O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é considerado uma condição que
compromete o neurodesenvolvimento através de déficits nas habilidades
sociocomunicativa e comportamental. De acordo com Piccoloto (2019) os
padrões repetitivos de comportamento e dificuldade de socialização e
comunicação formam uma díade que leva a uma série de prejuízos cotidianos
em suas vidas.
As pesquisas mais recentes indicam que a intervenção com crianças vem
apontando para a importância da família no processo desenvolvimento destas,
validando a ideia de que o sujeito se desenvolve de maneira mais satisfatória
quando estimulado em seu ambiente imediato, incluindo a participação ativa dos
seus pais e da escola. Os problemas de comportamento exibidos em casa
tendem se repetir dentro do ambiente escolar, onde podem se constituir como
barreiras à participação e aprendizagem.
Neste sentido, para Piccoloto (2019) quando os responsáveis
desconhecem estratégias de intervenção/amenização/prevenção de problemas
de comportamento os cuidados tendem a sobrecarrega-los.
O recebimento do diagnóstico de TEA resulta em importantes mudanças
nas rotinas de inúmeras famílias, trazendo consigo situações e exigências, além
das dificuldades para lidar com os sintomas, os prejuízos cognitivos, os atrasos
de linguagem e as diferentes alterações de comportamento e estereotipias dos
filhos, que muitas vezes podem geram estresse e tensão emocional entre os
membros destas famílias.
As famílias de crianças autistas e a forma como estas costumam lidar com
as inúmeras demandas geradas pelo diagnóstico tem estado sob importante
observação, visto que todas as dificuldades enfrentadas geram demandas
emocionais muitas vezes de difícil manejo. De acordo com Piccoloto (2019)
diversos estudos e pesquisas apontam elevados níveis de estresse emocional
de pais atípicos quando comparados com pais que não possuem filhos com
diagnostico de TEA.

2.1 Objetivo Geral
2.1.1 Oferecer acolhimento, orientação e troca de vivências à pais e
mães atípicos com filhos em avaliação ou tratamento no Centro de
Reabilitação Mario Dias Tavares – CER.
2.2 Objetivos Específicos
2.2.1 Orientar pais e mães acerca de dúvidas sobre o tratamento e
processo de avaliação de seus filhos;
2.2.2 Oferecer através da troca de experiencias entre pais e mães um
espaço de troca de experiencias e acolhimento;
2.2.3 Orientar pais que já passaram pelo processo de avaliação ou
tratamento no centro e aguardam em lista de espera para retornarem.

O autismo é um transtorno que afeta o desenvolvimento da comunicação,
interação social e comportamento. Os sintomas do espectro do autismo podem
variar significamente, mas geralmente incluem dificuldades de comunicação
verbal e não verbal, padrões de comportamento repetitivos, interesses restritos
e desafios na compreensão das nuances sociais.
O processo de avaliação deste transtorno envolve observação clínica,
entrevista com os pais e cuidadores, além de avaliações específicas realizadas
por profissionais de saúde, como psicólogos e neuropediatras. Essas
avaliações buscam identificar padrões de comportamento e comunicativos,
analisar o desenvolvimento da linguagem e interação social, e podem incluir
testes padronizados.
É crucial para compreender que o autismo é um espectro, o que significa
que os sintomas e níveis de funcionalidade variam amplamente entre os
indivíduos. Um diagnostico precoce e uma abordagem multidisciplinar são
fundamentais para oferecer suporte adequado e personalizado às
necessidades especificas de cada pessoa no espectro autista.
Neste sentido, a importância desta iniciativa reside na necessidade crucial
de oferecer suporte especializado diante dos desafios únicos que estas famílias
enfrentam em seu dia-a-dia. A complexidade do espectro autista demanda
estratégias especificas de educação e convivência, e os pais desempenham
um papel central nesse processo. Este grupo proporcionará um espaço para
troca de experiencias, compartilhamento de recursos e informações,
promovendo uma rede de apoio fundamental para o desenvolvimento saudável
das crianças autistas e o bem-estar emocional de suas famílias.
Pais e mães de crianças autistas muitas vezes enfrentam desafios únicos
em seu dia-a-dia, uma vez que o espectro autista pode impactar a maneira
como seus filhos percebem, interagem e respondem ao mundo ao seu redor. A
necessidade de equilibrar suas próprias emoções com as demandas de criação
de seus filhos pode gerar desafios muito significativos.
As dificuldades de comunicação e a interação social das crianças autistas,
na maioria das famílias, influenciam a forma como os pais e mães se conectam
emocionalmente com seus filhos e como estes lidam com situações sociais
típicas. Além disso, as dúvidas em relação a como lidar com as rotinas e
estereotipias de seus filhos pode tornar o ambiente doméstico bastante
desafiador.
A compreensão de que seus filhos são únicos é fundamental para ofertar
apoio adequado, isso envolve o reconhecimento das próprias necessidades por
estes pais, além do estabelecimento de estratégias que possam considerar as
características únicas do espectro autista.
A promoção de uma rede de apoio entre pais e mães atípicos é capas de
oferecer suporte, troca de experiências e apoio para que haja uma maior
compreensão que vise respeitar as particularidades de cada criança autista.
Neste sentido, de grupos de orientação específicos para pais e mães autistas
pode desempenhar um papel crucial de compreensão mútua e
acompanhamento de estratégias eficazes.

Nos últimos anos, muitas são as pesquisas que apontam um aumento
bastante expressivo no numero de crianças, adolescentes e adultos
diagnosticados como neurodivergentes. Acompanhando esse cenário o
número de pesquisas relacionadas ao tema também veem se tornando cada
vez maiores. Desta maneira são cada vez mais comuns as discussões
relacionadas aos sinais e sintomas que podem surgir durante o processo de
desenvolvimento destes pacientes, inclusão escolar e outros temas; porém
existe um assunto pouquíssimo discutido ou falado dentro deste tema: os pais
que tem filhos neurodivergentes.
É compreensível que a ciência e as pesquisas busquem entender as
questões que estão relacionadas ao desenvolvimento de pessoas autistas,
mas não devemos esquecer que o autismo traz consigo uma serie de
consequências e mudanças, na maioria das vezes vistas dentro das famílias
destes pacientes. Neste sentido, os pais destes pacientes também pr4ecisam
de suporte, acolhimento e orientação.
Saber acolher as famílias é abraça-las sem julgamentos, é levar
orientação e oportunizar a troca de experiencias entre as mesmas. Sendo
assim, ter uma rede de apoio unida e fortalecida é, sem dúvida, um dos pilares
mais importantes para pais e familiares de um paciente neurodivergente.
Pensando nisso, esta proposta de grupo foi pensada e elaborada com o
objetivo de promover um espaço de escuta para mães, pais, responsáveis e
familiares de pacientes autistas, buscando a troca de experiencias, o
acolhimento e a orientação destas famílias.

Principal

ANA CAROLINA SOSINHO CARVALHO

carolsosinho@icloud.com

PSICÓLOGA

Coautores

ANA CAROLINA SOSINHO CARVALHO

A prática foi aplicada em

Santana

Amapá

Norte

Esta prática está vinculada a

R. Pedro Salvador Diniz, 1512 - Comercial, Santana - AP, 68925-102

Uma organização do tipo

Instituição Pública

Foi cadastrada por

Monique Melo Gomes

Conta vinculada

21 set 2024

CADASTRO

21 set 2024

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Condição da prática

Concluída

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