- Atenção Primária à Saúde
Mateus Emanuel da Silva Santos
- 22 maio 2024
O Programa Nacional de Imunização (PNI) foi institucionalizado em 1975 e vem proporcionando uma melhor qualidade de vida a população através da prevenção de doenças transmissíveis por meio de vacinas. Hoje uma das maiores preocupações das autoridades sanitárias é a diminuição da cobertura vacinal, pois esta é a indicação de que as pessoas estão imunes a doenças que muitas vezes não tem cura, e a baixa cobertura vacinal pode acarretar no surgimento de doenças que já tinham sido eliminadas no país como o Sarampo, erradicado em 2016. Novos desafios são encontrados diariamente na atualização da caderneta de vacinação do nosso país e consequentemente nos municípios, esse fator teve um agravante após a pandemia que teve início em 2020, pois foi perceptível o declínio significativo no índice de cobertura vacinal, implicando na saúde do país. Durante a pandemia a orientação da Organização Mundial de Saúde foi realizar o isolamento social e com isso, identificamos os principais problemas: pais e responsáveis não estavam indo para as unidades de saúde atualizar a caderneta de vacinação das crianças; divulgação de fake News em redes sociais propagando informações negativas sobre vacinação; barreiras geográficas; pais adolescentes não conscientizados sobre a importância da vacinação; falta de compromisso dos pais e responsáveis com a vacinação da criança, além da falta de conhecimento dos riscos das doença, tendo em vista que é um dever dos pais de acordo com o artigo 14, § primeiro do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Fortalecendo a imunização municipal, colocamos internet e informatizamos todas as unidades de saúde em especial as salas de vacina, contratação de TI, monitoramento sistemático do SIPNI- WEB e E-SUS e capacitação dos profissionais sempre que necessário. Realizamos reuniões mensais com a coordenadora da Atenção Primária a Saúde, enfermeiras das unidades, técnica de enfermagem da sala de imunização e agentes comunitários onde são entregues e discutidos relatórios extraídos do SIPNI-WEB, em especial relatório de faltosos, realizamos entrega de planilhas com relação nominal de todas crianças do território com vacinas atrasadas, mediante buscas de informações contidas nos cartões espelho e relatórios. Como estratégia, informamos as datas para comparecimento das crianças a UBS para a vacinação. Realizamos mensalmente a solicitação do quantitativo de vacinas de acordo com a necessidade de cada UBSF evitando a falta de imunobiológico nas UBS. Objetivando a imediata atualização da situação vacinal, contamos com o suporte de uma técnica de enfermagem para cada unidade de forma exclusiva para as vacinações nas comunidades, realizando a busca ativa de faltosos e administrando a vacina em domicílio. Na recusa pelo responsável, realizamos parcerias intersetoriais com o Conselho Tutelar e Ministério Público. Conclui-se que apesar de todos os desafios e problemas encontrados, o município conseguiu realizar estratégias para atingir a cobertura em todas as vacinas do calendário básico da criança referente ao ano de 2022, bem como as metas preconizadas pelo Ministério da Saúde nas campanhas de vacinação contra a paralisia infantil onde atingimos 100% da cobertura vacinal e campanha contra a influenza 96,8% de crianças.
Novos desafios são encontrados diariamente na atualização da caderneta de vacinação do nosso país e consequentemente em nossos municípios, esse fator teve um agravante maior após a pandemia que teve início em 2020, pois foi perceptível o declínio significativo no índice de cobertura vacinal implicando na saúde do país. Durante a pandemia a orientação da Organização Mundial de saúde foi realizar o isolamento social (lockdown) e com isso, identificamos os principais problemas: pais e responsáveis não estavam indo para as unidades de saúde para atualizar caderneta de vacina, divulgação de fake news em redes sociais propagando informações com impactos negativos, barreiras geográficas, pois o município tem localidades de difícil acesso e distantes da Unidade de Atenção Primária a Saúde, pais adolescentes que não são conscientizados sobre a importância da vacinação, compromisso dos pais e responsáveis com a atualização da caderneta, além da falta de conhecimento dos riscos das doença, tendo em vista que é um dever dos pais de acordo com o artigo 14, parágrafo primeiro do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) que diz: é obrigatória a vacinação das crianças nos casos recomendados pelas autoridades sanitárias. Com esses desafios o município de Guaramiranga iniciou estratégias para o fortalecimento de ações com o intuito de que todas as crianças ficassem com a caderneta de vacinação atualizada conforme o calendário básico de vacinação preconizado pelo Ministério da Saúde.
