- Atenção Primária à Saúde
Mateus Emanuel da Silva Santos
- 22 maio 2024
Em Maringá, foi percebido um aumento do fluxo de migrantes, mais notadamente no final de 2016 e início de 2017. As informações disponíveis nos órgãos públicos municipais fazem referência à mudança do perfil, que anteriormente eram pessoas advindas de outras regiões do Brasil e atualmente são representados por um número expressivo de nigerianos e haitianos, muitos em situação de vulnerabilidade. A Secretaria de Saúde de Maringá elaborou a partir da Política Municipal do Migrante, um Plano de Ações a serem desenvolvidas no quadriênio de 2017-2020, incluindo ações no Plano Municipal de Saúde, como o cadastro dos migrantes atendidos nas Unidades Básicas de Saúde, a estratificação dessa população por faixa etária e condições clínicas, capacitação dos funcionários para atendimento ao migrante, presença de intérprete para facilitar a comunicação, inclusão dos migrantes nos conselhos locais de saúde e elaboração de material multilíngue.
Transpor as barreiras no atendimento de saúde aos migrantes na rede pública municipal de saúde. Específicos: garantir o acesso de saúde aos migrantes dentro das diretrizes do SUS. Promover a compreensão das boas práticas de saúde e adesão aos cuidados. Foi solicitado a cada unidade de saúde que realizasse um cadastro de migrantes acompanhados, estratificando por faixa etária, por condições específicas tais quais gestante, diabetes, hipertensão, alcoolismo e outros agravos. Em contato com a Associação dos Estrangeiros Residentes em Maringá foi estabelecido uma parceria em que foi disponibilizado um intérprete do idioma Crioulo que passou a auxiliar nos atendimentos nas Unidades de Saúde de Maringá, mediante uma escala elaborada de acordo com as UBSs que atendem o maior número de migrantes, facilitando dessa forma o acesso a informações e tratamentos de saúde.
Foi observado que há uma concentração de migrantes na região norte da cidade. Quanto à faixa etária, 79% está na faixa de 18-59 anos, 13% são menores de 5 anos e 92% são haitianos, o que demonstrou a necessidade de estabelecer a parceria com a AERM integrando no atendimento nas unidades básicas de saúde um intérprete haitiano auxiliando nos atendimentos, o que mostrou-se de extrema valia, transpondo a barreira linguística, além de permitir que o migrante seja visto como sujeito capaz de contribuir nas ações de saúde. Foi possível identificar a necessidade de promover capacitações na rede pública para o atendimento a esta população, sensibilizando os profissionais para questões de saúde específicas decorrentes dos fenômenos migratórios. A ocorrência de processos migratórios exige que as políticas públicas estejam atualizadas para atender de forma efetiva estas novas demandas. as diferenças culturais e de idioma, quando não consideradas, aumentam as barreiras e dificultam a efetividade das ações de saúde. A população em tela, é formada por grande maioria de adultos jovens, em idade reprodutiva, que buscam a cidade de Maringá, atraídos por emprego e boas oportunidades de vida.
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