Metodologia ativa como estratégia de trabalho na cobertura vacinal da primeira da infância em Cedro (CE)

O processo da imunização torna um indivíduo imune ou resistente a uma doença infecciosa, quase sempre pela administração de uma vacina. A vacinação na primeira infância é uma das maneiras de proteção às crianças com relação a diferentes doenças nesta faixa etária. Nos últimos anos é notório um crescente número de pessoas com rejeição as vacinas, principalmente de pais na adesão ao calendário vacinal de seus filhos. Com a Pandemia da covid-19 e a chegada das vacinas neste enfrentamento ficou ainda mais apreensivo esta situação. No município de Cedro a maior dificuldade na cobertura vacinal infantil, inicialmente, foram os sistemas de informatização. Em 2021 foi realizado a instalação do prontuário eletrônico nas treze equipes, as capacitações e vivências no novo processo de trabalho. No entanto, os resultados esperados nas taxas de vacinação e no indicador de desempenho da vacina pólio e penta do Previne Brasil não foram satisfatórios. O número em queda da cobertura vacinal na maioria das vacinas do calendário infantil, trouxe inquietações e assim vislumbrou a necessidade de uma visão ampla do passo a passo na rotina das equipes, na busca ativa e na informação no sistema para colocar em prática novas metodologias de trabalho melhorando este processo na eficácia da cobertura vacinal da primeira infância. Objetivou aplicar o Arco de Maguerez in loco como metodologia ativa na avaliação e monitoramento frente a problematização apresentada nas treze salas de vacinação das unidades básicas de saúde de Cedro (CE). A metodologia aplicada iniciou em 2022, frente a avaliação dos dados com relação a cobertura vacinal do ano de 2021. Neste contexto, identificou a problematização da realidade com enfermeiros, vacinadores e agentes comunitários de saúde das treze equipes da Atenção Primária seguindo as etapas implementadas pelo Arco de Maguerez. Portanto, intensificou a busca ativa das crianças faltosas através do agente comunitário de saúde, revisão e atualização do cartão de todas as crianças menores de dois anos de idade, atualização de 464 cadernetas individualmente no sistema do prontuário eletrônico, impressão do cartão espelho de todas as crianças e criação de planilha no Excel das crianças de cada área por agente comunitário de saúde para monitoramento constante. A prática resultou em excelentes taxas alcançadas no calendário vacinal da primeira infância em 2022. Das onze vacinas do calendário, dez obteve acima de 100% de cobertura. Apresentando apenas a vacina da febre amarela com um percentual abaixo de 100%. Entre estas coberturas destacamos a vacinação da poliomielite (menor de 1 ano) com 113,33% e a segunda dose da vacina tríplice viral com 110,74%. Na campanha da poliomielite ocorrida no ano de 2022 o município também se destacou em primeiro colocado da 17ª área descentralizada de saúde. Quando comparado a 2021, com apenas quatro vacinas com cobertura de 100% ou mais, houve um avanço excelente. A experiência ampliou a cobertura vacinal da primeira infância com reavaliação no processo de trabalho dentro da Atenção Primária através de metodologia focada no problema, promovendo interação, acesso qualificado e eficiência contínua no processo de trabalho.

Mediante os resultados da pesquisa ImunizaSUS é importante observar que os desafios apresentados não são diferentes da problematização trazida na prática municipal; uma vez que podemos citar alguns como a sobrecarga do profissional vacinador nas salas de vacinação e frente a este determinante do problema foi possível traçar solução para uma melhor interação dos atores: enfermeiro, vacinador e agente comunitário de saúde. Outro ponto chave também apresentado no que tange os resultados da pesquisa é a alimentação dos dados nos sistemas de informação que impacta também na realidade local e para este determinante buscamos a capacitação in loco em cada sla de imunização.

A experiência vivenciada no município foi aplicação de metodologia ativa em um processo de ensino aprendizagem que buscou a reflexão dos atores envolvidos diante de uma problematização apresentada. Foi aplicado o método do Arco de Maguerez que é composto por cinco etapas consecutivas: observação da realidade, pontos-chave do problema, teorização, soluções e aplicação.

Podemos concluir que a aplicação da metodologia ativa in loco na Atenção Primária à Saúde foi essencial para a transformação de uma realidade. Apresentou desafios tais como, resistência por parte de alguns profissionais e despreparo de outros. Porém, estes desafios foram interpretados dentro da metodologia do Arco de Mangarez como uma problematização encontrada. No início desta prática a realidade da cobertura vacinal na primeira infância era aquém dos percentuais exigidos de cobertura. Atualmente temos um processo de trabalho fortalecido no enfrentamento as baixas coberturas vacinais e assim crianças protegidas de diversas doenças. Os profissionais com capacidade maior de interpretar a realidade e buscar resolutividade para os problemas é a garantia de um processo de trabalho contínuo na cobertura vacinal da primeira infância. A prática foi concluída com sucesso nas treze Unidades Básicas de Saúde, sendo fortemente melhorada em cada unidade replicada. A implementação da prática é uma tomada de decisão de gestão, com baixo custo, fácil aplicabilidade e de relevante resultado no tocante a cobertura vacinal.

Principal

Antonia Norma Teclane Marques Lima

Coautores

Thamiris Sarah Felipe Souza da Luz

A prática foi aplicada em

Cedro

Ceará

Nordeste

Esta prática está vinculada a

Secretaria Municipal de Saúde

Cedro, CE, Brasil

Uma organização do tipo

Instituição Pública

Foi cadastrada por

Conta vinculada

ideiasus@gmail.com

23 dez 2023

CADASTRO

14 set 2024

ATUALIZAÇÃO

Condição da prática

Concluída

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