Para fortalecer a imunização do Município tivemos que primeiramente organizar de forma setorial juntamente com a gestão municipal tudo que precisaríamos para dar suporte as equipes, isso foi desde a informatização de todas as salas de vacina com sistema de monitoramento (SIPNI-WEB e e-SUS), internet em todas as unidades de saúde, técnico de software especializado na área, sala de monitoramento voltada para as vacinas e indicadores do Previne Brasil e capacitação de profissionais sempre que necessário. Para que fosse alcançada a meta da cobertura vacinal da BCG, foram realizados reuniões e foi discutido em Comissão Intergestores Regionais (CIR), que as vacinas realizadas na Maternidade polo, fossem registradas diariamente informando o município de residência de cada nascido vivo, com o intuito do alcance da cobertura vacinal dos mesmos. Reuniões com a coordenadora da Atenção Primária a Saúde e enfermeiras das unidades, onde são entregues e discutidos relatórios extraídos do SIPNI-WEB, principalmente relatórios de faltosos, logo após realizamos reuniões mensais com enfermeiras, técnicas de enfermagem das salas de imunização e agentes comunitários de saúde, no momento foram entregues planilhas com relação nominal de todas crianças do território com vacinas atrasadas, mediante buscas de informações contidas nos cartões espelho e relatórios do SIPNI-WEB, como estratégia informamos as datas para comparecimento a unidade para atualização da caderneta. Através dos dados obtidos realizamos a solicitação do quantitativo de vacinas de acordo com a necessidade de cada unidade de forma mensal. Com o objetivo de realizarmos de forma imediata a vacinação das crianças, contamos com o suporte de uma técnica de enfermagem para cada unidade de forma exclusiva para as vacinações nas comunidades, caso a criança não compareça ao UBS deslocamos a vacinadora da ESF para a administração do imunobiológico em domicilio, na hipótese de recusa do responsável, realizamos parcerias intersetoriais tais como: Conselho Tutelar da cidade e Ministério Público (MP). Outra estratégia utiizada é o apoio da Secretaria de Municipal de educação onde a equipe de saúde da família vai até a escola, realiza reunião de pais e mestres falando sobre a importância da vacinação de rotina e mostrando a proteção que cada vacina oferece, posteriormente realizamos a avaliação das cadernatas de vacina e se necessário vacinamos as crianças mediante autorização dos pais ou responsáveis. No ano de 2022, instituímos o Programa Saúde na Comunidade que visa descentralizar os serviços de saúde e levar aos locais mais longínquos assistência para a população tendo como carro chefe, a vacinação, sendo essa mais uma estratégia objetivando a atalização da caderneta de vacina da criança.
Conclui-se que apesar de todos os desafios e problemas encontrados, o município conseguiu realizar estratégias para atingir a cobertura em todas as vacinas do calendário básico da criança referente ao ano de 2022 comparado ao de 2021, bem como as metas preconizadas pelo ministério da saúde nas campanhas de vacinação contra a paralisia infantil (VOP) no qual atingimos 100 % da cobertura vacinal e da campanha contra a influenza com 96,8% de cobertura das crianças. Foi possível analisar ainda que houve diminuição de 15% na taxa de abandono da vacina tríplice viral quando comparado ao ano de 2021. Podemos destacar que o monitoramento e a busca ativa vacinal, foram de fundamental importância para a melhoria das coberturas vacinais e êxito nas campanhas de vacinas contra a paralisia infantil e influenza. Através dessas estratégias o município de Guaramiranga mantém as cadernetas de crianças atualizadas mediante ao calendário básico, com isso diminui a probabilidade da propagação de doenças transmissíveis que podem ser prevenidas através desses imunobiológicos.
Guaramiranga, CE, Brasil
CADASTRO
ATUALIZAÇÃO