Esse projeto é realizado semanalmente no CAPS Infantil. Ao iniciar o tratamento das suas crianças com risco ou diagnóstico de autismo, os pais e/ou cuidadores são informados sobre a importância do grupo de pais, sendo convidados a participar. No projeto são realizadas rodas de conversa com psicólogos e assistentes sociais e os responsáveis pelas crianças, onde são expostas as demandas trazidas pela família, suas dificuldades e dúvidas sobre o lidar com as crianças. De acordo com as demandas apresentadas nesses momentos, são realizadas as intervenções necessárias pela equipe multidisciplinar composta por psicólogo, fonoaudiólogo, nutricionista, fisioterapeuta. Os temas abordam pontos significativos tais como: manejo de alimentação, desenvolvimento neuropsicomotor, o lidar com momentos de crise, direitos da pessoa com autismo e saúde emocional das famílias e cuidadores. Dentro dessa perspectiva está sendo trabalhando junto a atenção básica a importância de que essas ações sejam realizadas na comunidade a partir de ações de matriciamento em saúde mental, possibilitando a efetivação da intersetorialidade, na política de atenção Conclui-se o quanto é importante a participação dos pais no diagnóstico, no tratamento e na evolução do quadro clínico da criança e o quanto ainda há a ser feito no que diz respeito aos projetos que contemplem esse acompanhamento de pais e/ou cuidadores nos serviços de saúde, para que seja abordado o assunto de forma eficiente a fim de acelerar o diagnóstico precoce e tratamento eficaz, que minimizem as estereotipias e estimulem a autonomia e independência das crianças..
Para todo indivíduo em desenvolvimento, a família se apresenta como elemento decisivo. No transtorno do espectro autista tal condição se faz ainda mais relevante, visto os diversos níveis de severidade do autismo e a dependência em relação aos seus pais e /ou cuidadores, assim como o impacto gerado na familia e nas relações que permeiam os envolvidos, o que em muitos casos coloca em risco o desenvolvimento satisfatório da criança com autismo.Sendo assim a família exerce um papel fundamental na vida da criança autista. Quando pais e cuidadores aderem ao tratamento, participando ativamente com espaços de escuta e cuidado, melhor a evolução da criança, assim como funciona como um fator de proteção a saude mental desses cuidadores, que apresentam alto índice de adoecimento psíquico devido ao cansaço, adversidades e estresse decorrentes do lidar com as demandas de uma criança com autismo.É de suma importância os familiares serem ouvidos, acolhidos e orientados, principalmente no inicio do diagnóstico ou da formulação da hipótese diagnóstica, aumentando as chances de êxito no tratamento precoce.Essa experiência é realizada no Centro de Atenção Psicossocial- CAPS infantil de Campina Grande-PB, com pais e cuidadores de crianças autistas de 0 a 3 anos de idade, encaminhadas para tratamento por profissionais da atenção básica de saúde.
Espera-se que essa prática seja replicada nos serviços de saúde mental que atendem pessoas com autismo, possibilitando assim uma maior efetivação do tratamento dentro da política da atenção psicossocial, oferecendo maiores possibilidades de autonomia e qualidade de vida da criança e sua familia, juntamente com o matriciamento realizado pelas equipes de saúde mental junto à atenção básica.
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