O plano de parto (PP) é um documento no qual as gestantes podem expressar suas preferências em relação aos cuidados durante o trabalho de parto, parto e pós-parto imediato, assim como os primeiros cuidados ao recém-nascido. Ele tem o objetivo de evitar intervenções desnecessárias e indesejadas, promovendo a autonomia da mulher no processo de escolha, conforme recomendado pela Organização Mundial da Saúde como boa prática obstétrica. No Brasil, o plano de parto é incentivado desde 2011, com a implementação do Programa Rede Cegonha.
Objetivo: descrever a implantação do plano de parto como parte integrante do pré-natal por enfermeira em uma unidade de saúde da família no município de João Pessoa (PB).
Metodologia: trata-se de um relato de experiência descritivo sobre a construção e implantação do plano de parto nas consultas de pré-natal da atenção primária à saúde. Durante o período de julho de 2022 a fevereiro de 2024, o Projeto de Extensão Aconchego Materno da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), em parceria com a Unidade de Saúde da Família (USF) Tito Silva, desenvolveu o modelo de parto como ferramenta para empoderar gestantes em relação aos seus direitos e prevenção da violência obstétrica. O PP é entregue impresso a todas as gestantes que iniciam o acompanhamento pré-natal na USF Tito Silva. E ao longo deste, são discutidos temas de educação perinatal que acontecem na última terça-feira de cada mês para auxiliar as escolhas das gestantes quanto ao seu planejamento do parto. Durante os cuidados pré-natais também são dialogadas informações com a gestante e seu acompanhante sobre as escolhas do seu PP.
É necessário o enfrentamento à violência obstétrica e para tanto empoderar a gestante por meio da educação perinatal e resposta ao instrumento de plano de parto pode colaborar coma redução desse tipo de violência contra a mulher na maternidade por parte da equipe no pré-parto, parto ou puerpério.
Ressalta-se que a USF Tito Silva é pioneira na implantação do PP como ação da consulta de pré-natal da enfermagem no município de João Pessoa (PB). Observou-se que 85 gestantes receberam o plano de parto. As gestantes conduziram o PP nas cadernetas da gestante à maternidade com boa aceitação pelos profissionais da rede hospitalar universitária, serviço de referência para o parto e pré-natal de alto risco local. O Plano de Parto representou um canal de comunicação entre as gestantes e a equipe de saúde da maternidade, promovendo a autonomia nas escolhas do parto e nascimento. Foi percebido que as gestantes passaram a se sentir mais empoderadas, com suas escolhas sendo respeitadas durante a assistência obstétrica. A introdução do plano de parto na consulta de enfermagem durante o pré-natal na atenção primária à saúde resultou na adesão das gestantes ao pré-natal coletivo, conhecimento sobre doula, orientações sobre como construir um plano de parto, opções de posições para o parto, medidas não farmacológicas para alívio da dor, lei do acompanhante e aleitamento materno. Ficou evidente que as gestantes estavam satisfeitas com o atendimento pré-natal, sentindo que suas expectativas haviam sido atendidas e que estavam bem informadas.
Adequar o plano de parto à oferta de serviço da maternidade de referência de forma que possibilite as escolhas da gestante relacionadas aos seus desejos para si no pré-parto, parto e puerpério e para o seu bebê no nascimento. Seguir método dessa experiência ampliando essa prática promovendo à saúde materno-infantil.
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