- Atenção Primária à Saúde
Cibely Araújo
- 22 set 2024
Amapá
A comunidade ribeirinha da Amazônia vive nas beiras dos seus diversos rios, geralmente
em casa de Palafitas, as quais são habitações construídas sobre troncos ou pilares,
comuns em áreas alagadiças, para deixar a casa em uma altura em que a água dos rios
não possa alcançar. As atividades de subsistência desempenhada por essas populações
são a pesca e a agricultura. Os ribeirinhos possuem acesso dificultado aos serviços
públicos, em geral, com pouca assistência médica, e quando moram longe, ainda sofrem
com a falta de transporte e de comunicação. As populações ribeirinhas são povos que
vivem distantes dos centros urbanos e quando moram próximo às cidades são
extremamente pobres e sofrem com a poluição de rios (esgoto), assoreamentos e erosão.
A distância é um fator crítico para as comunidades ribeirinhas, limitando o acesso das
pessoas aos principais centros de assistência à saúde, sendo um desafio para a Saúde
Pública o desenvolvimento da Atenção Primária à Saúde (APS) nessas comunidades.
Devido a essas dificuldades de acesso à prefeitura de Macapá em outubro de 2022
reativou e reformou a Unidades Básicas de Saúde Fluvial Dr. Celia Trasel (UBSF), que
circula pelos rios com equipes multiprofissionais. A UBS Fluvial possui consultório médico,
odontológico, nutrição, psicologia e de enfermagem, além de ofertar medicamentos,
procedimentos laboratoriais, sala de vacina, sala de triagem, banheiros, cozinha e
cabines com leitos suficientes para abrigar a tripulação.
OBJETIVOS GERAL:
Relatar as ações de promoção a saúde realizadas na comunidade ribeirinha de Carapanatuba pelas equipes da UBS FLUVIAL através do Programa Saúde Para Todos desenvolvido pela secretaria de saúde de Macapá.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
➢ Conhecer os desafios enfrentados pelas comunidades ribeirinhas para o acesso à saúde;
➢ Ofertar atendimento multiprofissional de qualidade para as comunidades ribeirinhas;
O atendimento de todas as famílias ribeirinhas que vieram para as consultas aconteceu no interior
das dependências da UBS Fluvial Dr. Célia Trasel foram realizados 803 atendimentos em dois
dias de ações, sendo estes atendimento individual ou coletivos, bem como ações assistenciais e
educativas. As comunidades exibiam como principal fonte de renda a pesca e a agricultura de
subsistência, as mulheres em sua maioria eram do lar ou trabalhavam junto na agricultura
familiar. A água provém dos rios ou poços artesianos. As casas em todas as comunidades, em
sua maioria, são de madeira. Quanto aos procedimentos clínicos, foram realizados 120 consultas
médicas com clínico geral, ginecologia e pediatria. Além de 35 atendimentos odontológicos, 334
atendimentos de enfermagem, dentre eles o pré-natal tendo como referência gestantes menores
de 20 anos e em sua maioria multíparas. Em relação à vacinação, as maioria das crianças
estavam com as vacinas do calendário vacinal sem atrasos ou completos. Foram realizadas 92
coletas de exames laboratoriais. Houve ainda atendimento nutricional com 138 atendimentos, a
saber: peso da bolsa família, vitamina A, suplementação de ferro e orientações gerais. Foram
atendidas 225 receitas e feitas a dispensação de diversas medicações conforme prescrição
apresentada.
Nota-se a necessidade de aprimorar o acesso das populações ribeirinhas a serviços essenciais, mantendo-se atendimentos regulares e contínuos, para a realização de atividades de educação e promoção de saúde com efetividade. Por fim, esta experiência nos proporcionou o conhecimento da realidade e das dificuldades enfrentadas pelas comunidades ribeirinhas do município de Macapá, além de vivenciar a importância desse projeto que leva até as comunidades ribeirinhas o atendimento primário a saúde multiprofissional.
Av. Henrique Galúcio, 1249
CADASTRO
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