- Atenção Primária à Saúde
Mateus Emanuel da Silva Santos
- 22 maio 2024
Considerando a cobertura vacinal como um componente da extrema atenção de gestores, dirigentes e profissionais do SUS, no que tange a qualidade no processo de imunização municipal. Deve-se, portanto, ser um indicador fundamental para o controle e redução da morbimortalidade infantil produzida por condições imunopreveníveis. Como questões norteadoras colocaram em foco: a vigilância da cobertura vacinal pode instrumentalizar a equipe do Programa Municipal de Imunização (PMI) quanto as ações necessárias para o aumento dos percentuais de cobertura e, sobretudo, do controle de doenças imunopreveníveis? E ainda, a baixa cobertura vacinal nos últimos cinco anos pode estar relacionada à necessidade da avaliação da forma de registro das informações da vacinação nas salas de vacina de Arraial do Cabo (RJ)? Por isso, nosso objetivo geral foi elaborar modelo de rastreio sistemático das incompatibilidades entre os sistemas e-SUS AB e SIPNI para aumentar a eficiência de migração dos dados referentes à imunização implementando um fluxo de informação e interação eficientes entre coordenações da APS, salas de vacina (ESFs) e a coordenação de imunização. Há, portanto, uma justificativa de uma proposição de um modelo de rastreio sistemático das inconsistências dos sistemas de informação vigentes na alimentação das informações em imunização. Na primeira etapa foi implantada a ficha de cartão espelho individualizado e os dados digitados na planilha compartilhada no Google apps permitindo a atualização constante e monitoramentos das vacinados. Na segunda etapa, realizamos um levantamentos das crianças nascidas no segundo semestre de 2022 e até março de 2023, através da DNV e dos dados de vacinação da BCG e hepatite b em < de 30 dias para controle da cobertura vacinal em menores de um ano. A terceira etapa destinou-se a necessidade de reorganização dos serviços de saúde, apontando para uma lógica da organização e de funcionamento do serviço e da humanização do atendimento Por último. É de fundamental importância levantamos os fatores que interferem na migração dos dados vacinais do e-SUS para o SI-PNI. Foram catalogadas e descritas as ações integradas entre os setores de Imunização e APS para o rastreio das inconsistências entre os sistemas eSUS e SI-PNI. Além da avaliação dos erros de digitação foi realizado capacitação com as equipes das ESF e do setor de digitação municipal apresentando os apontamentos na forma ideal de digitação para atingirmos a qualidade dos registros vacinais e eficiente migração para o SI-PNI. Como resultados tiveram avanços na nossa cobertura e nesses três meses do ano vigente foi possível evidenciar que muitos de nossos indicadores melhoraram consideravelmente e estamos na busca da melhoria do alcance das metas vacinais. Outro resultado fundamental foi a elaboração de um passo a passo do modelo de atuação para melhoria da migração dos registros vacinais do e-SUS para SI-PNI que possa auxiliar outros gestores nessa busca pela excelência de cobertura vacinal.
A vigilância da cobertura vacinal pode instrumentalizar a equipe do Programa Municipal de Imunização (PMI) quanto a ações necessárias para o aumento dos percentuais de cobertura e portanto, do controle de doenças imunopreveníveis? A baixa cobertura vacinal nos últimos cinco anos pode estar relacionada à necessidade da avaliação da forma de registro das informações da vacinação nas salas de vacina de Arraial do Cabo (RJ)?
Na busca pela formulação de melhores estratégias para o aumento da cobertura vacinal em crianças menores de dois anos no município de Arraial do Cabo. Por meio desta pesquisa de investigação-ação, foi iniciado um plano de ação municipal, visando melhorar os indicadores de cobertura vacinal das crianças residentes nesse território. Após a execução das ações pelo município, segundo plano de intervenção, baseados na análise da cobertura vacinal realizada no início deste projeto. Um dos primeiros passos foi padronização da digitação dos imunobiológicos recebidos pela Secretaria Estadual através do departamento de imunização estadual. Essa padronização permitiu acertar erros de migração relativos a forma de cadastro dos imunobiológicos, principalmente ao que tange à grafia exata dos fabricantes e validade conforme registrado no SI-PNI web. Sem dúvida nosso maior trunfo foi à análise dos cartões espelho, implantadas na primeira etapa desse estudo. Esse instrumento serviu não só para a avaliação das condições do status vacinal de nossas crianças e da necessidade de busca ativa das crianças não vacinadas, mas também para identificar que muitas vacinas realizadas não estavam lançadas nos sistemas de informação. Esse movimento de análise das cadernetas promoveu também iniciativas de ação de vacinação nas residências de algumas Unidades de Saúde da Família (USF); Reuniões locais também ocorreram nas unidades de vacinação com as equipes responsáveis pela vacinação para criação de estratégias locais de busca ativa e atualização do cartão vacinal Outro fator importante percebido através da leitura e compreensão das informações do cartão espelho foi identificar que muitos dados não migraram por falta de cadastro crianças no e-SUS, sendo assim, as vacinas eram lançadas mas não computavam no e-SUS e nem migravam para o SIPNI. Infelizmente, encontramos crianças que nenhuma informação de vacinação estava registrada nos sistemas apesar de