- Promoção da Saúde
Bruno Henrique da Silva Ramos
- 18 nov 2024
Durante o ano de 2014 e 2015 o município de Saúde-BA, localizado na Região Centro-Norte do Estado da Bahia, tem assumido como estratégia a realização de espaços de formação junto a profissionais da Atenção Básica e usuários(as) de comunidades quilombolas, sobre a saúde da população negra, afim de promover o debate sobre questão racial dentro do SUS e trazer as demandas da população negra, em especial das comunidades tradicionais para impulsionar ações.Sendo assim, através do Núcleo de Apoio a Saúde da Família (NASF), foi realizado o I Seminário de Saúde da População Negra, voltado para profissionais da Atenção Básica, com o objetivo de discutir sobre racismo e sua relação determinante sobre a saúde, os desafios para implantação da Política Nacional de Saúde da População Negra e as estratégias necessárias para garantia do cuidado e atenção integral dentro do município.
Um dos maiores desafios impostos ao Sistema Único de Saúde (SUS), refere-se a garantia de atenção integral a saúde à população negra e combate ao racismo enquanto determinante social de saúde, de modo a extinguir as desigualdades e opressões de raça que são reproduzidas no contexto da saúde e permitir a reparação psicossocial à esse povo. Uma vez que, é evidente como o processo de escravização e colonização ocorrido durante séculos encontra raízes de controle e inferiorização que se capilarizam dentro do SUS, através de práticas racistas que provocam adoecimento e sofrimento.
Por fim, percebe-se a importância das ações realizadas como impulsionadoras de debates e combate ao racismo e construção de um novo modo de cuidar que levem em consideração a história e especificidades da população negra, apontando também a necessidade de continuidade das ações que permitam o empoderamento desses usuários e transformações das práticas de saúde, fugindo da lógica colonizadora, racista e enbranquecedora construída secularmente. Percebe-se, como fundamental a continuidade de espaços de formações voltados para os profissionais de saúde, de forma a discutir mais sobre a DF, saúde da mulher negra, racismo institucional e política nacional de saúde da população negra, bem como espaços de diálogo entre usuários, gestão e trabalhadores que possibilitam a construção conjunta de ações.
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