STF e Ministério da Saúde celebram conclusão de julgamento sobre fornecimento de medicamentos de alto custo

Solução foi construída por meio de acordo em dois casos de repercussão geral

Cerimônia de conclusão sobre temas de judicialização da saúde / Foto: Ascom/MS

O Supremo Tribunal Federal (STF) realizou, no dia 17 de outubro, cerimônia que assinalou a conclusão do julgamento de dois recursos com repercussão geral (Temas 6 e 1234), ligados ao fornecimento de medicamentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O evento foi marcado, também, pela homologação de um acordo interfederativo que representa uma transformação na atuação da Justiça e do Estado em relação às ações e aos serviços públicos na área da saúde.

Fábio Baccheretti, Nísia Trindade e Hisham Hamida celebram acordo interferativo sobre a judicialiação / Foto: Ascom/MS

A cerimônia, que contou com as participações dos ministros do STF, da ministra da Saúde, Nísia Trindade, e dos presidentes do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Fábio Baccheretti, e do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Hisham Hamida, foi considerada um marco histórico para o SUS. “Agradeço ao Supremo que discutiu e propôs soluções profundas e baseadas no diálogo, para o enfrentamento deste fenômeno que é a judicialização”, realçou Trindade, reafirmando que o direito à saúde é um preceito constitucional inadiável e que se faz necessário garanti-lo de forma sustentável e efetiva. “Este acordo, além de mitigar os efeitos nocivos da judicialização, que há anos ameaça o nosso sistema de saúde, é uma demonstração da força da nossa governança tripartite que conseguiu chegar a um consenso em relação a estas questões”, comemorou Baccheretti

Judicialização da saúde

Na avaliação do presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, a judicialização da saúde tornou-se um dos maiores problemas do Poder Judiciário e, possivelmente, um dos mais difíceis. “É uma matéria em que não há solução juridicamente fácil nem moralmente barata”, observou. Segundo o ministro, a falta de critérios claros sobre alguns tratamentos sobrecarrega o Judiciário e os sistemas de saúde e gera impactos econômicos, sociais e administrativos. “Como os recursos são limitados, é essencial garantir a máxima eficiência nas políticas de saúde para aproveitá-los da melhor forma”, destacou.

De acordo com o STF, em 2020, foram registradas cerca de 21 mil novas ações judiciais relacionadas à saúde por mês. Em 2024, esse número quase triplicou, passando para 61 mil. O total anual passou de 347 mil, em 2020, para 600 mil atualmente. “Esses números são impressionantes”, avaliou Barroso, sublinhando que, por isso, o Tribunal está empenhado em assegurar a igualdade no acesso à saúde, tendo em vista que a concessão de medicamentos em ações individuais pode comprometer o acesso universal a benefícios.

Esforço coletivo

No acordo relativo ao Tema 6, foram definidos parâmetros para a concessão judicial de medicamentos registrados na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas não incorporados ao SUS, independentemente do custo. As decisões devem estar apoiadas em avaliações técnicas à luz da medicina baseada em evidências. “Na maior parte do mundo, a questão da saúde é tratada administrativamente, e não pelo Judiciário. No Brasil, isso ocorre por escolha da Constituição Federal, que garante o direito à saúde e define deveres para o Estado”, assinalou o ministro Barroso.

Já em relação ao Tema 1234, o STF homologou acordo que envolveu a União, estados e municípios para facilitar a gestão e o acompanhamento dos pedidos de fornecimento. Ele prevê a criação de uma plataforma nacional com todas as informações sobre demandas de medicamentos. O acordo interfederativo foi elaborado durante oito meses de trabalho e diálogos coordenados pelo gabinete do ministro Gilmar Mendes. “É preciso reconhecer que resultados dessa magnitude não seriam conquistados sem esforço coletivo e engajamento de todas as instâncias”, apreciou Mendes, reforçando que a implementação dos temas de repercussão geral e o fortalecimento do SUS ainda exigirão muito esforço e dedicação.

Por Katia Machado (IdeiaSUS Fiocruz)*

*com informações dos sites do STF e do Conass

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