RESUMO: São inúmeras as doenças comuns da primeira infância, algumas já conhecidas e
esperadas pelos pais, outras, no entanto, são pouco comuns e assustam com a velocidade
de sua propagação. Dentre elas, podemos citar a Síndrome Mão-Pé-Boca (SMPB). Esta
pesquisa objetivou-se relatar a experiência vivenciada pela enfermeira Thatyana da Silva
Vasconcelos na Policlínica Municipal de Itatuba- PB, diante do surto da doença no
município. Trata-se de um relato de experiência em que foi possível vivenciar diversos
casos da Síndrome Mão-Pé-Boca, e muitas vezes confundido com outras doenças típicas
da infância, tais como varicela\catapora. Utilizando as técnicas de educação em saúde, foi
possível esclarecer dúvidas mais recorrentes dos pais e também professores que têm
contato com a criança que apresenta a síndrome, contribuindo para ajudar a lidar com a
mesma. Foram dadas orientações gerais de cuidados comuns de higiene pessoal e coletiva
em casa e nos ambientes frequentados pelas crianças (escolas, creches, parquinhos,
igrejas, entre outros) durante o período da doença. Desta maneira, podemos ajudar a
amenizar os sintomas e a propagação desta patologia. PALAVRAS-CHAVES: Enfermeiro,
Pediatria, Doenças comuns da infância, Educação em Saúde. INTRODUÇÃO: Na primeira
infância, é comum contrair doenças, pois o corpo está em processo de desenvolvimento do
sistema imunológico. Entre as doenças comuns da infância, podemos ressaltar a Síndrome
Mão-Pé-Boca, doença contagiosa que causa feridas na boca e erupções nas mãos e nos
pés. Apareceu no município de Itatuba devido aos recentes surtos notificados pelo
Ministério da Saúde entre os anos 2017 e inicio de 2018. O primeiro relato da Síndrome
Mão-Pé-Boca foi realizado em 1958 (ROBINSON & RHODES), observado em mais de 60
pessoas que apresentaram febre associada a lesões na boca em Toronto no Canadá.
Notou-se que ocorre com mais frequência em crianças em fase pré-escolar, embora adultos
e crianças de qualquer idade também possam contraí-la. É uma patologia infeto-contagiosa,
causada pelos vírus Coxsackievírus A16, A5, A7, A9, A10, B2, B5 e Enterovírus humano 71,
ambos membros da família Picornaviridae. Estes vírus habitam normalmente o sistema
digestivo humano e também podem provocar estomatites. A transmissão se dá pelas mãos
sujas ou por alimentos mal lavados ou mal cozidos que tiveram contato com fezes
contaminadas. Sua propagação ocorre por meio das gotículas espalhadas via tosse,
espirros e saliva, também pode-se ocorrer o contágio por contato direto com as úlceras ou
vesículas. Esta síndrome aumenta sua incidência no outono- inverno por conta da
imunidade ser mais baixa nesse período do ano. O início dos sintomas pode ser confundido
com um resfriado comum que varia entre um e sete dias. Pode ocorrer febre alta e gânglios
aumentados, falta de apetite, vômitos e diarreia. Após 3 a 6 dias de incubação, surgem
úlceras na mucosa oral, língua, palato e úvula. Em seguida, aparecem máculas
eritematosas que progridem para vesículas nas regiões plantares e interdigitais das mãos e
dos pés, coxas, joelhos e nádegas. As lesões costumam ser pruriginosas e dolorosas eo diagnóstico da síndrome é clínico,
baseado nos sintomas, localização e aparência das lesões. É importante estabelecer odiferencial com outras doenças que também provocam estomatites aftosas ou vesículas na
pele. Não há tratamento específico para a síndrome, mas, em geral, ela regride
espontaneamente depois de alguns dias. Por isso, na maior parte dos casos, o tratamento é
realizado com antitérmicos e anti- inflamatórios que devem ser prescritos por um
profissional médico pediatra com o objetivo de tratar
