Ações e Estratégias de Vacinação na Zona Rural durante a estiagem de 2024 no município de Barreirinha AM

Barreirinha está localizada no Estado do Amazonas, macrorregião leste, na
região do Baixo-Amazonas, com uma população de 32.919 mil habitantes, segundo
o IBGE, possui áreas de terras firmes e várzea, e está a cerca de 331 quilômetros
da capital Manaus.
O território possui terras indígenas, comunidades ribeirinhas e remanescentes
quilombolas. Os principais rios são o Rio Andirá e Paraná do Ramos, que são
compostos de cabeceiras, lagos e igarapés, onde vivem as populações ribeirinhas,
possuindo atividades de subsistências como a agricultura, caça e pesca.
Nos últimos dois anos, o município de Barreirinha foi atingido por duas
estiagens severas, que dificultaram o acesso da população ao serviço de saúde. A
estiagem é um período onde o índice pluviométrico se encontra baixo, resultando em
isolamento temporário de comunidades ribeirinhas, no desabastecimento de água
potável, limitação aos serviços de saúde e aumento de agravos de doenças de
veiculação hídrica.
Alcançar os indicadores de cobertura vacinal torna-se difícil em meio aos
fenômenos climáticos que influenciam diretamente na dinâmica dos serviços de
saúde. Com isto, um dos desafios das equipes de saúde na Amazônia inclui a
adaptação aos fatores naturais como a estiagem.
Frente às dificuldades encontradas, o presente projeto foi desenvolvido no
ano de 2024 no município, tendo como público-alvo as crianças de até 1 ano de
idade, para a vacinação contra a Poliomielite Inativada, Pentavalente e tríplice viral. O objetivo geral deste projeto é relatar as ações e estratégias de vacinação em Zona Rural durante o período da estiagem, visando alcançar os indicadores, garantindo o acesso e a equidade aos
serviços de saúde para a população tradicional isolada no município de Barreirinha-
AM.

Com a problemática da estiagem no município, foi observado desafios em
garantir à população acesso a vacinação, sendo necessário elaborar estratégias e
ações que pudessem garantir os serviços de imunização, estimulando adesão a
vacina e a importância do ciclo vacinal no primeiro ano de vida.
De início ocorreu a capacitação dos profissionais/vacinadores que fazem
parte da equipe itinerante, voltado para atualizações sobre o manuseio,
armazenamento e transporte dos imunobiológicos, visando garantir a qualidade e a
eficácia da vacinação.
Em seguida para melhor planejamento foram elaborados cronogramas de
viagens itinerantes que respeitasse a dinâmica das comunidades, as lideranças
locais, escolas, associações.
No intuito de melhor divulgação, utilizou-se a Rádio comunitária para repassar
semanalmente as informações sobre a importância da vacinação, o cronograma das
viagens e os pontos de vacinação.
Objetivando a melhor disseminação de informações a população, foram
elaborados materiais impressos como folders nos locais de ocorrência das
vacinações e de fluxo de pessoas.
Outra abordagem, foi as viagens da equipe itinerante até as comunidades
ribeirinhas, sendo utilizado lanchas, carrocinhas, canoas e em alguns casos longos
percursos a pé. A vacinação nas comunidades ocorreu em espaços diversos, como
escolas, sedes comunitárias, barracões e em residências.

Ao observar os indicadores vacinais em relação ao impacto da estiagem nas
populações ribeirinhas em Zona Rural, observou uma limitação dessa população
socioeconomicamente vulnerável aos serviços de saúde.
Foi verificado que, em 2023, no primeiro ciclo de estiagem (seca dos rios) a
cobertura vacinal das crianças de até um ano de vida encontrava-se relativamente
baixa, sendo a vacina Pentavalente estava em 61,85%, a vacina contra a
Poliomielite Inativada com 64,39%, e Tríplice viral estava com 76,17%. Dados preocupantes, pois sabe-se dos riscos ocasionados por baixas coberturas vacinais.
Após a elaboração das estratégias e a realização as ações em território de
Zona Rural, foi possível comparar os indicadores e observar uma melhora
significativamente nos resultados.
Segundo o painel de cobertura vacinal do Ministério da Saúde, em 2024 o
município alcançou coberturas acima de 80%, sendo que a vacina Poliomielite
Inativada alcançou 88,42%, a Pentavalente com 89,88%, e a tríplice viral com 91,48%.
Além disso, foi possível observar maior aderência da população às
campanhas de vacinação através do aumento do fluxo de pessoas da área rural nas
salas de vacinas.

Garantir acesso a população ribeirinha na Amazônia é um dos principais
objetivos dos serviços de saúde. É nesse sentido que implementar ações e
estratégias que aproximem o serviço a essas populações se torna essencial.
Promover a equidade, o acesso e a garantia dos serviços de saúde as populações
tradicionais é um dos grandes marcos do Sistema Único de Saúde.
Para tanto, é necessário o desenvolvimento de um plano de ação que inclua a
capacitação profissional, cronograma de viagens, divulgação e viagens da equipe
itinerante, que respeite a dinâmica dos rios e os saberes populares dessa
população.
Por fim, as ações de vacinação realizadas no município trouxeram aumento
das coberturas vacinais, garantia dos direitos, e aumento da confiança nas vacinas.
As populações aderiram

autor Principal

DORISNEI XISTO DE MATOS

dorys.matos@gmail.com

COORDENADORA PNI

Coautores

DORISNEI XISTO DE MATOS, DAIANA SANTANA RAMOS, ELISON GONÇALVES DA SILVA, LUCAS DA SILVA DE ALMEIDA, CLAUDIA DE SOUZA CARNEIRO

A prática foi aplicada em

Barreirinha

Amazonas

Norte

Esta prática está vinculada a

Secretaria Municipal de Saúde de Barreirinha AM

Uma organização do tipo

Instituição Pública

Foi cadastrada por

DORISNEI XISTO DE MATOS

Conta vinculada

31 jul 2025

CADASTRO

31 jul 2025

ATUALIZAÇÃO

30 jul 2024

inicio

14 dez 2024

fim

Condição da prática

Concluída

Situação da Prática

Arquivos

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