DESBRAVANDO A AMAMENTAÇÃO: INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA EM UM BANCO DE LEITE HUMANO
Lima, Amara Martins Batista de; Guedes, Rhalise Handry Estrela; Freire, Joyce Laíse Mendonça; Soares, Iane Oliveira Dias; Mendes, Thays Lizandra Silva.
Apresentação: A fisioterapia desempenha um papel essencial nos bancos de leite humano, promovendo não apenas o alívio de dores mamárias e dificuldades na amamentação, mas também uma abordagem integral voltada para o bem-estar materno. O fisioterapeuta considera fatores físicos, emocionais e socioeconômicos que podem impactar a experiência da amamentação, tornando seu atendimento um suporte indispensável para mães e bebês. Por meio do raciocínio clínico, ele identifica disfunções e propõe intervenções que aliviam desconfortos e fortalecem a confiança da mãe. Métodos como o Método Canguru são fundamentais nesse processo, favorecendo o contato pele a pele, reduzindo o estresse materno e do bebê e promovendo uma melhor adaptação à amamentação. Essa abordagem também estimula a produção de leite e fortalece o vínculo materno-infantil, garantindo um suporte efetivo e humanizado. Além disso, o fisioterapeuta tem um papel estratégico na captação e permanência de doadoras. Ao oferecer um atendimento qualificado, ele transforma desafios em oportunidades, incentivando mães a se tornarem doadoras ativas. Sua atuação dentro da equipe multidisciplinar do banco de leite permite direcionar atendimentos e integrar diferentes especialidades, garantindo um cuidado completo e contínuo. Com essa visão ampla e humanizada, a fisioterapia fortalece o protagonismo materno, tornando a amamentação mais acessível e significativa. Objetivo geral: Facilitar o processo de amamentação realizando técnicas fisioterapêuticas para solucionar intercorrências e minimizar dificuldades materno-infantil, proporcionando uma experiência de amamentação mais confortável e eficaz. Objetivos específicos: Identificar e tratar as dificuldades relacionadas a amamentação utilizando técnicas fisioterapêuticas para melhorar pega, sucção e posicionamento; Prevenir o desmame precoce por meio de educação e acompanhamento fisioterapêutico e tratar as intercorrências como: dor mamária, ingurgitamento e mastites; Ampliar e otimizar o número de doadoras do banco de leite humano orientando sobre extração e armazenamento de leite; Valorizar e divulgar o papel do banco de leite humano como estratégia fundamental na promoção, proteção e apoio á amamentação, destacando a importância para a saúde materno-infantil. Metodologia: Para que o serviço fosse implementado, utilizamos como base, o conhecimento anatomofisiologico que o fisioterapeuta tem sobre as questões da mama e da lactação, como também a necessidade do banco de leite humano de ter a disponibilização do serviço à comunidade, visto que, como um dos seus pilares vem a ser as boas práticas da amamentação, e o acompanhamento fisioterapêutico com as lactantes e lactentes conseguimos otimizar esse processo. Após elaboração de plano de medidas para a implementação (projeto de apresentação à direção pela coordenação setorial), foi realizado a captação da equipe (contratação), o treinamento prático (na vertente de manejo da lactação), elaboração do POP – Procedimento Operacional Funcional, formulação de uma ficha de avaliação fisioterapêutica em amamentação e a montagem de um local dentro da estrutura do banco para o mesmo. Para dados do trabalho aqui presente, foram realizados a captação de dados referentes de janeiro de 2024 a dezembro de 2024 nos nossos livros de registros de procedimentos e nos nossos relatórios internos de registros no sistema da rBLH (rede nacional de bancos de leite humano), sobre o quantitativo de atendimentos que foram realizados, e destes, a busca de informações sobre os tipos de atendimentos, as respostas e sobre o retorno desses atendimentos sobre a perspectiva de egressas como doadoras. Para finalizar, uma discussão da equipe para estudo dos dados e fomentar em resultados. Resultados: Entre janeiro e dezembro de 2024, foram observadas mudanças significativas no serviço, refletidas em impactos positivos evidenciados por indicadores-chave. O aumento no estoque de leite cru de 253.265,1L (2023) para 2.312.085L (2024) resultando em um crescimento superior a 100%, esse aumento foi possível devido ao incremento no número de atendimentos efetivos, que atenderam às necessidades das puérperas e destacaram a importância e continuidade da doação de leite humano; Além disso, houve um aumento na procura pelo atendimento: em 2023, sem a fisioterapia, foram realizadas 128 orientações, enquanto em 2024, com a fisioterapia, esse número saltou para 672 acompanhamentos, evidenciando a relevância do atendimento fisioterapêutico; Mudança do perfil das usuárias, que agora provêm majoritariamente de serviços públicos, privados e planos de saúde, diferente da realidade anterior, quando a maioria vinha da maternidade de referência do banco de leite humano (BLH), isso sugere que o SUS (Sistema Único de Saúde) está se consolidando como uma opção viável para atender às necessidades dessas mulheres; Além disso, a percepção dos pais em relação ao serviço do SUS melhorou, aumentando a confiança e a satisfação durante a amamentação. Esses resultados indicam a efetividade dos serviços prestados por fisioterapeutas no BLH, ressaltando a qualidade e oferta de uma série de melhorias para a população alvo, buscando sempre atender da forma mais eficaz as novas demandas e expectativas. Conclusão: A implementação de técnicas fisioterapêuticas não apenas facilitou a amamentação, mas também resultou em um aumento significativo no estoque de leite humano e na procura por atendimentos, refletindo uma melhoria na qualidade do suporte oferecido. O aumento no número de doações, aliado à mudança no perfil das usuárias, indica que o SUS está, de fato, fortalecendo o atendimento as puérperas. Ademais, essa evolução evidencia um compromisso crescente com a saúde e o bem-estar dessas mulheres. Essa transformação reflete um avanço significativo nas políticas de saúde voltadas para esse público. Para aprimorar ainda mais a ficha de avaliação fisioterapêutica, recomenda-se incluir perguntas que ajudem a entender melhor a experiência das usuárias, como: “Como você chegou até o BLH?” e “Qual nota você daria para o atendimento recebido?” Essas adições podem fornecer informações valiosos sobre a acessibilidade do serviço e a percepção da qualidade do atendimento, permitindo ajustes contínuos e melhorias na oferta de serviços. Em suma, os resultados demonstram que a atuação das fisioterapeutas no BLH é fundamental para promover, proteger e apoiar a amamentação, contribuindo para a saúde materno-infantil de forma eficaz e abrangente.
Palavras chaves: Amamentação; Banco de leite; Fisioterapia.
De frente á uma necessidade de melhoria do serviço prestado, veio o pensar sobre uma equipe qualificada que pudesse gerar esse mesmo, de forma específica e com profissionais que tivessem a habilidade necessária para o seu desenvolvimento.
Melhoria da qualidade da assistência quanto ao manejo da lactação, a melhor promoção dos serviços do banco de leite e a captação de doadoras em potencial para o mesmo pós atendimentos da fisioterapia, assim, levando á rede um ganho como um todo. Puérpera que possui rede de apoio consegue desenvolver a lactação e pode ser possível doadora, assim, melhora o estoque do banco de leite humano e conseguimos chegar á mais recém-nascidos prematuros e conseguimos mais chances de vida para os mesmos.
Planejar e pensar em uma equipe qualificada, assim, a aplicação das práticas dessa equipe irá melhorar a qualidade do seu serviço e da perspectiva de gestão, otimizar o trabalho da rede.
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