A dor crônica é definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como a dor que persiste por mais de três meses, superando os mecanismos de defesa do corpo e tornando-se uma condição de saúde complexa, com múltiplas implicações. Este tipo de dor é frequentemente associado a condições como artrite, fibromialgia, neuropatias e outras doenças musculoesqueléticas, além de ser uma das principais causas de incapacidade no mundo. A prevalência global da dor crônica é alarmante, afetando cerca de 30% a 40% da população adulta, com uma incidência mais significativa entre as mulheres, especialmente aquelas acima dos 50 anos, devido a fatores hormonais e à maior prevalência de doenças osteoarticulares, entre outras condições relacionadas ao envelhecimento (OMS, 2019). Diante deste panorama, a Atenção Básica à Saúde assume uma função estratégica, oferecendo não apenas tratamentos convencionais, mas também alternativas terapêuticas baseadas em práticas integrativas e complementares (PICS), que se destacam por promoverem o cuidado holístico, considerando aspectos físicos, emocionais e sociais do paciente. As PICS têm sido progressivamente regulamentadas e incentivadas pelo Ministério da Saúde do Brasil, que reconhece sua efetividade e segurança em diversos contextos de saúde, incluindo o manejo da dor crônica (Ministério da Saúde, 2018).A auriculoterapia se apresenta como uma técnica integrativa e complementar altamente relevante para o manejo da dor crônica, especialmente entre mulheres acima de 50 anos, um grupo etário vulnerável a diversas condições que geram dor persistente. Como abordagem terapêutica não invasiva e de baixo custo, a auriculoterapia oferece benefícios significativos não apenas no alívio da dor, mas também na melhoria da eficiência do sistema de saúde. Estudos científicos demonstram que a técnica é eficaz na redução da intensidade e frequência das dores musculoesqueléticas e neurológicas, proporcionando alívio imediato e sustentável. Os pacientes que utilizam a auriculoterapia frequentemente experimentam uma melhoria notável na sua qualidade de vida, com aumento da mobilidade, redução das limitações nas atividades diárias, e uma maior sensação de bem-estar psicológico, fundamentais para a autonomia e saúde mental da pessoa (MORAIS, 2020). Objetivos: Explorar a eficácia da auriculoterapia no alívio da dor crônica em mulheres acima de 50 anos. JUSTIFICATIVA: A auriculoterapia tem demonstrado resultados positivos em mulheres acima dos 50 anos, faixa etária com alta prevalência de dores crônicas, incluindo osteoartrite e fibromialgia. Nestes casos, os efeitos colaterais dos medicamentos convencionais, como analgésicos e anti-inflamatórios, podem ser significativos e prejudiciais, tornando a auriculoterapia uma opção terapêutica eficaz e segura. Sua integração na Atenção Básica contribui para uma abordagem mais humanizada e personalizada do cuidado, respeitando a autonomia do paciente e favorecendo uma melhora significativa na qualidade de vida, sem os riscos associados ao uso excessivo de medicamentos (Neves et al, 2023). Para a seleção das participantes, realizou-se uma busca ativa no territorio pertencente a Estrategia de Saude da Familia (ESF) em questão, onde Agentes Comunitários de Saúde (ACS) identificaram potenciais participantes com base nos seguintes critérios: sexo feminino, idade superior a 50 anos, diagnóstico prévio de dor crônica há mais de 10 anos e intensidade de dor superior a 3 na Escala de Intensidade de Dor.
Territorio altamente vulneravel, com muitas mulheres que trabalharam por bastante tempo em serviços domésticos, hoje incapacitadas de realizarem atividades rotineiras devido a quadros de dor cronica, dependendo quase que exclusivamente de analgesicos para ter um pouco de qualidade de vida.
O estudo sobre auriculoterapia em mulheres acima de 50 anos com dor crônica mostrou melhora significativa na dor e qualidade de vida das participantes. Das 10 mulheres, 7 concluíram o tratamento. A maioria (90%) relatou redução no uso de analgésicos e melhora na mobilidade para atividades diárias. Antes do tratamento, todas avaliaram a dor em nível máximo, mas 70% reduziram a intensidade para 5 após o tratamento. Houve também avanço na qualidade do sono e bem-estar emocional, com sentimentos de capacidade e alegria em vez de tristeza. A auriculoterapia, focada em pontos específicos, se mostra eficaz na modulação da dor e apoio emocional, embora fatores externos possam impactar a adesão ao tratamento.
Este estudo demonstra que a auriculoterapia é uma intervenção potencialmente eficaz para o alívio da dor crônica em mulheres com mais de 50 anos, promovendo melhorias na mobilidade, qualidade do sono e bem-estar geral. A inclusão de ACS no processo de identificação e acompanhamento das participantes foi essencial para a implementação do estudo. A auriculoterapia mostra-se promissora como uma prática complementar no Sistema Único de Saúde (SUS), especialmente para populações que sofrem de dores crônicas e que dependem de medicação frequente
Para implementar as PICs de forma eficiente, comece educando o público com palestras, materiais informativos e depoimentos de quem já obteve bons resultados. Invista na capacitação de profissionais e forme parcerias com terapeutas qualificados. Reserve espaços adequados e equipados para as práticas e defina uma programação regular com horários fixos para facilitar o acesso.
Monitore os resultados por meio de avaliações de bem-estar e colete feedbacks para ajustes. Considere formar grupos de prática e comunidades online para incentivar o engajamento. Torne as práticas acessíveis, reduzindo custos e usando recursos sustentáveis, como as sementes de mostarda ou colza.
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