- Atenção Primária à Saúde
Olga Marilza Monteiro de Jesus Wandisjarv
- 20 set 2024
Amapá
A experiência trata-se da implantação de um fluxograma de nutrição através da microrregulação dentro da Estratégia Saúde da Família (ESF) do Distrito Centro do município de Porto Seguro. A Atenção Básica (AB) tem sido apontada como a principal estratégia de reorganização do sistema nacional de saúde e deve, por meio das ESFs, ser responsável pela ordenação e coordenação do cuidado através das Redes de Atenção à Saúde (RAS). Assim como todos os profissionais do SUS, o Núcleo Ampliado de Saúde da Família (Nasf) tem responsabilidade pela regulação do acesso – microrregulação. Para isso, deve estabelecer estratégias que garanta uma maior resolutividade, como a criação de critérios e fluxos de encaminhamentos para outros pontos de atenção. Após análise das filas de espera e do percentual de absenteísmo nas consultas para nutrição de cada ESF, foi possível diagnosticar um perfil do usuário, qualificar os encaminhamentos e elaborar estratégias para desenvolver ações que possam melhorar o acesso aos serviços ofertados
Qualificar os encaminhamentos ao serviço especializado para reduzir a demanda reprimida em nutrição. Criar fluxograma que direcione o atendimento de forma efetiva. Melhorar o entendimento das atribuições dos nutricionistas por parte das equipes de saúde. Reuniões com atores da rede intersetorial para elaboração do fluxograma e correções. Coleta de dados e indicadores para explicação e aplicação do fluxograma em reuniões com as ESFs. Verificação da lista de pacientes na fila de espera de cada unidade e identificação desses (quem os encaminhou e qual o motivo). Busca ativa dos pacientes da lista de espera para microrregulação. Realização de consultas coletivas para inserção dos usuários nos grupos terapêuticos das ESFs. Estratificação de risco para classificação dos usuários, dentro dos critérios do fluxograma. Realizar monitoramento e avaliação para efetivação do fluxograma e microrregulação dentro do território proposto.
De 11 ESFs, 6 iniciaram as triagens dos pacientes, interconsultas e grupo de doenças crônicas. As 4 equipes que não possuíam fila de espera já estão realizando planejamento e buscando estratégias para se adaptarem ao processo de trabalho. Em 1 ESF verificou-se que 41% dos encaminhamentos foram pacientes portadores de doenças crônicas e que portanto deveriam ser atendidos na própria unidade. Outro fator importante refere-se à quantidade de motivos não identificados (27%) realçando a conscientização de toda a equipe no processo de microrregulalação. A última avaliação realizada através do relatório de agendamentos conforme unidades de saúde – nutrição, de maio a outubro de 2018, verificou-se que houve redução de encaminhamentos no total geral. O que mais impactou foi o percentual de pacientes que não compareceram às consultas, fato que reforça a necessidade de se repensar na qualificação dos encaminhamentos. Foi observado em algumas equipes resistência do médico, ora por achar que o fluxograma traria mais trabalho, ora por não entender que a microrregulação não tem como objetivo aumentar a demanda de consultas individuais, ao contrário disso, é um importante componente da coordenação do cuidado, que deveria ser entendida.
CADASTRO
ATUALIZAÇÃO