O Desintoxica SP é uma iniciativa voluntária criada em 2019 que oferece cuidado humanizado a pessoas em situação de vulnerabilidade social, com foco em transtornos relacionados ao uso de substâncias e sofrimento psíquico. O projeto surgiu da necessidade de acolher usuários de substâncias em situação de abandono na região da Cracolândia, em São Paulo.
Fundamentado na Medicina Tradicional Chinesa, o Desintoxica SP disponibiliza atendimentos gratuitos por meio de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS), como acupuntura, auriculoterapia, ventosaterapia, reiki, massagem terapêutica e aromaterapia.
O público atendido inclui pessoas em situação de rua, população LGBTQIA+ e outros grupos em extrema exclusão social, com o objetivo de aliviar sintomas de abstinência, reduzir a ansiedade e promover o bem-estar integral. Os participantes chegam por encaminhamentos de programas como “Consultório na Rua” e “Centro Pop” e passam por avaliação personalizada, registro e elaboração de plano de cuidado.
O projeto também investe na capacitação contínua de voluntários, que recebem formação teórica e prática para assegurar segurança e qualidade no atendimento. Todas as informações clínicas são registradas em um aplicativo próprio, que garante armazenamento seguro dos dados e possibilita análises e relatórios.
A utilização das terapias integrativas, em especial da acupuntura, tem se mostrado relevante no manejo dos transtornos relacionados ao uso de substâncias e no cuidado de pessoas em vulnerabilidade social, abrangendo aspectos físicos, mentais e cognitivos que impactam sua qualidade de vida.
* Ausência de políticas públicas consistentes voltadas para usuários de substâncias;
* Estigma e preconceito;
* Acesso limitado a cuidados humanizados;
* Lacunas nos serviços convencionais de saúde.
Desde 2019, mais de 11 mil pessoas já foram atendidas gratuitamente. Relatos dos participantes indicam redução significativa de sintomas de abstinência, ansiedade e dor, além de melhora no engajamento social e na recuperação do senso de dignidade.
É urgente a incorporação das Práticas Integrativas e Complementares nas estratégias de saúde pública voltadas às populações vulneráveis. Entre os principais desafios estão a manutenção da continuidade do cuidado, a ampliação da infraestrutura e da capacidade de voluntariado, além da necessidade de consolidar parcerias estáveis com setores públicos e privados.
Desintoxica SP is a volunteer-based initiative that provides humanized care to individuals in situations of social vulnerability, with a focus on substance use disorders and psychological distress. Founded in 2019, the project was from the emerging need for action with the abandonment of substance users in the Cracolândia region, in São Paulo. Using Traditional Chinese Medicine as a foundation, Desintoxica SP offers free healthcare services through Integrative and Complementary Health Practices, such as acupuncture, auriculotherapy, cupping therapy, reiki, therapeutic massage, and aromatherapy. The target population includes people experiencing homelessness, LGBTQIA+ individuals, and others in extreme social exclusion, aiming to relieve withdrawal symptoms, reduce anxiety, and promote holistic well-being. Participants are referred by outreach programs such as “Consultório na Rua” and “Centro Pop” and undergo a process of personalized assessment, registration, and care planning. The project also invests in the continuous training of volunteers, who receive both theoretical and practical education to ensure safe and effective practice. All clinical data is recorded in a dedicated mobile application, allowing secure information storage and enabling data analysis and reporting. The use of complementary integrative therapies, especially acupuncture, has proven to be increasingly significant for disorders related to substance abuse and for people in social vulnerability, including physical, mental and cognitive aspects that interfere with their quality of life.
Lack of consistent public policies for substance users, stigma, limited access to compassionate care, and gaps in conventional health services.
More than 11,000 individuals have been treated free of charge since 2019. Participants report significant reduction in withdrawal symptoms, anxiety, and pain. Improved social engagement and restored sense of dignity were also observed.
There is an urgent need to incorporate Integrative and Complementary Health Practices into public health strategies for vulnerable populations. Key challenges include maintaining consistent care, expanding infrastructure and volunteer capacity, and securing stable public and private partnerships.