a equipe de controle do GRCA elaborou em junho de 2014, o projeto qualificando o registro na saúde e iniciou a implantação das ações propostas para aprimorar o sistema de registro utilizado na Semus, evitando perdas na produção por registros indevidos das ações e atividades desenvolvidas pelos profissionais da rede. As estratégias adotadas também visam disseminar a cultura de um registro correto e sob os preceitos da legalidade.
Para a próxima etapa estão sendo analisadas as produções ambulatoriais dos profissionais treinados com o objetivo de verificar a adequação dos registros realizados por eles nos três meses subsequentes ao treinamento. Entendemos que é necessário a compreensão de que no setor da saúde, a informação é grande aliada do processo decisório, uma vez que auxilia no conhecimento sobre as condições de saúde, mortalidade e morbidade, fatores de risco, condições demográficas entre outras (ROUQUAYROL, 2006). Nessa lógica, verificamos que muitas vezes, não é dada a devida importância à coleta de dados, sendo realizada apenas para cumprir as determinações administrativas. O preenchimento dos múltiplos formulários, a falta de capacitação dos profissionais, o desinteresse em manipular os sistemas de informação e a dificuldade de alguns profissionais na manipulação de computadores são fatores que agravam ainda mais a qualidade da informação gerada. Entretanto, com a implementação de ações como estas é possível mudar o cenário. Para tanto, verifica-se a necessidade de melhorias na articulação intersetorial para garantir a participação dos envolvidos. Portanto, é fundamental que o trabalho seja compartilhado na rede para dar visibilidade e desconstruir a ideia de que sistema de informação é somente a alimentação de dados.
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