Trata-se de um projeto piloto, instituído em duas Unidades Básicas de Saúde, urbana e rural com o objetivo de padronizar o processo de trabalho das equipes de saúde frente a imunização e potencializar as ações estratégicas para o alcance das coberturas vacinais do Município de Manhuaçu, em crianças menores de 5 anos. Visa ainda envolver os setores de Vigilância em Saúde/Imunização e Atenção Básica no planejamento para o alcance das metas pactuadas, capacitar a equipe, incluindo o agente comunitário e técnico de enfermagem para análise dos cartões de vacina, garantir e efetivar o conhecimento da situação vacinal por meio da leitura do cartão de vacina, melhorar a cobertura vacinal e resgatar o histórico vacinal de crianças menores de 5 anos e registrar no banco de dados do Sistema Vivver e estimular a co-responsabilização dos pais diante do cronograma vacinal, respeitando o calendário nacional de vacinação. O projeto encontra-se em andamento e foi divido em 5 momentos para clareza e tomada de decisões: 1° Reunião de alinhamento com as Coordenações: Vigilância em Saúde, Atenção Primária e coordenadores das ESF pilotos com discussão de ideias para elaboração do projeto; 2°Reunião com as Equipes das Unidades Básicas de Saúde selecionadas para apresentação dos objetivos e finalidade do projeto. 3° Educação Permanente adotada é baseada na proposta de metodologias ativas. Como foco no processo de aprendizagem definiu-se a participação de todos em esfera de igualdade, tendo plena consciência da responsabilidade de todos. Trocas de experiências entre equipe, para análise dos cartões de vacinas infantis de crianças menores de 5 anos pertencentes a cada micro área. 4° Cada participante do projeto tem atribuição especifica: Enfermeiro: Realizar a supervisão mensal com cada agente comunitário de saúde. Agente Comunitário de Saúde: Levantamento das crianças com dose prevista para o mês. Apresentação dos “cartões espelho” com os registros em dia. Técnico Enfermagem: Organização do cronograma mensal das crianças vacinadas e com aprazamento atualizado. Registrar as vacinas retroativas e atuais em sistema terceirizado. 5° Para falar da avaliação dos resultados do projeto, primeiro é preciso lembrar que o processo de trabalho dos profissionais de saúde é dinâmico e tivemos uma evolução muito significativa com o advento da pandemia da COVID 19. Hoje, o olhar dos profissionais está mais atento aos protocolos, para que os fluxos funcionem como deve ser. Os profissionais de saúde nas unidades que o projeto foi aplicado trabalham com a realidade complexa dos desafios do SUS. Novos procedimentos muitas vezes se misturam às práticas já inseridas a partir do processo rotineiro de atendimento. Essas variáveis requerem atenção total de quem está à frente das Unidades de Saúde, pois eles são os verdadeiros maestros nessa orquestra de programas de saúde. A avaliação após a implantação do projeto foi positiva. As estratégias foram mostrar aos profissionais que criar esse novo caminho para garantir a eficiência era necessária e direcionamos o foco em resultados positivos aos pacientes.
De acordo com resultados da Pesquisa ImunizaSUS a hesitação vacinal é um fenômeno que tem crescido nos últimos anos. Um dos motivos identificados de acordo com a pesquisa supracitada é que tais proposições são sustentadas por meio de uma discussão teórica que mapeia um conjunto de fatores que contribuem para a desinformação vacinal que afetem as pessoas e, assim, fomentem tanto comportamento de hesitação vacinal como a formação de movimentos antivacina. Os fatores são esses: a) temor em relação aos possíveis efeitos colaterais adversos; b) incerteza quanto a composição e fatores de produção; c) variáveis psicológicas, como confiança, complacência e conveniência ● A confiança (relacionada à eficácia e segurança das vacinas, ao sistema de saúde que as fornece e às motivações dos gestores para recomendá-las); ● A complacência (baixa percepção de risco de contrair a doença de forma que a vacinação não seria considerada necessária); ● A conveniência (disponibilidade física, disposição para pagar, acessibilidade geográfica, capacidade de compreensão e acesso à informação em saúde). d) sentimentos de coerção, derivados, em muitos casos, de legislações que obrigam o cidadão a vacinar ou da própria linguagem utilizada pelas campanhas de vacinação; e) materialidades discursivas diversas, como dados falsos sobre as vacinas; f) atuação de indivíduos organizados, como movimentos antivacina; g) baixo volume e capilaridade de campanhas de informação sanitária.
Como estratégias institucionais que estão sendo organizadas para fortalecer as ações de imunização e melhorar as coberturas vacinais no município de Manhuaçu: – Treinamentos das equipes de saúde baseados na proposta de metodologias ativas como foco no processo de aprendizagem com a participação de todos em esfera de igualdade, tendo plena consciência da responsabilidade perante aquilo que se está desempenhando; – Estimular a co-responsabilização dos pais diante do cronograma vacinal da criança por meio de uma abordagem acolhedora e respeitosa; – Busca Ativa Vacinal, sendo uma estratégia intersetorial ampla com o objetivo de contribuir para o aumento da cobertura vacinal do município, na identificação de crianças menores de 5 anos não vacinadas ou com a vacinação atrasada, na garantia do recebimento de todas as doses e na identificação e resposta às vulnerabilidades na vacinação.
A redução nacional das taxas de cobertura vacinal nos últimos anos sinaliza um problema para a imunidade coletiva e risco de ressurgimento de doenças que já estão controladas ou até mesmo erradicadas no Brasil. Ações que visam melhorar essa cobertura vacinal são imprescindíveis estratégias para a melhoria dos indicadores de imunização. Para além disso, é necessário uma avaliação constante do impacto destas novas propostas, comparando os indicadores de imunização antes e após a implantação. Destacamos diversos motivos que podem justificar a baixa cobertura vacinal entre diversos grupos populacionais, como a necessidade de conscientização, além de motivos intrínsecos à forma de organização do sistema de saúde, em especial em um país como o Brasil, onde boa parte da população vive em condições de vulnerabilidade socioeconômica. Dessa forma, diante do complexo cenário vivenciado em Minas Gerais, mais precisamente no município de Manhuaçu, com redução significativa das coberturas vacinais, existe uma crescente preocupação com a criação de estratégias que visem o aumento da cobertura vacinal entre todos os grupos assistidos pelo SUS. Por essa razão, projetos como este se tornam cada vez mais importantes, devendo-se relevar a importância de cada equipe desempenhar as ações conforme sua realidade.
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