Olá,

Visitante

Governo lança programa em defesa das vacinas e de combate à desinformação

Inédita, iniciativa interministerial tem como foco a valorização da ciência e as informações confiáveis sobre vacinação

Leitura: 4 minutos

O Governo Federal lançou (24/10) o programa Saúde com Ciência, iniciativa inédita em defesa da vacinação, voltada ao enfrentamento da desinformação. A proposta faz parte da estratégia para recuperar as altas coberturas vacinais do Brasil diante de um cenário de retrocesso, principalmente nos últimos dois anos, quando foram registrados os piores índices. A propagação de fake news é um dos fatores que impacta na adesão da população às campanhas de imunização.

Com o objetivo de fortalecer as políticas de saúde e a valorização do conhecimento científico, o Saúde com Ciência é composto por cinco pilares, que envolvem cooperação, comunicação estratégica, capacitação, análises e responsabilização. O programa prevê, ainda, ações para identificar e compreender o fenômeno da desinformação, promover informações íntegras e responder aos efeitos negativos das redes de desinformação em saúde de maneira preventiva.

A estratégia interministerial, coordenada pelo Ministério da Saúde e pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom-PR), com a parceria dos ministérios da Justiça e Segurança Pública e da Ciência e Tecnologia e Inovação, da Controladoria-Geral da União (CGU) e da Advocacia-Geral da União (AGU), busca garantir uma atuação em diferentes frentes. A partir do acompanhamento e análise de fontes de dados relevantes de disseminação de informações falsas no ambiente digital, a meta é desenvolver ações para reduzir e mitigar o efeito negativo desses conteúdos que prejudicam a confiança da população na segurança das vacinas e que impactaram significativamente nas ações promovidas pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) nos últimos anos.

Alertas e análises sobre desinformações identificadas serão publicadas nas redes sociais do Governo Federal e em plataformas de mensagens, como WhatsApp. Além disso, o portal do Saúde com Ciência concentrará informações confiáveis sobre vacinação e as notícias falsas que circulam na internet sobre o tema. O objetivo é criar um movimento positivo de compartilhamento desses conteúdos, criando uma rede de informações confiáveis.

No portal, será possível também enviar, por meio de um formulário, informações duvidosas para que a equipe do Ministério da Saúde responda em seus canais. O site traz um passo a passo sobre como denunciar os conteúdos enganosos, contribuindo para reduzir a sua disseminação na internet.

Quais são as principais fake news?

Durante o processo de elaboração do Saúde com Ciência, o Ministério da Saúde levantou as principais narrativas que circulam nas redes sociais e outras plataformas digitais. No mapeamento diário feito pela pasta, com base em termos relacionados à vacinação, entre julho e setembro deste ano, foram identificados mais de 6,8 mil conteúdos com desinformação sobre vacinas em canais públicos, o que representa um impacto de mais de 23,3 milhões de pessoas. As seis fake news mais recorrentes e de maior alcance mapeadas são:

» Vacinas contra Covid-19 são experimentos e não têm comprovação científica: utilizam supostos estudos estrangeiros para reforçar o falso discurso de que as vacinas de Covid-19 são ineficazes e não foram testadas de forma suficiente, alegando que não têm comprovação científica. Existe uma forte narrativa de que a população foi manipulada com dados e informações falsos sobre a pandemia e a Covid-19 em si, como o rápido contágio e forte disseminação, por exemplo, apenas para servir de cobaia para vacina experimental;

» Vacinas causam doenças, como câncer, aids ou diabetes: afirmam que algumas vacinas, principalmente as contra Covid-19, podem desencadear diversos tipos de doenças nos pacientes após a dose. Algumas das mais citadas são câncer, aids, diabetes e pneumonia. Ainda, dizem que é comum gerar sequelas gravíssimas e permanentes no corpo;

» Vacinas de Covid-19 causam modificações na corrente sanguínea ou no DNA: alegam que a vacina poderia causar danos ao paciente após ter contato com a corrente sanguínea. Mais especificamente, o imunizante seria capaz de fazer alterações no sangue, como contaminá-lo (e depois os órgãos) e até mudar o DNA da pessoa. Ainda, alguns defendem que a vacina depositaria fortes toxinas na corrente sanguínea;

» Após aplicação das vacinas, a população passa a ter um chip no corpo: teorias falsas de que governos de alguns países estavam utilizando vacinas como desculpa para implantar algum tipo de chip no corpo humano foram umas das primeiras a surgir e seguem em alta até hoje. Este seria um meio, segundo os publicadores, de controlar a mente dos cidadãos e localizar a pessoa em qualquer lugar. Alguns chamam de “chip do diabo”;

» Número de mortes por Covid-19 foi falsificado para assustar a população e aplicar vacina experimental: afirmam que algumas informações sobre a pandemia de Covid-19 foram alteradas/falsificadas, sobretudo o número de mortes intensificados, para causar medo na população e levá-los a se vacinar. Os publicadores falam que médicos foram alguns dos principais responsáveis por divulgar número falso de mortos e chegaram até a dizer que os mortos por outras doenças morreram de Covid-19 apenas para aumentar o número de óbitos. Alguns chamam de “fraudemia”;

» Teorias da conspiração sobre Bill Gates e uma suposta dominação mundial por meio do uso de vacinas: publicadores afirmam que foi Bill Gates o responsável pela pandemia de Covid-19. Eles dizem ter recuperado supostas postagens de Gates afirmando que ele estava por trás da criação da doença para beneficiar uma futura vacina e até despovoar o mundo. Regiões mais pobres da África e Filipinas são os supostos alvos mais citados pelo público. A notícia falsa mais recente ligada a ele é de que, junto à Organização Mundial da Saúde (OMS), Gates estaria pressionando o envio de adesivos de vacina mRNA diretamente para a casa de pessoas pobres, visando maior adesão.

Plataforma IdeiaSUS Fiocruz, com informações do Ministério da Saúde.

Gostou? Compartilhe clicando abaixo

Palavras-chave

Você pode se interessar também