- Atenção Primária à Saúde
Mateus Emanuel da Silva Santos
- 22 maio 2024
A redução da mortalidade materna, infantil e fetal é um grande desafio para os municípios. Sua análise e acompanhamento ainda não foram totalmente incorporados às rotinas dos serviços ou até inexistem, sobretudo em relação ao óbito fetal. o presente trabalho demonstra a atuação do Comitê Regional de Prevenção ao Óbito Materno, Infantil e Fetal, na investigação dos referidos óbitos, na 28ª Região de Saúde do Rio Grande do Sul, no período de 2007 a 2017. Tal atuação possui importância significativa no apoio prestado aos municípios na coleta, consolidação, análise e disseminação dos dados, visando o planejamento e implementação de medidas para prevenção e controle dos agravos, principalmente de causas evitáveis, situações fora do padrão ou repetitivas. Com o acompanhamento sistemático dos dados, é possível a produção de estatísticas vitais passíveis de subsidiar ações intersetoriais que busquem a qualidade e a integralidade da assistência ao ciclo gravídico-puerperal na Rede Cegonha.
Caracterizar as atividades realizadas pelo Comitê Regional da 28º Região de Saúde do Rio Grande do Sul como potencializador da Vigilância Epidemiológica e de intervenções em saúde. Trata-se de estudo exploratório descritivo com dados originados das atas das reuniões e do acesso aos bancos de dados do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM), BI e Datasus. Como critério de inclusão foi estabelecido a inserção de todos os obitos maternos, infantis e fetais ocorridos na 28ª Região de Saúde do RS, no período de 2007 a 2017, com declaração de óbito no SIM. As variáveis selecionadas foram o número de nascimentos, data do óbito e data da conclusão da ficha síntese. as informações foram compiladas em tabela Excel® para visualização do quantitativo de ações executadas regionalmente. como medidas descritivas foram utilizadas frequências absolutas e relativas. Garantido sigilo e confidencialidade em todas as etapas do estudo.
Os dados apontam estabilidade da taxa de mortalidade materna, leve declínio na taxa de mortalidade infantil e elevação no indicador de mortalidade fetal. Ocorreu a melhora significativa do indicador de investigação dos óbitos, passando de 7,3% em 2007 para 100% em 2017 para os óbitos infantis e fetais e de 0% em 2007 para 100% em 2017 nos óbitos maternos. Fica evidente a importância do ciclo de vigilância dos óbitos desenvolvido pelo Comitê Regional, pois os dados gerados são importante fonte de planejamento e desenvolvimento de ações de intervenção, controle e monitoramento das demandas em saúde nas equipes que compõem a rede intersetorial e contribuindo para a integralidade do cuidado o fortalecimento da atenção. A vigilância dos óbitos maternos, infantis e fetais realizada pelo Comitê Regional é uma importante estratégia na promoção de intervenções em saúde. Proporciona visibilidade às taxas de mortalidade, promove a avaliação crítica dos eventos, contribui para qualificação do registro dos óbitos, possibilita o aumento da sensibilidade aos casos e a adoção de medidas para sua prevenção, principalmente os de causa potencialmente evitável, por todos os pontos de atenção da Rede Cegonha.
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