Mundialmente a infecção por clamídia é a mais comum das Infecções Sexualmente Transmissíveis não virais e curáveis em pessoas de 15-49 anos, com 131 milhões de novos casos por ano. A gonorreia, aparece em seguida, chegando a 78 milhões de novos casos/ano. No Brasil essas infecções também estão presentes em números elevados, estimando-se 500 mil novos casos de gonorreia por ano e, embora ainda não existam estimativas nacionais sobre a infecção por clamídia, números preocupantes são esperados quando se considera a tendência. Os objetivos da prática foram:
Ampliação da testagem para clamídia e gonorreia em cumprimento à parceria MS e LACEN;
Detecção das ISTS causadas pelos agentes etiológicos Neisseria gonorrhoeae e Chlamydia trachomatis;
Sensibilização das equipes na captação do público alvo;
Garantir tratamento adequado aos casos detectados, interrompendo a cadeia de transmissão;
Redução da probabilidade do trabalho de parto prematuro e óbito fetal/neonatal em decorrência da infecção por clamídia/ gonorreia.
Herval d’Oeste é um dos 15 municípios-piloto na intensificação das coletas para clamídia e gonorreia conforme o Ofício nº 0520/2021 e Comunicado nº 013/2021 em parceria do Ministério da Saúde com o LACEN SC. O público alvo da amostragem são as gestantes, pessoas vivendo com HIV e AIDS, sintomáticos e usuários de PREP. Nos anos base da implantação do projeto piloto (2021 e 2022) em Herval d’Oeste, o território ainda encontrava-se impactado pelas demandas decorrentes da pandemia da covid-19. Neste contexto, a proposta da ampliação da testagem para clamídia e gonorreia ficou em segundo plano. Em 2024 com as melhorias nos setores de epidemiologia e implantação no Núcleo de Educação Permanente em Saúde, as atividades a cerca da intensificação do painel clamídia/gonorreia avançaram significativamente.
Foi revisado o protocolo de manejo clínico das IST (clamídia e gonorreia), bem como os comunicados de ampliação da testagem para as doenças mencionadas. Contatado o LACEN SC (Florianópolis e Joaçaba) para a distribuição dos kits, recomendações quanto aos métodos da testagem e acondicionamento das amostras, levando em consideração as rotinas laboratoriais. Sensibilizado às equipes de saúde da Atenção Básica sobre a importância do exame e o rastreio das gestantes. Dessa forma, os pacientes sintomáticos tinham suas amostras captadas no momento da consulta, os pacientes do segmento PREP e HIV/AIDS eram convidados à realizar o exame junto à vigilância epidemiológica, e as gestantes eram abordadas nas consultas pré-natal. Os materiais biológicos utilizados foram: urina, swab endocervical e swab vaginal. Foram captadas no ano de 2024, 652 exames para clamídia e gonorreia. Em comparação com o ano de 2021 (ano do início do projeto), que foram 37 amostras coletadas, ocorreu um aumento de mais de 1000% de coletas. Desse número (652), 94,48% são amostras do sexo feminino, com predominância de material biológico 42,33% swab vaginal, 41,56% swab endocervical (otimizando a coleta do exame papanicolau) e 16,10% urina. Ainda, 0,01% não tem material biológico descrito. Quanto ao público alvo, do número absoluto (652), 75,61% são sintomáticos (uretrites, cervicites, sugestivos de IST), seguido pelas gestantes com 19,48% das amostras, em seguida 4,14% são pessoas vivendo com HIV/AIDS, e 0,76% usuários de PREP. Em relação à detecção do agente etiológico, 6,13% (40 exames) foram detectáveis para clamídia, 0,76% detectável para gonorreia (5 amostras) e 0,30% (2 amostras) detectável para ambas. É importante mencionar que 1,07% das coletas totais, não foram testadas para nenhum agente etiológico visto o excesso de muco presente na amostra. 100% dos casos detectáveis, foram tratados, dos 6,13% positivos, 2,45% eram gestantes.
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