- Saúde Mental e Atenção Psicossocial
Elaine Cristina Fontes
- 25 out 2024
Considerando que o ser humano é essencialmente social e que se desenvolve a partir das relações interpessoais, compreende-se que a intervenção grupal é uma potente ferramenta no contexto da Atenção à Saúde Mental na Atenção Primária. Considerando que a Terapia Cognitivo Comportamental é uma abordagem que leva em conta a brevidade e a objetividade no tratamento parece pertinente sua prática nos serviços de saúde pública, onde as demandas nunca se esgotam e exigem constante reflexão e ajustamento à uma realidade dinâmica e complexa.
Considerando, ainda, as demandas cada vez mais presentes de queixas e sintomas ansiosos, justifica-se a implementação de intervenções voltadas a atender essa demanda sem perder de vista os princípios do SUS.
Apresentar aos participantes a conceituação da ansiedade, bem como estratégias comportamentais e cognitivas para o enfrentamento dos quadros gerais de ansiedade e treiná-los para o uso de tais estratégias, tornando-os protagonistas na própria regulação emocional e assertivos diante dos eventos da vida.
Os objetivos propostos foram alcançados uma vez que foi possível observar que a partir de uma compreensão mais adequada dos quadros de ansiedade e da apreensão de estratégias cognitivas e comportamentais de enfrentamento, os participantes puderam validar suas experiências, percebendo e aprimorando suas competências para lidar com a ansiedade, bem como tornando-se mais responsáveis pelo manejo de suas emoções e comportamentos. Observou-se também a ocorrência de alguns fatores terapêuticos pertinentes à intervenção grupal descritos na literatura (NEUFELD, 2017), como instilação da esperança (disponibilizar aos participantes informações consistentes a respeito de suas questões e alinhar suas expectativas à realidade), universalidade (percepção de que outras pessoas lidam com questões semelhantes), compartilhamento de informações (troca de experiências e impressões entre os participantes), altruísmo (apoio mútuo entre os participantes), aprendizado interpessoal (possibilidade de cada participante aprender com o outro) e coesão grupal (relacionada à atração mutua entre os participantes e destes com o grupo).
A Terapia Cognitivo Comportamental para o manejo da ansiedade no contexto da Atenção à Saúde Mental na Atenção Básica mostrou-se efetiva na diminuição dos sintomas ansiosos e no apoio aos participantes para o desenvolvimento de uma postura mais assertiva diante das emoções e dos eventos da vida. O processo de mudança que ocorre por meio das interações humanas é complexo e potente, assim, compreende-se a importância de explorar as modalidades de intervenções grupais no contexto da APS.
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