os sintomas
, cabe ao enfermeiro fazer uso do diagnostico de enfermagem e estabelecer medidas como
suporte de higiene e educação em saúde para amenizar a sua propagação, a
maioria dos casos
ocorre de forma benigna e autolimitada e as lesões regridem espontaneamente e sem
cicatrizes,
ainda não existe vacina contra o vírus que transmite esta síndrome. A enfermagem deverá
trabalhar como forma de vigilância e prevenção à saúde, nos bairros, escolas, associações,
parquinhos, entre outros ambientes mais frequentados por crianças existentes em sua
localidade, e as principais orientações de medidas de prevenção são: lavar as mãos
frequentemente com sabão e água, especialmente depois de trocar fraldas e usar o
banheiro, higienização adequada dos alimentos, limpar e desinfetar superfícies tocadas com
frequência e itens sujos, incluindo brinquedos, sejam estes de uso individual ou coletivo,
evitar contato próximo, como beijar, abraçar ou compartilhar utensílios. A criança também
deverá ser afastada de algumas tarefas do seu cotidiano, evitando lugares de aglomeração
infantil como escolas, creches ou berçários, devendo ficar em casa, em
repouso, enquanto durar a infecção para ajudar no processo de cura da doença,
tendo uma alimentação leve, dando preferência a alimentos naturais, não ácidos e frios,
aumentar a ingestão de líquidos. Após contrair esta patologia, cria-se imunidade ativa, ou
seja, fica-se imune para toda a vida. OBJETIVO: Descrever os cuidados e orientações de
enfermagem diante do surto da Síndrome Mão-Pé-Boca, realizando o processo de
educação e saúde.
METODOLOGIA: Trata-se de um relato de experiência vivenciado pela
enfermeira Thatyana da Silva Vasconcelos, pós-graduanda em urgência e emergência, que
atua na Policlínica Municipal de Itatuba- PB
RESULTADOS: Vivenciar o surto de Síndrome
Mão-Pé-Boca em crianças da cidade de Itatuba mostrou o desconhecimento desta patologia
por parte dos pais, professores e profissionais da área de saúde, foi notável a incerteza com
outras doenças comuns da infância, sendo o esclarecimento de suma importância, pois
tinha como finalidade passar o conhecimento e informações básicas sobre a Síndrome
Mão-Pé-Boca, seus sinais, sintomas e tratamentos, os cuidados gerais na higiene pessoal e
coletiva, amenizando assim a propagação. Foram realizadas palestras, entregas de
panfletos contendo informações gerais e cuidados paliativos durante o ápice da doença,
técnicas terapêuticas farmacológicas e não-farmacológicas para alívios dos sintomas como
febre, coceira, dores na garganta, realizando de forma humanizada e eficaz de educação e
saúde, permitindo um cuidado e atenção voltados a hábitos de higiene comuns em casa e
na comunidade, evitando assim diminuição ou maior propagação da da doença.
CONSIDERAÇÕES FINAIS: A enfermagem está unida direta e indiretamente nos
acontecimentos vivenciados pela sociedade e, muitas vezes, é a primeira a notar o
aparecimento das doenças comuns da infância mediante uma vigilância continua em saúde,
seja nas unidades básicas de saúde quanto em unidades de emergências hospitalares.
Identificar os sinais e sintomas de uma doença pouco conhecida como Síndrome Mão-Pé-
Boca, mediante a triagem e diagnósticos de enfermagem, nos permite criar protocolos de
cuidados e orientações gerais entre pais e profissionais da saúde e educação, permitindo oconhecimento da patologia e todos os cuidados que devemos ter mediante um surto
epidemiológico, cuidados estes que vão além do
ambiente hospitalar, mas que envolve todo um cuidado terapêutico social.
Itatuba, PB, Brasil
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