O município de Três Cachoeiras (RS) possui 10.217 habitantes e, em 2017, iniciou o processo de planificação em saúde, sendo a unidade laboratório, a estratégia saúde da família (ESF) Maria da Rocha Valim, com 4.200 usuários e 1.151 famílias cadastradas no e-SUS. A escala de risco familiar é um instrumento de estratificação preconizado pela planificação, que pretende determinar o risco social e de saúde, refletindo o potencial de adoecimento de cada núcleo familiar (SAVASSI et al. 2012).
Compartilhar uma experiência realizada através do processo de planificação da atenção à saúde pelas agentes comunitárias de saúde (ACS) do município de Três Cachoeiras (RS) visando a qualificação do atendimento prestado à população. Em maio de 2018, a equipe de saúde da família, com auxílio da tutora do município, passou a discutir sobre a classificação de risco familiar, sua importância e implantação, utilizando, para tal, o instrumento de Coelho-Savassi (SAVASSI et al. 2012). A classificação foi realizada pelas ACS, que posteriormente, confeccionaram os mapas do território, sinalizando com o auxílio de alfinetes coloridos as famílias conforme seus riscos. Em janeiro de 2019, o instrumento foi reaplicado e utilizou-se uma versão atualizada pelo Telessaúde (RS), Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Secretaria de Saúde (RS), com a inclusão de três itens: saúde mental, violência doméstica e pessoa com outras condições crônicas.
Com a primeira aplicação do instrumento, as ACS perceberam a ausência da condição de saúde mental na escala. Com isso, decidiram junto à equipe tutora e gestão, inserir esse item nos mapas. Na nova versão do instrumento, essa necessidade foi contemplada. Em 2019, do total de famílias, 941 (82%) já foram atualizadas (até fevereiro) e apresentam as seguintes classificações: sem risco: 514 (55%) R1: 157 (17%) R2: 115 (12%) R3: 155 (16%). A equipe pactuou a atualização da classificação a cada 6 meses por entender que as condições de saúde da família podem modificar. Ainda, a classificação serviu de base para um fluxo de organização das visitas dos ACS, conforme seus riscos, sendo que a população está sendo informada. A escala atualizada é útil ao mostrar a realidade do território, ao despontar as vulnerabilidades deste. Além de contribuir com a organização do processo de trabalho pelas ACS, que não se baseiam no quantitativo de visitas, mas sim em um atendimento de maior qualidade, pautado na equidade do cuidado. Como desafio a ser superado, destaca-se a importância de toda a equipe conhecer a classificação de risco, mantendo um olhar diferenciado, conforme a necessidade de cada família.
CADASTRO
ATUALIZAÇÃO