Grupo fisioterapêutico para crianças e adolescentes com autismo: um sonho feliz

O autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento que afeta diversas áreas, principalmente a comunicativa e a interação social, sendo assim trabalhos em grupo e que necessitem de variadas formas de comunicação são intrinsecamente prejudicados nesse público. Observando essa característica, foi desenvolvido um projeto de atendimento em grupo voltado para as atividades que estimulassem a comunicação, interação social e atividades artísticas. A principal motivação para criação do grupo era oportunizar momentos de interação entre crianças e adolescentes com TEA, incentivar atividades motoras, artísticas e a criatividade, além de realizar a estimulação para crianças com TEA a acessarem com mais facilidade locais sociais. Pensando nisso, toda a criação e articulação do grupo foi pautada na classificação internacional de funcionalidade (CIF). Esta define que os processos terapêuticos devem ter por ênfase a participação com o envolvimento em situações da vida cotidiana. Em vista disso, o profissional de saúde tem o papel de guiar a pessoa atípica a lutar, engajar e acessar locais sociais. Nessa perspectiva, a fisioterapia contribuiu conduzindo e criando atividades grupais que estimulem a participação, a interação e atividades motoras básicas. A equipe multiprofissional e o acompanhamento grupal dos pais com a psicóloga foram de suma importância para o atendimento voltado para olhar biopsicossocial das crianças e adolescentes com TEA.

OBJETIVOS GERAL: Estimular a comunicação, interação social, atividades motoras e brincadeiras no grupo composto por crianças e adolescentes com TEA.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
• Intervir nas barreiras e aumentar os facilitadores para o acesso em atividades de lazer e esportivas;
• Aumentar laços afetivos dos participantes com seus genitores;
• Diminuir o tempo de espera de crianças e adolescentes para utilizar os serviços do CAPSI.

O grupo teve em média 36 encontros, variando entre 8 a 10 participantes, majoritariamente do sexo masculino. A maioria dos participantes eram verbais, alguns possuíam dificuldade na articulação de palavras, hipersensibilidade auditiva e sensorial e alterações motoras faziam parte das características do grupo. Um dos intuitos do grupo intitulado “Sonhos Felizes”, era oportunizar momentos em grupo, atividades diversas, estimulação sensorial, brincadeiras típicas, contato com a natureza e educação em saúde. Sendo assim, percebemos durante as atividades, cooperação entre os participantes e parceria, já que alguns usuários demonstravam dificuldade para algumas ações, logo atividade motoras que exigiam a cooperação entre participantes, foi visada em toda organização e execução do projeto. Corridas, saltos e pulos foram praxe durante a vivência do grupo, sendo estes alguns marcos do desenvolvimento. Além do foco motor, realizamos também ações que estimulassem a independência nas atividades de vida diária, incluindo formas de realizar a vestimenta, o calçar sapatos e higiene pessoal. Destaca-se ainda, as oportunidades de atividades extra muros, tais como visita ao bioparque, museus, sedes com banho de piscina e praças públicas. Fortalecendo assim o cuidado em liberdade.

O grupo ressaltava a importância do brincar não como somente uma forma de lazer, mas também uma forma de aprender sobre o mundo e adquirir novas habilidades motoras e sociais. Pontua-se, que a inclusão de mais profissionais da equipe multiprofissional no grupo poderá trazer resultados satisfatórios, evitando que outras comorbidades possam trazer prejuízos à saúde. O grupo Sonhos Felizes resultou no aumento da interação social, comunicação e aprendizagem em diversas áreas. As atividades motoras resultaram em melhora do aspecto do desenvolvimento, cognitivo e de comunicação. O uso de telas foi exponencialmente diminuído, estreitamento dos laços afetivos do grupo com seus cuidadores e participação em locais de lazer. Pauta essa ressaltada, estimulada e vivenciada durante toda a trajetória do grupo. Pensando no potencial e no baixo custo das atividades, foi rentável ao estabelecimento de saúde. Além, da diminuição do tempo de espera dos usuários. De forma geral, o grupo conseguiu abordar integralmente a criança e seus familiares, abordando vários aspectos da vida. Por fim, o grupo terapêutico foi um meio rentável e prático para ser inserido dentro das atividades do CAPSi. Um local de humanização, acolhimento e criatividade.

Principal

Talita Cristina Vieira Barbosa

Coautores

Monique Melo Gomes

A prática foi aplicada em

Macapá

Amapá

Norte

Esta prática está vinculada a

Av. Henrique Galúcio, 1249

Uma organização do tipo

Instituição Pública

Foi cadastrada por

Monique Melo Gomes

Conta vinculada

22 set 2024

CADASTRO

22 set 2024

ATUALIZAÇÃO

Condição da prática

Concluída

Situação da Prática

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