1296
Pioneering the Implementation of an Integrative Medicine Course in Medical Education: The Experience of Faculdade de Medicina do ABC (FMABC), Brazil
Renato Leca
renatoleca@terra.com.br
BRAZIL
Pioneirismo na Implementação de um Curso de Medicina Integrativa na Formação Médica: A Experiência da Faculdade de Medicina do ABC (FMABC), Brasil
Descrição

A Faculdade de Medicina do ABC (FMABC), localizada em Santo André, São Paulo, é uma instituição pública de ensino médico reconhecida pelo compromisso com a inovação educacional e a formação em saúde orientada para a comunidade. Em resposta ao crescente reconhecimento global da Medicina Integrativa (MI) e de suas contribuições para o cuidado holístico e centrado no paciente, a FMABC tornou-se a primeira escola médica no Brasil a introduzir formalmente um curso estruturado de MI em 2017.

O curso eletivo foi concebido para suprir lacunas da formação convencional ao oferecer aos estudantes uma vivência científica e baseada em evidências de práticas como acupuntura, fitoterapia, ayurveda, reiki, entre outras. Lançado inicialmente em 2017 com um grupo piloto, expandiu-se gradualmente devido à crescente demanda estudantil e ao apoio institucional.

Cada edição conta com carga horária de 40 horas, distribuídas em aulas expositivas, atividades vivenciais e extracurriculares. Os conteúdos incluem artigos acadêmicos, discussão de casos clínicos, demonstrações práticas e oficinas guiadas. A coordenação é feita por docentes da FMABC, com participação de profissionais reconhecidos nacional e internacionalmente em suas áreas de atuação. A avaliação contempla frequência, participação e prova escrita.

Linha do tempo da iniciativa:

* 2017: Implementação piloto
* 2018: Criação da Liga Acadêmica de Medicina Integrativa
* 2018–atual: Expansão do curso, colaborações institucionais e reconhecimento nacional e internacional

Problemas abordados

Apesar do reconhecimento oficial da Medicina Integrativa pelo Ministério da Saúde, sua presença na graduação médica ainda é mínima. Na FMABC, como em outras escolas médicas do país, os estudantes não tinham acesso formal a esse campo do conhecimento. Isso gerava desafios como:

* Ausência de espaço curricular para perspectivas holísticas e não convencionais de saúde.
* Falta de exposição científica a práticas integrativas, restrita muitas vezes a fontes informais ou anedóticas.
* Persistência de preconceitos quanto à validade científica e à relevância clínica da MI.

O curso buscou, assim, criar um espaço acadêmico rigoroso, permitindo aos estudantes analisar criticamente as práticas integrativas e ampliar sua compreensão sobre o cuidado em saúde.

Resultados (opcional)

Desde 2017, o curso de MI na FMABC apresenta resultados expressivos:

* Mais de 120 estudantes por ano participam da disciplina, com demanda superior à capacidade de vagas.
* Mais de 85% dos alunos relatam ganhos em empatia, habilidades de comunicação e abertura ao cuidado interdisciplinar.
* Em 2018, foi criada a Liga Acadêmica de Medicina Integrativa, promovendo eventos, seminários e atividades contínuas.
* Houve fortalecimento da colaboração entre departamentos clínicos e pré-clínicos, com integração a estágios, sobretudo em Medicina de Família e Comunidade.
* Estudantes iniciaram projetos de pesquisa e extensão comunitária a partir do curso.
* Em 2018, a iniciativa recebeu prêmio no Congresso Internacional de Medicina Integrativa e Saúde, validando sua inovação educacional.

Recomendações ou Desafios

Com base na experiência da FMABC, recomenda-se que outras instituições interessadas em iniciativas semelhantes:

* Iniciem como disciplina eletiva, permitindo ajustes progressivos.
* Invistam na capacitação docente para superar resistências e assegurar rigor científico.
* Utilizem abordagem crítica e baseada em evidências para fomentar a reflexão.
* Contem com especialistas certificados para diversificar os conteúdos.
* Criem estruturas de continuidade, como ligas acadêmicas ou projetos estudantis.
* Enfrentem resistências institucionais com dados, diálogo e implementação gradual.
* Busquem visibilidade em eventos acadêmicos e parcerias com outras instituições.

