- Gestão de Serviços e Sistemas de Saúde
Victor Hugo Matias de Brito
- 08 maio 2024
A demanda de imunização em sala de vacina, é grande sistemática e precisa ser muito organizada. Tão importante quanto ter a gestão e controle das crianças de 0 a 4 anos de sua área de abrangência e dos grupos prioritários, é acompanhar o lançamento e migração das informações das Plataformas do Governo, do PEC para o SIPNI. Fui admitida em Itabirinha no cargo de Coordenação de epidemiologia em janeiro de 2021 e ao longo deste ano, foi observado que as crianças eram vacinadas, as vacinas eram todas utilizadas, mas quando era retirado relatório do sistema SIPNI WEB, Itabirinha estava em baixa cobertura e sem homogeneidade nas vacinas. Em alinhamento com o Secretário de Saúde Gabriell Coimbra, solicitei o fechamento de um dia de atendimento da sala de vacina, para trabalhos administrativos internos, com: Conferência de cartão espelho, conferência dos lançamentos no PEC e migração das vacinas para o SIPNI. Implantei a organização que os cartões espelhos só seriam guardados no arquivo, depois das doses migradas no sistema SIPNI, pois em conferência observamos que eram lançadas as doses pós vacinação e quando íamos conferir, dados tinham sumido do sistema. Era um risco a assumir, fechar um dia a sala de vacina; mas iniciamos a estratégia em outubro de 2021. Todo o ano de 2022 foi realizado desta forma, com atendimentos ao público 4 dias da semana, sendo fechada a sexta feira para demandas supracitadas. No final de 2022, acompanhando a evolução das estratégias, foi obtido o resultado que era almejado, a cobertura vacinal com 100% nos 13 imunobiológicos, ofertado de 0 a 4 anos, sendo assim alcançada a homogeneidade das vacinas de rotina.
Durante os dois anos de vacinação, 2021 e 2022 as maiores dificuldades eram recursos humanos, equipe desqualificada e sem perfil de imunização, pois técnicos que atuam em imunização são perfis diferenciados, transporte (veículo). Mesmo com as limitações e dificuldades, foi realizado as ações supracitadas para aumento da cobertura vacinal. Pós estes 2 anos, posso dizer que a maior dificuldade encontrada é a falta de comprometimento por parte dos pais e ou responsáveis. Hoje no cenário atual, não falta vacina rotina nas câmaras, o profissional vai até a residência, é ofertado busca ativa domiciliar, é ofertado vacinas nas UBS de Zonas Rurais e ainda sim, tem pais que negam a vacinar, com desculpas incoerentes e irrelevantes, como: Depois levo para vacinar, estou com medos das reações adversas, sempre com desculpas. A imunização é direito da Criança pelo ECA. Art. 227: “É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.”
Fechamento de um dia de atendimento na sala de vacina, para lançamentos e acompanhamento das migrações dos dados, Parceria com Conselho Tutelar, Busca ativa semanal das crianças com vacina em atraso.
A imunização é uma ferramenta fantástica para uma boa Saúde Pública, é a prevenção. Uma cidade com boa homogeneidade em vacinas, com boa cobertura vacinal é uma Cidade com Boa Saúde Pública. O Brasil tem a cultura de atuar de forma corretiva e não na preventiva. A equipe de enfermagem em si, tem dificuldades com imunização; no sentido que possuem a cultura que vacina é responsabilidade da sala de vacina. O que deve ser considerado de forma muito relevante, é o papel importante e crucial na Coordenação de imunização. O enfermeiro precisa assumir e cumprir seu papel de coordenação e assumir seu papel dentro da equipe.
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