estarem com mais de dois anos e com a caderneta de vacinação em dia, demonstrando, portando, uma falha no processo de registro das vacinas. Passo a passo do modelo de atuação para melhoria da migração dos registros vacinais do e-SUS para SI-PNI. Avaliar se o vacinado está cadastrado na base do e-SUS. Verificar se o registro no e-SUS está compatível com o registro no SI-PNI (cadastro as vezes registrados apenas com CFP sem o SUS e no SI-PNI necessita do cartão do SUS). Analisar os novos cadastros do cartão do SUS quando feito sem o CPF da criança e é registrado como RN DE. Precisa ser alterado e não gerado um novo cartão quando o registro oficial da criança já estiver sido realizado. Verificar se o vacinado não tem duplicidade de registro no SI-PNI (buscar por cartão do SUS e de forma nominal e data de nascimento)Verificar se o imunobiológico já está registrado em cada sala de vacina no sistema e-SUS em: lote de imunobiológico. Realizar o registro em lotes de imunobiológicos seguindo os parâmetros para migração. Ou seja atentar para forma que os lotes estão inseridos segundo registros dos dados de laboratórios registrados no SI-PNI (exemplo: SERUM INDIA registrar S.INDIA). Atentar para as doses a serem administradas estabelecidas segundo faixa etária e indicação vacinal ( DI, D2, D3. REF. REF 1 REF 2 DU e D). Utilizar um documento de registro vacinal capaz de unir todos os dados essenciais para qualidade dos dados (nome, data nascimento, sexo, SUS/CPF, imunobiológico, estratégia, lote, Validade, laboratório, local de atendimento( APS/ Domicílio/PSE), sala de vacina, turno, data, dose, se é gestante e se está cadastrado no e-SUS ou é visitante. Realizar o registro dentro do prazo de migração do sistema e-SUS para SI-PNI. Acompanhar as aplicadas com adequação epidemiológica, ou seja nas idades corretas e com adequação imunológica obedecendo os intervalos corretos. Controlar a aplicação dos imunobiológicos em todas as unidades de vacinação referentes as datas e aplicação, quantidade de imunobiológicos aplicados, doses, validades em concordância com a digitação realizada;( livro de registro atualizados e monitoramento). Padronizar a digitação dos imunobiológicos de acordo com a realidade local seguindo um roteiro estabelecido (PEC ou CDS). Disponibilizar lista com padrão de digitação com dados de fabricantes conforme registrados no SI-PNI; Analisar mensalmente os cartões espelhos implementados na primeira etapa para avaliar necessidade de busca ativa em conformidade com o PNI com participação da equipe de imunização e APS. Analisar quinzenalmente as inconsistências encontradas nos dois sistemas vigentes e-SUS e SI-PNI segundos os passos padronizados nessa etapa 3; Emitir relatório quinzenal das inconsistências encontradas para o setor de digitação (no caso de digitação centralizada) ou para as unidades vacinais com sistema de PEC e-SUS implantados (em sistemas descentralizados de registro vacinal); Solicitar devolutiva com os acertos em prazo pré-estabelecidos segunda capacidade de demanda do território; Reavaliar os ajustes solicitados das inconsistências após devolutiva das unidades vacinas e de prazo pré-estabelecidos segunda capacidade de demanda do território; 6.1 Execução do projeto varredura vacinal. O projeto de varredura vacinal vai buscar realizar um mapeamento da realidade vacinal dos munícipes de 0 a 5 anos do município de Arraial do Cabo, essa proposta tem três características fundamentais: Mapear, vacinar e prevenir. Essa estratégia que está sendo adotada nos trará fontes de análises dos principais obstáculos municipais para o cumprimento das metas vacinais e atingimento da cobertura vacinal de excelência que deve estar em torno de 95% para a maioria dos imunobiológicos da faixa etária supracitada. Além disso, ao identificar uma criança não protegida, ela pode receber a dose na sua própria casa, com a equipe que está realizando a visita. O objetivo é justamente facilitar o acesso à imunização. As ações acontecerão de 8h às 16h, de segunda a sexta, podendo ocorrer em alguns sábados se necessário. Iniciaremos no segundo 2º distrito pelo bairro de Sabiá e subsequentemente Figueira e Monte Alto. Seguiremos posteriormente para o 1º distrito numa lógica geográfica territorial de aproximação setorial. Faremos uma divulgação das ações nas redes sociais da prefeitura para esclarecimento da população, ficando, portanto, atenta, as presenças dos agentes de saúde e da equipe estarão identificados com uniformes e/ou crachá para abordagem. As propostas de vigilância vacinal voltada para a população infantil que esse projeto de varredura nos trará serão: diagnóstico do território adstrito, com levantamento populacional para que as equipes conheçam o seu denominador e possam comparar com dados administrativos; planejar a necessidade de vacinas e insumos para a vacinação; ofertar a vacinação considerando seus critérios e indicações; aprazar doses subsequentes e orientar sempre a população quanto à importância do retorno e a guarda do comprovante vacinal e ações que visem à reversão desse cenário atual de baixa cobertura vacinal garantindo assim o cumprimento das recomendações do PNI. O esquema vacinal inclui, portanto, a aplicação de todas as vacinas indicadas pelo PNI, nas quais as doses foram aplicadas com adequação epidemiológica, ou seja, nas idades corretas e com adequação imunológica quando obedecidos os intervalos corretos.
Arraial do Cabo, RJ, Brasil
CADASTRO
ATUALIZAÇÃO