A experiência da FMABC mostra que é possível e benéfico integrar a Medicina Integrativa ao currículo médico, formando profissionais mais empáticos, holísticos e reflexivos.

Palavras-chave
Pioneering the Implementation of an Integrative Medicine Course in Medical Education: The Experience of Faculdade de Medicina do ABC (FMABC), Brazil
Description

The Faculdade de Medicina do ABC (FMABC), located in Santo André, São Paulo, Brazil, is a public medical school known for its commitment to educational innovation and community-oriented health training. In response to growing global recognition of Integrative Medicine (IM) and its potential contributions to holistic, patient-centered care, FMABC became the first medical school in Brazil to formally introduce a structured IM course in 2017.

This elective course was designed to fill critical gaps in conventional medical training by providing students with scientific, evidence-based exposure to complementary practices such as acupuncture, herbal medicine, Ayurveda, Reiki, and others. Initially launched in 2017 with one pilot group, the course gradually expanded through growing student demand and institutional support.

Each edition of the course offers a 40-hour workload, divided into lectures, experiential learning, and extracurricular activities. Materials and procedures include academic articles, clinical case discussions, hands-on demonstrations, and guided practice sessions. The course is coordinated by FMABC faculty and delivered by nationally and internationally recognized professionals in their respective IM areas. Evaluation includes attendance, participation, and a written exam.

The timeline of the initiative includes:

2017: Pilot implementation
2018: Launch of the Integrative Medicine Academic League
2018–present: Course expansion, institutional collaborations, and national/international recognition

Problems Addressed

Despite official recognition of Integrative Medicine (IM) by the Brazilian Ministry of Health, its inclusion in undergraduate medical education remains minimal. At FMABC and most medical schools in Brazil, students previously lacked formal exposure to integrative health practices.

This led to the following challenges:

Limited curricular space for non-conventional, holistic health perspectives.
Lack of scientific, evidence-based exposure to complementary therapies, with knowledge often restricted to informal or anecdotal sources.
Persistent misconceptions about the scientific validity and clinical relevance of IM.
There was a clear educational need to create an academically rigorous space for medical students to critically engage with integrative practices and develop a more comprehensive understanding of patient care.

Results (optional)

Since its implementation in 2017, the IM course at FMABC has yielded notable outcomes:

Enrollment and demand: Over 120 students per year participate in the course. Capacity is regularly exceeded, leading to waitlists.
Student feedback: More than 85% of participants report positive shifts in empathy, communication skills, and openness to interdisciplinary care.
Academic League: In 2018, the Integrative Medicine Academic League was established, offering ongoing student engagement through seminars, events, and peer education.
Interdepartmental collaboration: The course has facilitated partnerships with clinical and preclinical departments and integration with internship opportunities, especially in Family and Community Medicine.
Research and outreach: Student-led research projects and community extension initiatives have emerged from the program.
International recognition: In 2018, the program received an award at the International Congress of Integrative Medicine and Health, validating its educational innovation.

Recomendations or Challenges

Based on FMABC’s experience, the following recommendations are suggested for institutions considering similar initiatives:

Start as an elective: This allows for pilot testing, stakeholder engagement, and gradual scaling based on demand.
Invest in faculty training: Address skepticism and ensure scientific rigor through continuous education and access to updated literature.
Use a critical, evidence-based approach: Present integrative practices within a scientific framework to encourage informed inquiry.
Collaborate with experts: Involve certified professionals and researchers from diverse IM areas to enrich course content.
Create continuity structures: Support academic leagues or student-led initiatives to sustain interest beyond the course.
Address institutional resistance: Use data, dialogue, and phased implementation to overcome barriers such as curriculum rigidity and bias.
Seek visibility and partnerships: Participate in academic events and network with other institutions to expand impact and gain support.
FMABC’s initiative illustrates that it is both possible and beneficial to integrate Integrative Medicine into medical education, fostering more empathetic, holistic, and reflective future physicians.

Keywords
unblocked games + agar.io